+ Sergio da Rocha Cardeal Arcebispo de Brasília
O Evangelho nos apresenta um momento muito difícil vivido pelos discípulos (Mt 14,22-33). As expressões utilizadas por Mateus ressaltam bem a situação vivida por eles: era “noite”, com o “vento contrário” e a barca “agitada pelas ondas”. Os discípulos sentem medo, ficam apavorados, e um deles, Pedro, ao querer caminhar, começa até mesmo a afundar, pela fragilidade de sua fé. Apesar de “homem fraco na fé”, o discípulo é capaz de gritar a Jesus, suplicando “Senhor, salva-me!”.
As palavras dirigidas por Jesus aos discípulos, naquela hora de provação, devem animar também a nossa fé, hoje, em meio a tantas dificuldades: “Coragem!”, “Não tenhais medo!”, “Sou eu”, “Vem!”, isto é, caminha, não desanime, tenha fé! Com Pedro, possamos dizer, com confiança, “Senhor, salva-me!”. Com ele e os discípulos, possamos repetir, de coração: “Tu és o Filho de Deus!”.
A travessia de situações de sofrimento é muito exigente. Mas, não estamos sozinhos. Jesus vem ao nosso encontro. Ele está sempre com a mão estendida para nos segurar. É ele quem estendeu a mão e segurou Pedro. Cabe a nós, como ocorreu com o discípulo, aceitar a mão de Jesus estendida, reconhecendo humildemente a nossa fraqueza na fé.
Os discípulos tiveram dificuldade para reconhecer a presença de Jesus que caminhava ao encontro deles, assim como pode acontecer conosco quando passamos por provações. Por isso, torna-se ainda mais importante a oração. A narrativa fala justamente de Jesus que sobe ao monte “para orar, a sós” (Mt 14,23). Na oração, experimentamos o amor de Deus na própria vida, reconhecemos os sinais de sua presença e discernimos o que ele quer de nós.
Estamos iniciando, hoje, a Semana da Família. Rezemos pelas famílias! A fé em Jesus possa iluminar sempre a vida de nossas famílias, especialmente as que passam por maiores dificuldades. A oração faça parte da vida das famílias. A fé seja vivida por todos, testemunhada pelos pais e transmitida aos filhos. Na família, o pai ocupa lugar de especial importância, juntamente com a mãe.
Neste Dia dos Pais, rezemos agradecidos a Deus Pai, suplicando pelos pais que continuam a sua missão, assim como, pelos pais falecidos. Os filhos possam oferecer aos pais os presentes mais preciosos que brotam generosamente do coração: as orações, o amor, o respeito, a gratidão, o esforço sincero pela união e a paz. Rezemos, com a nossa família e em nome dela, o refrão do Salmo desta missa (Sl 84): “Mostrai- nos, ó Senhor vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!”
Continuamos a viver, em todo o Brasil, o Mês Vocacional. Rezemos pelas vocações e procuremos refletir sobre como temos vivido a vocação recebida de Deus.
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