Translate

domingo, 1 de maio de 2011

JOÃO PAULO II

JOÃO PAULO II, APÓSTOLO DA DIVINA MISERICÓRDIA


Data da beatificação recolhe seu legado espiritual

Por Jesús Colina

CIDADE DO VATICANO, sábado, 30 de abril de 2011 (ZENIT.org) - A escolha de Bento XVI para a data da beatificação de João Paulo II, 1º de maio, que neste ano coincide com o domingo da Divina Misericórdia, não é por acaso.
Em várias ocasiões, mas em particular nos funerais de Karol Wojtyla, o cardeal Joseph Ratzinger mostrou como a herança mais original desse papa à Igreja foi precisamente sua contribuição para a compreensão do mal provocado pelo ser humano à luz do limite colocado pela Divina Misericórdia.
O então decano do colégio cardinalício, ante o corpo de João Paulo II, explicava este legado assim: “Cristo, ao sofrer por todos nós, conferiu um novo sentido ao sofrimento; introduziu aquele amor numa nova dimensão, numa nova ordem... E o sofrimento que queima e consome o mal com o fogo do amor e haure também do pecado um florescimento de bem” (Cf. Homilia do cardeal Ratzinger nas exéquias de João Paulo II).

O mistério do mal ético

Karol Wojtyla sofreu os totalitarismos do século XX, o comunismo e o nazismo, e se perguntava como foi possível que Deus permitisse dramas tão terríveis.
Muitos utilizaram esses males como razões para negar a existência de Deus, ou inclusive para afirmar que Deus não é bom. João Paulo II, em contrapartida, valeu-se deles para refletir sobre o que Deus ensina, ao permitir que ocorram tragédias, por causa da livre cooperação dos homens.
E encontrou a resposta para a questão do mal ético na perspectiva da Divina Misericórdia, no ensinamento da religiosa e mística polonesa Santa Faustina Kowalska (1905-1938).
Santo Agostinho explica que Deus nunca causa o mal. O mal não é uma coisa. Ao criar o ser humano com liberdade, Deus aceitou a existência do mal.
Teria sido melhor que Deus não criasse o homem? Teria sido melhor não criá-lo livre? Não. Mas, então – se perguntava o jovem polonês –, qual é o limite do mal para que ele não tenha a última palavra?
João Paulo II compreendeu que os limites do mal são delimitados pela Divina Misericórdia. Isso não implica que todo o mundo se salve automaticamente pela Divina Misericórdia, desculpando assim todo pecado, mas que Deus perdoará todo pecador que aceitar ser perdoado. Por isso, o perdão, a superação do mal, passa pelo arrependimento.
Se o perdão constitui o limite para o mal (quantas lições se poderiam tirar dessa verdade para superar os conflitos armados!), a liberdade condiciona, de certo modo, a Divina Misericórdia. Deus, com efeito, arriscou muito ao criar o homem livre. Arriscou que rejeite seu amor e que seja capaz, negando a verdade mais profunda de sua liberdade, de matar e pisotear o seu irmão. E pagou o preço mais terrível, o sacrifício de seu único Filho. Somos o risco de Deus. Mas um risco que se supera com o poder infinito da Divina Misericórdia.

Sua mensagem póstuma

João Paulo II tinha preparado uma alocução para o Domingo da Divina Misericórdia, texto que ele não pôde pronunciar, pois na véspera foi chamado à Casa do Pai.
No entanto, quis que esse texto fosse lido e publicado como sua mensagem póstuma: “À humanidade, que no momento parece desfalecida e dominada pelo poder do mal, do egoísmo e do medo, o Senhor ressuscitado oferece como dom o seu amor que perdoa, reconcilia e abre novamente o ânimo à esperança. Quanta necessidade tem o mundo de compreender e de acolher a Divina Misericórdia!” (Cf. Regina Cæli, 3 de abril de 2005).
Como recordação perene desta mensagem, João Paulo II introduziu no calendário litúrgico a solenidade da Divina Misericórdia, uma semana depois do domingo de Páscoa.
Por este motivo, Dom Guido Marini, mestre de celebrações litúrgicas pontifícias, anunciou que a beatificação de João Paulo II começará na praça de São Pedro com uma novidade.
Os peregrinos irão se preparar para a celebração recitando, em diferentes idiomas, a oração à Divina Misericórdia, prática de devoção promovida por Faustina.
A imagem da Divina Misericórdia, trazida da igreja do Espírito Santo em Sassia, muito próxima do Vaticano, estará presente na parte elevada da praça, em frente à Basílica, até o início da Santa Missa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF