S. Maria Madalena, Cenni di Francesco (© Musei Vaticani) |
“Apóstola dos Apóstolos”
Deve-se a Santo Tomás de Aquino este
título dado a Maria Madalena, cujo nome deriva de Magdala, onde nasceu, aldeia
de pescadores situada às margens ocidentais do Lago de Tiberíades. O
evangelista Lucas fala sobre ela, no capítulo 8: “Jesus andava pelas cidades e
aldeias anunciando a boa nova do Reino de Deus. Os Doze estavam com ele, como
também algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e
curadas de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete
demônios”.
Equívocos
sobre a sua identidade
Segundo a exegese bíblica, a
expressão “sete demônios” poderia indicar um gravíssimo mal físico ou moral,
que havia acometido a mulher, do qual Jesus a curou. No entanto, a tradição,
que perdura até hoje, diz que Maria Madalena era uma prostituta, porque, no
capítulo 7 do Evangelho de Lucas, narra-se a história da conversão de uma
anônima “pecadora da cidade, que ungia com perfume os pés de Jesus, convidado
de um fariseu; após tê-los banhado com suas lágrimas, os enxugava com seus cabelos”.
Assim, sem nenhuma ligação textual,
Maria de Magdala foi identificada com aquela prostituta anônima. Porém, há mais
um equívoco, como explica o Cardeal Gianfranco Ravasi, biblista e teólogo: “A
unção com óleo perfumado é um gesto feito também por Maria de Betânia, irmã de
Marta e Lázaro, em outra ocasião, como diz o evangelista João. Assim, Maria de
Magdala foi identificada, por algumas tradições populares, com a Maria de
Betânia”.
Aos
pés da Cruz
Maria Madalena aparece ainda nos
Evangelhos no momento mais terrível e dramático da vida de Jesus: quando o
acompanha ao Calvário, com outras mulheres, e o contempla de longe. Ela aparece
também quando José de Arimateia depõe o corpo de Jesus no sepulcro, que fora
fechado com uma pedra. Foi ela, depois do sábado, na manhã do primeiro dia da
semana, quem voltou ao sepulcro e descobriu que a pedra havia sido removida e
correu avisar Pedro e João; eles, por sua vez, foram às pressas ao sepulcro e
viram que o corpo do Senhor não estava mais lá.
Encontro
com o Ressuscitado
Enquanto os dois discípulos voltam
para casa, Maria Madalena permanece diante do sepulcro, em lágrimas. Ali, tem
início um novo percurso: da incredulidade passa, progressivamente, à fé. Ao
olhar dentro do sepulcro, viu dois Anjos, aos quais perguntou para aonde fora
levado o corpo do Senhor. Depois, voltando para fora, viu Jesus, mas não o
reconheceu, pensando que fosse o jardineiro; este lhe perguntou por que estava
chorando e quem estava procurando. E ela respondeu: “Senhor, se tu o tiraste, dize-me
onde o puseste e eu o irei buscar”. Jesus, então, a chama por nome: “Maria!”. E
ela, voltando-se, disse: “Rabôni!”, que, em hebraico, quer dizer “Mestre!”. E
Jesus lhe confia uma missão: “Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai,
mas vai a meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e
vosso Deus”. Então, Maria de Magdala foi imediatamente anunciar aos discípulos:
“Vi o Senhor! E ouvi o que ele me disse” (cfr. Jo 20).
Madalena
proclama a ressurreição de Jesus
Maria Madalena foi a primeira das
mulheres que seguiram Jesus e a proclamá-lo como Aquele que venceu a morte; foi
a primeira apóstola a anunciar a alegre mensagem central da Páscoa. Quando o
Filho de Deus entrou na história dos homens, esta mulher foi um daqueles que mais
o amou e o demonstrou. Quando chegou a hora do Calvário, Maria Madalena estava
aos pés da Cruz, junto com Maria Santíssima e São João. Ela não fugiu com medo,
como os discípulos fizeram; não o renegou por medo, como fez o primeiro Papa,
São Pedro, mas sempre esteve presente, desde o momento da sua conversão até ao
Calvário e ao Sepulcro.
Festa
litúrgica de Maria Madalena
Por
desejo do Papa Francisco, a Memória litúrgica de Maria Madalena passou a ser
Festa, a partir do dia 22 de julho de 2016, para ressaltar a importância desta
discípula fiel de Cristo, que demonstrou grande amor por Ele e Ele por ela.
Vatican News
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