Neste período da Pandemia do COVID-19, estamos vivenciando experiências singulares jamais imaginadas pela nossa geração. (ANSA) |
Graças a generosa dedicação dos nossos agentes da
Pascom, foi possível levar, através dos vários meios de comunicação, “a Igreja”
às casas. Com eles “redescobrimos e evidenciamos a necessidade do cuidado mútuo
e de proteger os nossos vínculos como cidadãos e colaboradores do bem comum,
não como indivíduos isolados, mas como membro de uma família”.
Padre Arnaldo Rodrigues
O Decreto sobre o apostolado dos
leigos Apostolicam Actuositatem (18 nov. 1965), do Concílio
Vaticano II, nos recorda vivamente a importância da participação ativa dos
leigos na vida e ação da Igreja, de modo particular, colaborando com os pastores
no apostolado para o bem dos membros todos do Povo de Deus. “A sua ação dentro
das comunidades eclesiais é tão necessária que, sem ela, o próprio apostolado
dos pastores não pode conseguir, a maior parte das vezes, todo o seu efeito.
Porque os leigos com verdadeira mentalidade apostólica, à imagem daqueles
homens e mulheres que ajudavam Paulo na propagação do Evangelho (cfr. At. 18,
18, 20; Rom. 16, 3), suprem o que falta a seus irmãos e revigoram o espírito
dos pastores e dos outros membros do povo fiel (cfr. 1 Cor. 16, 17-18)”[1].
Neste período da Pandemia do
COVID-19, estamos vivenciando, nos diversos âmbitos (social, familiar,
religioso, etc.), experiências singulares jamais imaginadas pela nossa geração.
Para muitos, essa nova realidade pode ser apenas um acontecimento negativo e
fatal na própria história da humanidade. Obviamente, existe o drama do
sofrimento causado pelo aumento de vítimas fatais, pelo aumento do número de
pessoas hospitalizadas, pelo risco de contaminação daqueles que estão na linha
de frente (médicos, enfermeiros, policiais, motoristas dos transportes
públicos, funcionários de farmácias e supermercados etc.), e pelos que vivem
sozinhos sem nenhum auxílio ou por simplesmente viverem sozinhos e com medo.
Não obstante os problemas, mirando o olhar no Ressuscitado, somos convidados em
meio ao caos, a termos atitudes de esperança e fé, atitudes verdadeiramente humanas
e solidárias.
Dentre as diversas manifestações de
solidariedade em benefício do Povo de Deus, destaco o trabalho e missão dos
agentes da Pastoral da Comunicação (PASCOM). Graças a generosa dedicação dos
nossos agentes, foi possível levar, através dos vários meios de comunicação, “a
Igreja” às casas. Com eles “redescobrimos e evidenciamos a necessidade do
cuidado mútuo e de proteger os nossos vínculos como cidadãos e colaboradores do
bem comum, não como indivíduos isolados, mas como membro de uma família”[2].
Diante da preocupação dos pastores de não deixar
faltar aos fiéis os bens espirituais da Igreja, principalmente os auxílios da
Palavra de Deus e dos sacramentos (cf. can. 213), observa-se um volume sem
precedentes de conteúdos religiosos e litúrgicos nas redes. As iniciativas são
inúmeras: algumas mais simples e outras mais estruturadas, mas todas com o
mesmo objetivo: manter os fiéis interligados entre si e unidos como comunidade
orante. Por um lado, mais do que fornecer uma plataforma de conteúdo, a
necessidade inicial foi de criar vínculos de forma virtual. Por outro, embora
já existente, começaram a ser potencializados os ambientes para as formações
cotidianas.
As transmissões das
celebrações litúrgicas, dos momentos de adorações ou orações do rosário, das
meditações e também das ações sociais em favor da população mais frágil, foram
realizadas graças a dedicação e disponibilidade dos nossos irmãos e irmãs da
PASCOM. O Documento de Aparecida – retomando a Exortação Apostólica Evangelii
nuntiandi do Papa Paulo VI – afirma que os meios de comunicação
“[colocados] a serviço do Evangelho, [...] oferecem a possibilidade de difundir
quase sem limites o campo da audiência da Palavra de Deus, fazendo chegar a Boa
Nova a milhões de pessoas”[3].
Antes e durante a Semana Santa, foram inúmeras as transmissões
realizadas pelos meios de comunicação convencionais (Rádio e TV) e pelas redes
sociais (Facebook, Instagram, Youtube e Twitter).
Quão importante foi o auxílio dos agentes da PASCOM aos sacerdotes durante as celebrações
litúrgicas e ações sociais. Este apostolado possibilitou que os fiéis
permanecessem “conectados” entre si e com sua paróquia. Milhares de agentes por
todo o Brasil, não mediram esforços para que milhões de fiéis, juntamente com
seus familiares e amigos, pudessem acompanhar e “participar” das missas, dos
momentos de adoração, dos terços e tantos outros instantes espirituais e
formativos. De modo inovado, ajudaram as “Igrejas domésticas”, a celebrar os
mistérios da vida de Cristo.
Neste ínterim de isolamento domiciliar, as respostas dos que
acompanharam e rezaram por meio das transmissões, foram inúmeras manifestações
de carinho e agradecimento. Fotos, áudios, vídeos e textos, preencheram, e
continuam a preencher, os feeds de
notícias e comentários. Esta resposta positiva no tocante ao apostolado dos
agentes da PASCOM, nos recorda a mensagem do Papa Francisco sobre a cultura do
encontro proporcionada pelos meios e comunicação: “Neste mundo, os mass-media podem
ajudar a sentir-nos mais próximo uns dos outros; a fazer-nos perceber um
renovado sentido de unidade da família humana, que impele à solidariedade e a
um compromisso sério para uma vida mais digna. Uma boa comunicação ajuda-nos a
estar mais perto e a conhecer-nos melhor entre nós, a ser mais unidos”[4].
Infelizmente, nem todos os agentes são recordados por este belo
apostolado que possibilita o fiel continuar participando, de modo singular, da
vida da sua comunidade, mesmo estando em sua casa. Quantos fiéis, nem mesmo
sabem da existência destes agentes e de suas contribuições. Isto não deve
desmotivar-nos. Pelo contrário, pois nunca foi tão essencial este empenho
pastoral da PASCOM em nosso país como agora. Neste tempo de desafios, podemos
com muita boa-vontade, paciência, criatividade e alguma técnica, obter bons
resultados na evangelização e fazendo com que a mensagem de Cristo chegue,
através dos meios de comunicação, a um número cada vez maior de pessoas. Diante
disto, é muito importante o nosso agradecimento aos agentes da PASCOM por toda
dedicação, por colocarem em prol da Igreja os dons recebidos por Deus.
Comunicação é relacionamento, encontro e histórias, principalmente
no modo de comunicar cristão, é testemunho como nos recorda o próprio Papa
Francisco: “E a nossa comunicação deve ser testemunho. Se quiserdes
comunicar apenas uma verdade sem bondade e beleza, parai, não o façais. Se
quiserdes comunicar uma verdade aproximativa, mas sem vos envolverdes, sem
testemunhardes com a própria vida, com a própria carne, parai, não o façais. Há
sempre a assinatura do testemunho em cada coisa que fazemos. Testemunhas. Ser cristão significa
ser testemunha, ‘mártir’. Esta é a dimensão ‘martirial’ da nossa vocação:
sermos testemunhas”[5]. Desta forma, reforçamos o nosso apelo
aos agentes da PASCOM, continuem incansavelmente este apostolado de “ser
presença” na vida das pessoas, irradiando “ações próprias do campo da
comunicação com o sentido pastoral”.[6] Avante e Coragem!
__________________
[1] Cf. Decreto Apostolicam
Actuositatem, n. 10. In: Compêndio
do Vaticano II. Constituições, Decretos, Declarações, Petrópolis: Ed. Vozes
1968, 527-564.
[2] Dom Orani João
Tempesta (Card.), Discurso
ao clero.
https://drive.google.com/file/d/1W5UoddTrUZK6ItKRCTyOSUCjmAtjdPHO/view
[3] Conselho Episcopal
Latino-Americano, Documento
de Aparecida, 2a ed., Brasília-São
Paulo 2007, n. 485.
[4] Papa Francisco, Mensagem
para o 48o Dia mundial das
comunicações sociais. [Acesso: 15.04.2020], http://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/communi>
cations/documents/papa-francesco_20140124_messaggio-comunicazioni-sociali.html
[5] Papa Francisco, Discurso
aos funcionários do Dicastério para a comunicação. [Acesso: 15.04.2020], http://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2019/septe>
mber/documents/papa-francesco_20190923_dicastero-comunicazione.html
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