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O rapaz repetia o gesto de amor e coragem todas as noites. E foi pela janela do hospital que ele viu a mãe morrer
Ocoronavírus está nos deixando histórias comoventes, que cortam o coração. O vírus mudou o mundo e as relações humanas, a ponto de não podermos nos despedir de nossos entres queridos na hora de sua morte.
Não podemos ficar ao lado dos nossos enfermos, não podemos ter contato físico nem acompanhá-los em sua agonia e dor. Mas o jovem palestino Jihad-AlSuwaiti, de 30 anos, demonstrou que o amor por sua mãe é tão especial e poderoso que rompe barreiras. Ele não se importou com a altura do quarto do hospital onde ela estava internada com Covid-19, na cidade de Beit Awwa, na Cisjordânia. Todas as noites, ele escalava a parede do prédio para observá-la através da janela, já que ele não podia entrar no quarto por causa do risco de contaminação. O que será que o rapaz dizia a ela do lado de fora da janela? Só Deus e ele sabem…
E foi da janela que ele viu a mãe, Rasmi Suwaiti, de 73 anos, morrer. Deve ter sido como ver uma vela se apagando lentamente…Muito impactante.
Eu sempre disse que ficaria louco se minha mãe viesse a faltar. Minha dor seria muito forte. Todos os dias, quando falo com ela, ela me diz para ser forte, para que eu me prepare, que tenho uma missão a cumprir aqui, pois eu sempre falo que morreria com ela. Peço a Deus que me dê forças para quando chegar esse momento.
Foi por isso que a história desse jovem palestino me comoveu tanto. Talvez eu fizesse o mesmo, subiria até a janela, sem me importar com a altura. Poder acariciar e beijar sua mãe através do vidro já é um motivo para refletir.
Quantos de nós temos nossa mãe e nosso pai e somos impacientes com eles, falamos mal deles, ficamos sem vê-los, sem abraçá-los e beijá-los! Quanta dor sofreu este jovem que só podia acariciar o vidro frio da janela. Quanta dor passou sua mãe sem saber que seu filho a observava e a acompanhava do lado de fora do quarto! Meus olhos se enchem de lágrimas…
Minha mãe mora com meu pai em outra cidade. Talvez eu seja um pouco imprudente, mas romperei o confinamento e irei até eles hoje mesmo. Queria beijá-los e abraçá-los. Mas não posso colocá-los em risco. Tentarei, então, apenas vê-los. Nem que seja de longe.
Não quero ter que esperar até que o vidro de uma janela me separe da minha mãe ou do meu pai, pois Deus perdoa sempre, mas a Covid-19 não tem misericórdia.
Com informações de OK Diario
Aleteia
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