Dom Sérgio da Rocha Adm. Apost. da Arquidiocese de Brasília |
O Evangelho proclamado, neste domingo, situa-se no contexto da última ceia, véspera da morte de Jesus na cruz. O clima de despedida, com os discípulos inquietos e preocupados, se transforma com as palavras de Jesus portadoras de serenidade e de esperança: “não se perturbe o vosso coração”; “vou preparar um lugar para vós” (Jo 14,1.2). Contudo, não se trata de uma atitude passiva, de comodismo, conforme a resposta de Jesus a Tomé. O discípulo demonstra não saber qual caminho seguir para chegar à morada preparada por Jesus na casa do Pai, ao perguntar-lhe: “como podemos conhecer o caminho?” (Jo 14,5). A resposta de Jesus está no centro da passagem meditada: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). Não se trata apenas de uma bela afirmação, mas de um anúncio de validade permanente na vida e missão da Igreja. Os cristãos de hoje, assim como nos primórdios, necessitam fazer a experiência desta Palavra de Jesus. Hoje, há muita gente buscando o caminho a seguir, a verdade que dá sentido ao caminhar e a vida plena. Jesus é a resposta!
Os primeiros cristãos acreditaram na Palavra de Jesus, vivendo-a em comunidade, como devemos fazer, hoje. A comunidade cristã deve ser sinal e anúncio de Jesus, “o Caminho, a Verdade e a Vida”, no seu modo de viver e de se organizar. Por isso, os apóstolos organizaram melhor o serviço da caridade, para atender os mais pobres, representados pelas viúvas (At 6,1).
Por melhor que uma comunidade deva se organizar, ela jamais poderá ser equiparada a uma simples instituição. Permanecerá sempre uma comunidade de fé, um “edifício espiritual”, alicerçado em Cristo, a “pedra viva” ou a “pedra angular”, segundo os termos empregados pela Primeira Carta de Pedro (1Pd 2,4-6). A imagem da “pedra viva” é aplicada primeiramente a Cristo, a “pedra angular”, mas também aos seguidores de Jesus. Nós somos “pedras vivas” do templo espiritual que é a Igreja. Por isso, somos chamados a ser “sacerdócio santo” e “nação santa”. Ao invés de oferecer sacrifícios de animais, como ocorria no templo de Jerusalém, devemos “oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus”, através de uma vida santa. Entretanto, é preciso crescer e permanecer firmes na fé, pois a rejeição da “pedra angular”, que é Cristo, pode ser sofrida também pelas “pedras vivas” que são os cristãos.
Neste domingo, nós somos convidados a rezar pelas mães, demonstrando-lhes o nosso amor e gratidão por meio de gestos concretos. Obrigado às mães por tanto amor dedicado aos seus filhos. Rezemos pelas mães que mais sofrem, especialmente por causa da pandemia. Continuemos a cuidar, com amor e responsabilidade, da vida que é dom de Deus, recebida através de nossas mães.
Folheto: O Povo de Deus/Arquidiocese de Brasília
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