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O intérprete do Papa Bento XVI em “Dois Papas”
declarou que o ateísmo “é como uma cela sem janelas”
Anthony Hopkins é frequentemente aplaudido como um dos
maiores atores vivos deste planeta. No ano passado, ele interpretou o Papa
Bento XVI no filme “Dois Papas”, dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles e
veiculado mundialmente pela Netflix. Independentemente da veracidade do filme,
cujos fatos e ficções você pode conferir neste artigo,
Hopkins foi bastante elogiado pela sua atuação.
Marcado para sempre como o inesquecível psicopata
Hannibal Lecter de “O Silêncio dos Inocentes” (The Silence of the Lambs)
e de mais quatro filmes em que vive este mesmo assassino, Hopkins não teve no
Papa Emérito o seu primeiro grande papel religioso: ele já havia literalmente
vestido a batina do padre exorcista Lucas Trevant em “O Ritual” (The Rite),
de 2011, inspirado em uma história real de fé e dúvidas radicais diante do
sobrenatural.
Entre idas e vindas reais e fictícias por cenários ligados à
religião, o que pensa Anthony Hopkins sobre a fé religiosa?
O reencontro com Deus na luta contra o álcool
O
próprio ator deu declarações poderosas sobre fé e perspectivas de vida em
diversas ocasiões.
Uma
delas foi em 2018, quando o veterano palestrou a cerca de 500 estudantes aos
quais relatou a sua luta contra o alcoolismo, vício que o fazia sentir-se
“entediado, preso e não confiável”. Ele contou que, em 1975, aos 37 anos,
procurou os Alcoólicos Anônimos porque estava começando a entender que o vício
o transformava num perigo para si próprio e para os outros. Aliás, em
entrevista sobre este mesmo assunto ao apresentador britânico Piers Morgan,
Hopkins já tinha chegado a descrever o alcoolismo como “estar possuído por um
demônio, um vício que eu não conseguia parar”. Nesse contexto de luta por derrotar
a dependência do álcool, uma mulher lhe fez uma pergunta, durante um encontro
dos AA, que seria decisiva para a sua mudança de vida:
“Por que você não confia em Deus?”
Anthony Hopkins se considerava ateu naquela época. Seja por estar no fundo do
poço ou realmente porque se deixou tocar pela graça de Deus, ele aceitou aquele
conselho e, conforme ele próprio relata, o desejo de beber foi arrancado dele e
“nunca mais voltará”.
Uma “cela fechada sem janelas”
Hopkins
já se manifestou também sobre o ateísmo. Em 2011, pouco antes do lançamento de
“O Ritual”, ele deu uma entrevista ao Catholic Herald em que comparou o ateísmo
com “viver numa cela fechada sem janelas”. E acrescentou:
“Eu detestaria viver assim. Hoje nós vemos na televisão muita
gente brilhante que é ateia profissional e que diz que é insanidade ter um Deus
ou acreditar em religião. Bom, que Deus os abençoe por se sentirem assim. Eu
espero que eles sejam felizes. Eu não conseguiria viver com essa ‘certeza’ e me
pergunto sobre alguns deles: por que eles protestam tanto? Como é que eles têm
tanta certeza do que existe lá fora? E quem sou eu para refutar as crenças de
tantos grandes filósofos e mártires ao longo dos séculos?”
Aleteia
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