Campo - grão de trigo |
Vivemos
em um mundo cada vez mais inquieto e confuso, onde tudo é descartável e deve
ser feito às pressas. Podemos desanimar, claro, mas devemos ficar tranquilos,
pois Deus conhece muito bem toda a situação pela qual passa o mundo e a Igreja.
Pe. Cesar Augusto dos Santos, SJ
«A liturgia de hoje nos propõe três
parábolas para descrever o Reino de Deus. Elas estão interligadas pelo verbo
“crescer”: o grão de trigo e o joio crescem juntos; a semente de mostarda
cresce até se tornar uma grande árvore; o fermento na farinha faz crescer a
massa.
Diante das dificuldades e da fraqueza
humana, Jesus conta a parábola do joio, para expressar a grandeza de Deus. Aos
empregados, que pedem para arrancar o joio, que cresce com o trigo, Jesus diz
“não”, para não acontecer que, arrancando o joio, seja arrancado também o
trigo. Por isso, era preciso deixá-los crescer juntos até à colheita!
Os empregados ficam surpresos com
Jesus porque sofrem de impaciência - atualíssima em nossos dias - que resulta
sempre em medo, pouca reflexão e muitas decisões tomadas com ímpeto.
Interessante notar que Jesus não
coloca a culpa simplesmente no joio, mas constata que foi “algum inimigo que o
misturou com o trigo”!
Nesta parábola, Jesus serve-se de
imagens da vida no campo dando espaço à iniciativa e à paciência infinita de
Deus, na qual encontramos a misericórdia, que transforma tudo.
Vivemos em um mundo cada vez mais
inquieto e confuso, onde tudo é descartável e deve ser feito às pressas.
Podemos desanimar, claro, mas devemos ficar tranquilos, pois Deus conhece muito
bem toda a situação pela qual passa o mundo e a Igreja. “O joio também existe
dentro da Igreja e entre os que Deus escolheu para o seu serviço. Mas o trigo
não foi sufocado pela semeadura da injustiça” (Bento XVI).
A erva daninha e o trigo demonstram
duas realidades bem diferentes entre si, mas devem ser apartadas e discernidas.
A expressão final da parábola “fogo, choro e ranger de dentes” nada mais é que
o símbolo da dor e da raiva, provocados pelo remorso de se excluir Deus das
nossas vidas; Ele respeita a nossa liberdade.
O ponto enfático da parábola é o
forte contraste entre o pensamento de Deus - paciente e tolerante - e a
intolerante rigidez dos seus servos e, hoje, de nós, em relação ao próximo e à
nossa comunidade: o bem e o mal lutam incessantemente dentro de nós.
Por isso, somos convidados a ser
pacientes, tolerantes e misericordiosos.
As três parábolas: o joio e o trigo,
a semente de mostarda e o fermento representam o amor e a graça de Deus para
conosco, mas também a sua paciência na construção do Reino!».
(Reflexão
do Padre Carlos Henrique Nascimento para
o XVI Domingo do Tempo Comum)
Vatican News
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