- Autor: Jesús Urones / Lancelot
- Fonte: Católico, Defiende tu Fe (http://www.catolicodefiendetufe.org/)
- Tradução: Carlos Martins Nabeto
5. COMENTÁRIO DE JOÃO CALVINO SOBRE A COLUNA DA VERDADE
Quando postei este artigo em um Fórum [de Discussão], um irmão acrescentou este outro ponto, que considero muito importante. Transcreverei aqui, não sem antes agradecer a Lancelot pela contribuição:
- “Comentário de João Calvino à 1ª Epístola de São Paulo a Timóteo:[*] 15. ‘Como os homens devem portar-se na casa de Deus’: Nessas palavras, ele enaltece a importância e a dignidade do ofício pastoral, pois os pastores são como que despenseiros a quem Deus tem confiado a incumbência de governar sua casa. Se um homem é responsável por uma grande família, então deve ele trabalhar dia e noite com grande diligência para que nada saia errado em função de algum descuido, inexperiência ou negligência. Se tal cuidado é indispensável em relação a meros seres humanos, quanto mais em relação ao Criador deles.”
Partimos do grande amor com que São Paulo fala do Ministério Eclesial. Segundo Calvino, o pastor é o “despenseiro” (gr., “episcopos”) que governa sua Casa (a de Deus). “Superintendência” é outro termo para descrever o grego “episcopos”. Mas esclareço: Calvino odeia os Bispos por serem “papistas”.
- “‘Na casa de Deus’: há boas razões para Deus chamar a Igreja de sua casa, pois Ele não só nos tem recebido como seus filhos mediante a graça da adoção, mas também, Ele mesmo, habita pessoalmente entre nós”.
Uma simples e breve, porém bela forma de descrever a Igreja como Casa de Deus: somos seus filhos; portanto, sua Casa é a nossa Casa, e Ele habita em nós e entre nós. Com efeito, Deus habita na Igreja (nós) assim como nós habitamos na Casa de Deus. Em linguagem católica, diríamos: uma família pela Aliança de Deus conosco.
Mas é aqui que de fato inicia o nosso tema:
- “[Coluna e fundamento da verdade]: Ao ser denominada ‘coluna e fundamento da verdade’, tal dignidade atribuída à Igreja não é algo ordinário. Ora, que termos mais sublimes poderia ele ter usado para descrevê-la? Porquanto não existe nada mais venerável e santo do que aquela verdade que abrange tanto a glória de Deus quanto a salvação do homem. Fossem todos os louvores que os admiradores esbanjam em referência à filosofia pagã, reunidos num montão, o que seria isso comparado com a excelência dessa sabedoria celestial, a única que leva o título de ‘a luz e a verdade’ e ‘a instrução para a vida’ e ‘o caminho’ e ‘o reino de Deus’? Esta verdade, porém, só é preservada no mundo através do ministério da Igreja. Daí, que peso de responsabilidade repousa sobre os pastores, a quem se tem confiado o encargo de um tesouro tão inestimável!”
Primeiramente, é um título que São Paulo dá à Igreja: “coluna e fundamento da Verdade”, dotando (a Igreja) de uma grandeza fora do natural. Calvino elogia este título com que São Paulo fala da Igreja como algo bastante santo e venerável, porque a Verdade eterna, da glória de Deus até a salvação do homem, é sustentada na Igreja.
E mais! Calvino afirma que a Verdade eterna é preservada na terra somente pelo ministério da Igreja, exigindo uma grande responsabilidade especialmente dos pastores (observe que ele fala aqui de “pastores”, evitando com o máximo cuidado empregar a palavra “episcopos”, “Bispo”).
Aqui o ódio sai à luz: Calvino – que começa falando maravilhas do ministério da Igreja, Casa de Deus e real fundamento da Verdade sob a responsabilidade dos Bispos – percebe que está fora deste maravilho edifício e que atentou contra o Corpo de Cristo! Então, contradiz a si mesmo, numa tentativa desesperada de justificar o seu comportamento sectário (de dividir e destroçar o Corpo de Cristo), começando assim a cuspir veneno:
- “Quão cínicas são as bagatelas que os papistas inferem das palavras de Paulo, de que todos os seus absurdos devam ser considerados oráculos de Deus, visto que são colunas da verdade e, portanto, infalíveis!”
Começa por levantar um muro entre ele e a Igreja, chamando-a de “papistas”; e, depois de ter assegurado que o ministério da Igreja sustenta a Verdade, rejeita que a mesma possa falar em nome de Deus, contradizendo a própria Escritura. E atira uma falácia: a igreja é “infalível”. É claro que nós podemos nos equivocar: nós somos a Igreja; ela é composta por homens pecadores, que procuram superar suas limitações com a graça de Deus! Quem é infalível é o Espírito Santo! Por isso, quando os pastores (como menciona Calvino, que não os quer chamar de “episcopos” porque sabe que os verdadeiros Bispos possuem ministério apostólico e magisterial) falam como Igreja com o poder do Espírito Santo (ex cathedra), são infalíveis, porque assim o decidiram o Espírito Santo e a Igreja (cf. Atos 15,28).
- “Em primeiro lugar, porém, temos de examinar por que Paulo honra a Igreja com um título tão proeminente. Evidentemente, ele desejava, ao realçar aos pastores a grandeza de seu ofício, lembrá-los com que fidelidade, diligência e reverência devem desempenhá-lo, e ao mesmo tempo quão terrível é a retribuição que os aguarda, caso, por sua culpa, esta verdade, que é a imagem da glória de Deus, a luz do mundo e a salvação dos homens, seja prejudicada. Certamente, esse pensamento deve imbuir os pastores da gradiosidade de sua tarefa; não para desencorajá-los, mas para compeli-los a uma vigilância mais intensa”.
Depois do ódio com que chama a Igreja de “papistas”, reduz bastante o sentido bíblico. Não é que seja mentira, mas é isso e muito mais. Lógico! Se a Igreja é “a coluna e o fundamento da Verdade”, seus responsáveis / despenseiros / superintendentes / sucessores dos Apóstolos / pastores / BISPOS devem ter em mente com que fidelidade e reverência devem desempenhar seus ministérios! Não é qualquer coisa! É a Casa de Deus! Não proclamam uma ideologia, mas a Verdade eterna! Por isso mesmo, serão julgados com maior rigor “porque a quem muito se deu, muito se lhe exigirá” (Lucas 12,48), se culposamente distorceram a Imagem de Cristo. Com efeito, devemos trabalhar com temor e tremor para a nossa salvação (cf. Filipenses 2,12), e com a máxima vigilância em sustentar a Verdade no Magistério da Igreja.
Ninguém afirma o contrário! A seguir, Calvino ensina:
- “Daqui se torna fácil deduzir o sentido que tinham as palavras de Paulo. A Igreja é a coluna da verdade porque, através de seu ministério, a verdade é preservada e difundida. Deus mesmo não desce do céu para nós, nem diariamente nos envia mensageiros angelicais para que publiquem sua verdade, senão que usa as atividades dos pastores, a quem destinou para esse propósito. Ou, expondo-o de maneira mais simples: não é a Igreja a mãe de todos os crentes, visto que ela os conduz ao novo nascimento pela Palavra de Deus, educa e nutre toda a sua vida, os fortalece e finalmente os guia à plenitude de sua perfeição? A Igreja é chamada coluna da verdade pela mesma razão, pois o ofício de ministrar a doutrina que Deus pôs em suas mãos é o único meio para a preservação da verdade, a qual não pode desaparecer da memória dos homens”.
Em todo este parágrafo, a única coisa que não estaria em consonância com as Escrituras seria absolutizar a expressão, passando para “único sentido que tinham as palavras de Paulo”. É sim neste sentido e no sentido pleno de ser Magistério inspirado pelo Espírito Santo.
A Igreja não apenas defende e espalha a Verdade, como também a proclama e é conduzida pelo Espírito Santo à verdade plena (cf. João 16,13), isto é, vai cada vez mais compreendendo o Mistério de Deus (o que os teólogos chamam de “desenvolvimento”). A verdade já foi dita em Jesus Cristo, Palavra Eterna do Pai, mas a nossa compreensão dessa verdade, desse Mistério de Deus, dessa Palavra de Deus, ou seja, desse Cristo, é guiada pelo Espírito Santo.
A Igreja não só é Mestra, Mãe que regenera pela Palavra de Deus mediante o Batismo (cf. 1Pedro 3,21), que nos alimenta através dos Sacramentos, que nos leva por esta graça e penitência a procurar a perfeição. Ela não apenas nos compartilha a Sã Doutrina Apostólica e Bíblica, como também é a Esposa de Cristo, que brotou do lado de Cristo assim como Eva brotou do lado de Adão, e brotou como Sangue e Água, símbolo dos Sacramentos!
E não é apenas isso; é ainda o Corpo de Cristo e, por isso, Ele é a Cabeça, move os Seus membros e os dirige. Não podemos mutilar tão precioso Corpo através de divisões! “Que todos sejam um, Pai” (João 17,21).
É ainda a responsável por perpetuar o Sacrifício de Cristo na Eucaristia e anunciar o Evangelho a todas as nações. Sem a Igreja, a Salvação de Cristo não se perpetua no tempo.
- “Em consequência, essa recomendação se aplica ao ministério da Palavra, pois se ela for removida, a verdade de Deus desvanecerá. Não é que ela seja menos infalível se os homens não lhe prestam seu apoio, como alguns papistas ociosamente alegam. É chocante blasfêmia afirmar que a Palavra de Deus é falível até que obtenha da parte dos homens uma certeza emprestada. O sentido que Paulo dá é o mesmo de Romanos 10.17: ‘E assim, a fé vem pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Deus’. Sem ouvir a pregação não pode haver fé. Portanto, em relação aos homens, a Igreja mantém a verdade porque, por meio da pregação, a Igreja a proclama, a conserva pura e íntegra, a transmite à posteridade. Se não houver ensino público do evangelho, se não houver ministros piedosos que, por sua pregação, resgatem a verdade das trevas e do esquecimento, as falsidades, os erros, as imposturas, as superstições e a corrupção de toda sorte assumirão imediatamente o controle. Em suma, o silêncio da Igreja significa o afastamento e a supressão da verdade. Não há nada absolutamente forçado nesta exposição da passagem”.
Calvino faz aqui uma apologia à pregação da Igreja baseada nas Escrituras. E afirma: “Não há nada absolutamente forçado nesta exposição da passagem”. Mas há! Isto porque afirma: “É chocante blasfêmia afirmar que a Palavra de Deus é falível até que obtenha da parte dos homens uma certeza emprestada”. É exatamente o mesmo erro dos filhos de Calvino (os “evangélicos”) que imaginam que a inspiração depende dos homens porque a Igreja, com a sua autoridade provinda do Espírito Santo, discerniu as Sagradas Escrituras.
Erro garrafal! O que a Igreja fez foi discernir sobre quais são os Livros Sagrados; e ao discerni-lo, proclamá-los como Palavra de Deus com a autoridade do Espírito Santo.
O Espírito Santo guiou a Igreja na tarefa de discernir quais Livros eram totalmente inspirados e, com essa autoridade de ser a Igreja que fala com o poder do Espírito Santo, afirmou: estes Livros sim; estes, não! Quem mais teria tal autoridade? Como irão crer nos livros que a Igreja Católica discerniu aqueles que não creem na autoridade da Igreja Católica?
Calvino julgou mal a autoridade da Igreja porque imaginou que a Igreja dizia que a Palavra de Deus era incerta até que a própria Igreja o afirmasse! A Palavra de Deus não é incerta: acusação falsa! O que era incerto era saber quais Livros eram Palavra de Deus e quais não eram. Nunca foi dito que foi a Igreja quem converteu os Livros da Bíblia em Palavra de Deus, como se possuísse algum poder mágico, mas que pôde discernir em quais Livros Deus havia falado para todas as gentes de todos os tempos.
Em outras palavras: a Igreja não dizia que conferiu poder à Bíblia para ser Palavra de Deus; a Igreja discerniu quais Livros eram Palavra de Deus e, com sua a autoridade, fixou o Cânon. Logo, Calvino erra nessa acusação. Mas não erra nisto: “O silêncio da Igreja significa o afastamento e a supressão da verdade”.
A seguir, Calvino põe foco na Igreja à qual chama “papistas”:
- “Agora que descobrimos a intenção de Paulo, voltemo-nos para os papistas. Seu primeiro erro é o de transferir este enaltecimento da Igreja para si mesmos, porquanto eles se cobrem com plumas emprestadas. Presumindo que a Igreja fosse exaltada acima do terceiro céu, tal coisa não tem nada a ver com eles”.
1º) Calvino “determina” o que São Paulo quis dizer, reduzindo-o. Isto é desonestidade contra as Escrituras, já que focaliza as palavras de São Paulo e as absolutiza.
2º) A Igreja não aplica esse elogio a si mesma; é Deus quem o aplica através das palavras de São Paulo! A Única Igreja não precisa se apropriar de nada como fazem as seitas (divisões) que, ao se separarem do tronco, precisam se autonomear, se auto-elogiar, se autodeterminar e se auto-salvar. A Igreja que foi instituída por Deus (cf. Mateus 16,18), não se autoproclama em nada; recebe tudo como dom e graça de Deus. A Igreja nunca afirmou: “eu me autoproclamo a partir de agora ministradora das graças de Deus”; foi Deus quem o fez! A Igreja nunca afirmou: “eu me autoproclamo a partir de agora edificada sobre Pedro”; foi Deus quem o fez! A Igreja nunca afirmou “eu sou a partir de agora a coluna e o fundamento da Verdade”; foi Deus quem o fez! Os que se separam desta únida Igreja (una, santa, católica e apostólica) são os que a partir de agora precisam se autodenominar como bem lhes pareça. Quem é então que “se cobre com plumas emprestadas”?
3º) Trata-se de uma opinião pessoal sem fundamento bíblico nem teológico. Simplesmente Calvino quis sustentar isso gratuitamente: “Não tem nada a ver com os católicos porque eu assim o afirmo e ponto final”.
Mais ainda! É possível inverter totalmente a passagem contra eles, porque se a Igreja “é a coluna da Verdade”, logo a Igreja não está com eles, pois a verdade não só “estaria sepultada, como ainda horrivelmente destroçada e lançada sob os seus pés”.
Qualquer pessoa pode pinçar trechos da Escritura e fazer acusações. Mas a proposição será falsa:
-> Se a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade, logo não pode sustentar mentira;
–> Se a Igreja sustenta mentira, deixa de ser coluna e fundamento da verdade;
—> Se a Igreja deixa de ser coluna e fundamento da verdade, não pode se sustentar com forças humanas;
—-> Se a Igreja não pode se sustentar com forças humanas, se sustenta porque é Deus quem a edifica: Deus a sustenta!
—–> Se Deus sustenta a Igreja, o Inferno não poderá vencê-la (cf. Mateus 16,18);
—–> Se Deus sustenta a Igreja, é porque assim o prometeu (v. toda a Escritura).
–> Se a Igreja sustenta mentira, deixa de ser coluna e fundamento da verdade;
—> Se a Igreja deixa de ser coluna e fundamento da verdade, não pode se sustentar com forças humanas;
—-> Se a Igreja não pode se sustentar com forças humanas, se sustenta porque é Deus quem a edifica: Deus a sustenta!
—–> Se Deus sustenta a Igreja, o Inferno não poderá vencê-la (cf. Mateus 16,18);
—–> Se Deus sustenta a Igreja, é porque assim o prometeu (v. toda a Escritura).
Até aqui, concluímos que se a Verdade foi sepultada e destruída pela Igreja, então Deus não cumpriu a sua promessa de sustentá-la e preservá-la até o fim. E disto se segue:
—–> Se Deus deixa de sustentar a Igreja, então o Deus da Bíblia pode mentir;
—-> Se Deus mente, então Ele não é Deus;
—> Se não é Deus, a Bíblia não é Palavra de Deus, porque mente sobre Deus.
—-> Se Deus mente, então Ele não é Deus;
—> Se não é Deus, a Bíblia não é Palavra de Deus, porque mente sobre Deus.
No entanto, o problema aqui é: a Igreja realmente sustentaria a mentira, destruiria a verdade? Ou o pecado humano teria ganho espaço na Igreja? Porém, afirma São Paulo: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” [Romanos 5,20]. A Igreja, apesar de ter em seu seio homens perversos (o trigo e o joio crescem juntos, cf. Mateus 13,30), JAMAIS ensinou doutrinas falsas. Apesar do pecado dos homens, a Igreja (por pura graça de Deus) manteve a Sã Doutrina. O fato de muitos homens não a terem acolhido em seus corações, é outra história! Mas desta experiência brotou a magnânima graça de Deus que superabundou: São Carlos Borromeo, Santo Inácio de Loyola, Santa Teresa de Jesus, entre muitos outros Santos [no período da Reforma Protestante].
Quando o pecado do homem obscurece o Corpo de Cristo, o Espírito Santo preserva a Igreja do próprio Inferno; a Igreja ainda é sustentada apesar de nós, que a conformamos.
Pois bem: talvez Calvino não fizesse a mínima ideia do que o seu movimento – a Reforma – iria produzir: divisão após divisão, distorção da verdade após distorção da verdade, heresia após heresia. Por exemplo: relata-se que Lutero, já idoso e doente, ao ver os efeitos do seu movimento (divisão entre eles mesmos, etc.), afirmou que NÃO era isso o que ele buscava, o que ele queria, o que ele acreditava.
Por isso, estas palavras, este pequeno enunciado que ele lançou contra o que considerava uma sociedade demoníaca, eu agora as dirijo ao Protestantismo, como uma exortação de seu próprio pai:
- “Isto é um enigma ou uma sutileza? Paulo não quer que nenhuma sociedade em que a verdade de Deus não mantenha um lugar elevado e conspícuo, seja reconhecida como Igreja”.
Entre todas as denominações protestantes, qual delas possui a Verdade? Não podem ser muitas: deve ser apenas uma ou já não seria Verdade.
Aqui não cabe “minha verdade” e “sua verdade”. Falamos da Verdade!
Dividiram e destroçaram a verdade; cada um levou “um pedacinho”; e, como Calvino mesmo diz, a “sepultaram, horrivelmente destroçada e lançada sob os seus pés”.
O erro de Calvino pode ser um erro de projeção psicológica (enxergou na Igreja Católica a projeção do seu próprio movimento). Por isso afirma:
- “No Papado não há qualquer evidência de tal procedimento, senão unicamente desolação e ruína. Não se encontra entre eles a genuína marca da Igreja”.
Temos aí vários erros. Por exemplo:
- O Papado não é a Igreja Católica, mas parte dela, membro do Corpo único.
- Desolação e ruína havia em grande parte da Igreja, mas aí mesmo superabundou a graça (os Santos, o Concílio de Trento, a verdadeira Reforma da Igreja).
- A marca da Igreja, porém, encontra-se aí sim, pois ela não é um “Clube de Santos” (pois se fossem Santos não precisariam da Igreja que conduz à salvação de Cristo), mas sim um “Hospital de Pecadores” (de todos os chamados a serem Santos ou Santos por vocação). Daqui talvez proceda uma curiosa consciência tradicional protestante: de que os católicos são pecadores asquerosos e eles, pelo contrário, são perfeitos e santos impecáveis!
Calvino encerra o seu comentário ao versículo 15 de 1Timóteo com esta conclusão:
- “A fonte de sua ilusão consiste em que não ponderam que o essencial é que a verdade de Deus seja mantida pela pura proclamação do evangelho, e que seu apoio não depende das faculdades e emoções humanas, e, sim, em algo muito mais exaltado, o qual não deve dissociar-se da Palavra de Deus em sua pureza”.
A Verdade de Deus não é mantida pela mera pregação do Evangelho. Isto é dar ao homem um poder que é apenas de Deus. Pela pregação do Evangelho se espalha a Verdade, mas não só por essa pregação ela se mantém; é o próprio Deus quem a mantém NA IGREJA. Dizer o inverso é contradizer o que ele mesmo diz: que não depende das faculdades e emoções humanas. Por isso, a Igreja encontra-se muito mais elevada, porque brota do lado de Cristo e proclama a Palavra de Deus.
Manter a Verdade não depende da Bíblia, mas de Deus agindo na Sua Igreja, pela qual proclama a Sua Palavra. Para demonstrá-lo, basta uma simples menção: a doutrina da “Sola Spcriptura” [=somente a Bíblia] despedaçou o Corpo de Cristo.
—–
REFERÊNCIAS
Livros:
– COLUNGA, Alberto. “Comentario Bíblico”.
– STRAUBINGER, Juan. “Nuevo Testamento Comentado”.
– SHOKEL, Luis Alonso. “Nuevo Testamento Comentado”.
– La Casa de la Biblia. “Comentario al Nuevo Testamento”.
– [*] CALVINO, João. “Comentário às Cartas Pastorais”. Ed. Fiel, 2009 (N.doT.).
REFERÊNCIAS
Livros:
– COLUNGA, Alberto. “Comentario Bíblico”.
– STRAUBINGER, Juan. “Nuevo Testamento Comentado”.
– SHOKEL, Luis Alonso. “Nuevo Testamento Comentado”.
– La Casa de la Biblia. “Comentario al Nuevo Testamento”.
– [*] CALVINO, João. “Comentário às Cartas Pastorais”. Ed. Fiel, 2009 (N.doT.).
Sites:
– http://foro.catholic.net/
– http://socrates58.blogspot.com.es/
– http://www.cin.org/users/jgallegos/contents.htm
– http://www.davidcox.com.mx/libros/c/Calvino%20-%20Comentario%201%20Timoteo%2099p%20(b).pdf
– http://foro.catholic.net/
– http://socrates58.blogspot.com.es/
– http://www.cin.org/users/jgallegos/contents.htm
– http://www.davidcox.com.mx/libros/c/Calvino%20-%20Comentario%201%20Timoteo%2099p%20(b).pdf
Veritatis Splendor
Nenhum comentário:
Postar um comentário