+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
|
Para celebrar bem esta solenidade, é importante considerar atentamente a Palavra de Deus proclamada e o ensinamento da Igreja a respeito da Assunção de Nossa Senhora.
A Assunção que celebramos decorre da fé na ressurreição do Senhor e fortalece a nossa esperança de participar da vitória de Cristo, da qual Maria elevada ao céu participa de modo singular. O Catecismo da Igreja Católica nos recorda que “a Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos” (n. 966). Além disso, a Assunção está relacionada essencialmente à Imaculada Conceição, como afirmou o Papa Pio XII, em 1950, ao proclamar esse dogma mariano: “A Imaculada Virgem Maria, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória celeste”.
A verdadeira devoção a Maria sempre nos leva a Jesus. Por meio dela, pela sua intercessão materna, a nossa oração chega a Jesus. Por meio dela, pelo seu exemplo, nós seguimos a Jesus. Ao celebrar esta solenidade, nós somos convidados a imitar Nossa Senhora, modelo de oração e de caridade, conforme o Evangelho anunciado (Lc 1,39-56). O “sim” de Maria, a “serva do Senhor”, se prolonga pelo testemunho da caridade no serviço humilde e generoso a Isabel. O Evangelho ressalta a disponibilidade e a generosidade de Maria em servir, ao mencionar que ela se dirigiu “apressadamente” à casa de Isabel e com ela permaneceu “três meses”. Para participar da glória de Cristo é preciso percorrer o caminho da doação generosa e do serviço humilde, sustentados pelo amor misericordioso de Deus.
Nos lábios de Isabel, encontramos parte da oração da Ave-Maria: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1,42). Dos lábios de Maria brota a belíssima oração de louvor conhecida como “Magnificat”, exaltando a misericórdia de Deus, que “se estende de geração em geração”, na sua vida e na vida de “todos os que o respeitam” (Lc 1, 50). A Assunção de Maria é sinal do cumprimento daquilo que ela mesma afirma: “o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor”; ele “derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes”. A humildade é condição para o serviço ao próximo e para a vivência da caridade em seus múltiplos aspectos.
Neste domingo do Mês Vocacional, estamos concluindo a Semana da Família e considerando, como ocorre a cada ano, a vocação à vida consagrada. Aos irmãos e irmãs na vida consagrada, a nossa sincera gratidão e as nossas preces. Nossa Senhora Assunta ao Céu interceda junto ao seu Filho Jesus pelas pessoas consagradas, sendo sempre modelo de oração, de serviço e de caridade para todos!
Arquidiocese de Brasília
Nenhum comentário:
Postar um comentário