https://neocatechumenaleiter.org/ |
A decisão do Pontifício Conselho para a Família de conferir este título é especialmente significativa não somente pela data – 13 de maio de 1981, festa de Nossa Senhora de Fátima, dia em que o Servo de Deus João Paulo II sofreu o atentado de Alí Agcá – mas, sobretudo porque o Instituto faz parte da Universidade Lateranense, definida como a “Universidade do Papa”, e desejada pessoalmente pelo Papa Wojtyla para apoiar a nova evangelização de um ponto de vista teológico e pastoral.
“Isso significa oferecer a toda a Igreja – disse João Paulo II no anúncio da sua fundação – uma contribuição de reflexão teológica e pastoral, sem a qual a missão evangelizadora ficaria sem uma ajuda fundamental. Esse será um lugar no qual se aprofundará o conhecimento da verdade a respeito do matrimônio e da família, sob a luz da fé, com auxílio das várias ciências humanas”. Com tal reconhecimento se reconhece a contribuição teológica e pastoral do Caminho Neocatecumental na ação de defender a família, hoje atacada por uma cultura “antifamiliar”. “A nossa sociedade está desestruturando a família – disse Kiko na sua Lectio Doctoralis – nos tempos (ritmo de trabalho e horários escolares), nos componentes (uniões de fato, divórcio, etc), nos modos de viver, mas, sobretudo através de uma cultura totalmente contrária aos valores do Evangelho que nos cerca. Nós estamos convencidos de que a verdadeira batalha que a Igreja é chamada a combater no terceiro milênio, o verdadeiro desafio que deve assumir e o lugar onde está o futuro da nossa sociedade, é a família.”
Ter levado as famílias a redescobrir o dom do batismo é o centro da motivação do título: “Aproximar as pessoas das águas do batismo – disse o Professor José Noriega representando o Instituto – permitiu que o rio de água viva que jorra de Cristo possa trazer novamente vida às suas margens, permitindo que as famílias possam se reconstruir e florir, (...) nas pequenas comunidades, nas quais o Caminho Neocatecumenal é estruturado e onde quer viver o mistério da Sagrada Família de Nazaré, (...) isso constitui uma autentica pastoral de ajuda à família que atua segundo o espírito do nosso fundador Papa João Paulo II.”.
O Professor Noriega listou os três principais méritos do caminho e de seu iniciador:
Ter aberto um caminho de fecundidade para os casais: “os casais do caminho quiseram viver o seu amor com uma singular abertura à vida, tendo consciência de serem colaboradores de Deus como geradores de pessoas”.
Ter aberto um caminho para reintroduzir na família uma liturgia doméstica: “um dos seus frutos mais significativos na missão de transmitir a fé aos filhos encontra-se no âmbito do testemunho dos pais, os quais ajudam os filhos a entender a relevância da Palavra na própria história concreta. (…) É aqui que se reconhece uma das razões principais do grande fruto de vocações que as famílias do Caminho souberam levar adiante.”.
Ter estimulado a missão da família: “No contexto de uma assustadora secularização de “amplas zonas da terra, onde a fé está em perigo de apagar-se como uma chama que não encontra mais combustível”, o Caminho Neocatecumenal soube tornar Deus presente de maneira singular: falo do grande testemunho das famílias em missão”. Uma missão vivida pela “inteira família como tal, levando na paróquia e no mundo o testemunho do que é uma família, com as suas dificuldades, mas, sobretudo, com as suas grandes esperanças.”.
É neste contexto que se colocam os frutos do caminho: “O Caminho Neocatecumenal – disse Kiko no seu discurso – pôde operar naquilo que fez até agora – famílias reconstruídas, filhos numerosos, vocações à vida contemplativa e ao sacerdócio... – somente através desta obra de reconstrução da família. Após mais de trinta anos de Caminho um dos frutos que mais consolam é ver as famílias reconstruídas se transformarem numa verdadeira “igreja doméstica”. Estas famílias, abertas à vida e, portanto normalmente numerosas, cumprem a tarefa primária da família cristã de transmitir a fé aos próprios filhos. Além da oração ao acordar e ao deitar-se, da oração antes das refeições, e além da participação juntamente com os pais na eucaristia na própria comunidade, a transmissão da fé aos filhos acontece fundamentalmente em uma celebração doméstica, feita habitualmente no dia do Senhor.”.
Bento XVI, em 2006 em ocasião do vigésimo quinto aniversário do Instituto, explicou o nascimento da idéia do Instituto João Paulo II para a Família: “A idéia de ‘ensinar a amar’ já acompanhava o jovem sacerdote Karol Wojtyla e sucessivamente o entusiasmou quando, sendo um jovem bispo, afrontou os momentos difíceis que seguiram a publicação da profética e sempre atual encíclica Humanae Vitae, do meu predecessor Paulo VI. Foi exatamente nestas circunstâncias que identificou a necessidade de se realizar um estudo sistemático deste tema”, estudo que produziu a famosa ‘teologia do corpo’ para demonstrar a concordância entre revelação e natureza humana, entre fé e razão. Tantas argumentações que alguns poucos anos atrás pareciam ser uma prova contra a Humanae Vitae, hoje foram destruídas pouco a pouco pelos dramáticos desenvolvimentos demográficos, pelos tantos casos individuais de infelicidade causados por uma postura de não abertura à vida e pela reflexão antropológica promovida por Wojtyla e levada à frente pelo Instituto criado por ele.
Este é talvez um dos pontos mais importantes que este reconhecimento acadêmico quis ressaltar: a experiência de tantas famílias neocatecumenais demonstrou que o ensinamento das Escrituras sobre a família, sobre a abertura à vida e sobre a sexualidade não é ‘difícil’ ou ‘contrária ao bem’ do homem, como tantas vezes certa imprensa gostaria de apresentá-lo, mas ao invés isso é profundamente de acordo com o bem do indivíduo e da sociedade.
“Em um momento de crise e falta de orientação para muitos – disse o Prof. Noriega – a acolhida sem reservas da encíclica profética de Paulo VI ‘Humanae Vitae’ por parte das famílias do Caminho foi um autentico testemunho para toda a Igreja, mostrando que, além dos nossos medos ou das nossas dificuldades, é possível viver segundo o que a Igreja assinala como específico do caminho de santidade do casal, se existe uma comunidade viva que nos acompanha”.
Hoje, através das famílias em missão – mais de 600 com quase 3.000 filhos em todo o mundo - e a nova experiência das missio ad gentes, famílias reconstruídas e gratas a Deus são testemunho em todo o mundo que Deus responde ao sofrimento do homem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário