Cristo |
Ele disse: “Quem crê em mim, ainda que morra
viverá, e quem vive e crê em mim, não morrerá para sempre.”
Padre Cesar Augusto dos Santos, SJ
“Senhor como fonte da Vida”
O tema da liturgia deste domingo é o Senhor como
fonte da Vida, como a própria Vida.
Este relato é uma
catequese sobre a ressurreição. Faz parte do tradicionalmente chamado Livro dos
Sinais, do qual é o sétimo e o último sinal realizado por Jesus, segundo o
Evangelho de João.
A primeira leitura fala da reverificação de ossos ressequidos e
o evangelho nos apresenta a belíssima cena conhecida como ressurreição de
Lázaro. O Senhor mostra seu poder não para intimidar o ser humano, mas para
salvá-lo, para trazê-lo à vida e devolver a alegria à sua família.
Se prestarmos bastante atenção nos gestos de Jesus, ele não
restringe sua ação aos momentos limites como a morte, mas ele age trazendo a
saúde, recuperando pessoas envolvidas com situações de morte, enfim perdoando os
pecados. Ele, a Vida, recupera o que estava perdido.
Por isso, supliquemos ao Senhor da Vida que traga harmonia
àquele casal que está com dificuldades no relacionamento conjugal, àquele jovem
que perde sua vida nas drogas, àquele pai de família que gasta o dinheiro do
sustento familiar nos jogos de azar, àquela moça que destrói sua vida através
da prostituição.
Apresentemos ao Senhor aquelas mães que pensam em abortar a vida
que Deus colaborou para que gerassem, aqueles médicos que desejam aliviar o
sofrimento de seus pacientes agindo diretamente contra o dom divino da vida, e
tantos outros casos que conhecemos. Só Deus poderá iluminar essas pessoas,
mostrando-lhes o verdadeiro sentido da vida e dando-lhes coragem para enfrentar com
fé, esperança e caridade essas situações dificílimas.
O Senhor quer nos libertar de todas essas mortes e também
daquela que leva nosso corpo para o cemitério, quer sinalizar que pode muito
mais, que pode nos libertar da morte definitiva. Ele disse: “Quem crê em mim,
ainda que morra viverá, e quem vive e crê em mim, não morrerá para sempre.”
A segunda leitura da liturgia de hoje nos apresenta Paulo
dizendo que não morremos porque, no batismo, assumimos essa vida dada a nós,
por Jesus, em sua cruz e ressurreição. A partir do batismo, da profissão de fé
em Jesus, viveremos, mesmo que, aparentemente, estejamos mortos. Aí não será
uma reanimação do corpo ou revivificação como em Lázaro, que voltou à vida e
depois morreu de novo, mas ressurreição, ou seja, Jesus nos dá a vida sem fim e
plena, sem doenças, sem drogas, sem desavenças.
Ele nos dará aquilo que desejamos: vida saudável, ao lado das
pessoas queridas que amamos, ao lado do Pai, de Maria, de todos os santos, e
para sempre. Essa vida já pode começar agora, se colocarmos em prática a
renúncia à cultura de morte, renúncia feita no batismo e, simultaneamente,
colocarmos também em prática a profissão de fé na cultura de vida trazida por
Jesus.
Que a graça de Deus nos conduza à opção pela Vida, em todos os
momentos de nossa caminhada. Que nossa religiosidade nos leve a colocar em
prática a ordem de Jesus: “Desatai-o e deixai-o ir”. Desatemos os laços de
morte que amarram a nós e a nossos irmãos, e caminhemos juntos para a vida,
como filhos do mesmo Pai, como destinatários que somos todos nós da salvação
trazida por Cristo Jesus, nosso Redentor!
Vatican News
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