Cardeal Dom Sérgio da Rocha Administrador Apostólico da Arquidiocese de Brasília |
“Daí graças ao Senhor porque ele é bom! Eterna é a sua misericórdia”. Assim rezamos, hoje, com o Salmo 117, continuando a expressar o nosso louvor pela Páscoa da Ressurreição do Senhor. A Igreja nos pede que “os cinquenta dias entre o Domingo da Ressurreição e o Domingo de Pentecostes sejam celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia de festa”.
O segundo Domingo da Páscoa é denominado “Domingo da Divina Misericórdia”, conforme estabeleceu São João Paulo II. O Papa Francisco afirmou que “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai”. O Evangelho segundo João (Jo 20,19-31) nos apresenta o primeiro encontro de Jesus com os seus discípulos, após a paixão e a morte na cruz. Apenas o “discípulo amado” havia permanecido aos pés da cruz, com as santas mulheres, conforme o relato joanino da Paixão. Contudo, depois de ter sido traído e abandonado, Jesus Ressuscitado reencontra os seus discípulos, desejando-lhes a paz, transmitindo-lhes o dom do Espírito e a missão de perdoar. Ao invés de cobrar explicações ou de condenar, Jesus lhes oferece a paz e propõe o perdão.
O texto meditado ressalta a figura do apóstolo Tomé. Ele não estava na comunidade dos discípulos, quando o Senhor se colocou no meio deles, e nem acreditou no testemunho dado por eles. Por isso, não foi capaz de fazer a experiência do encontro com o Ressuscitado. Num segundo momento, estando novamente com os discípulos, ele encontrou Jesus. Numa atitude de fé, Tomé se prostrou diante dele, proclamando: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,28). O Evangelho nos mostra, assim, a importância de estar na comunidade dos discípulos, a Igreja, para encontrar Jesus Ressuscitado e alimentar a fé.
Os Atos dos Apóstolos (At 2,42-47) nos descreve como era a vida da primeira comunidade cristã. “Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações”, e partilhavam os seus bens. Hoje, cada comunidade é chamada a viver assim, para ser reconhecida, de fato, como comunidade cristã.
Continuemos a rezar pela superação da pandemia no Brasil e no mundo, lembrando-nos, de modo especial, dos enfermos e das pessoas falecidas, dos seus familiares e de todos os que estão a serviço dos doentes nas casas e nos hospitais, aos quais expressamos a nossa profunda gratidão. Sejamos testemunhas da esperança e da caridade, sendo mais fraternos e solidários com os que mais sofrem.
Folheto: "O Povo de Deus"/Arquidiocese de Brasília
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