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(Lib. 3,3) (Séc.XV)
Eu ensinei os meus profetas
Ouve, filho, minhas palavras suavíssimas, que superam toda a ciência dos filósofos e sábios deste mundo. Minhas palavras são espírito e vida (cf. Jo 6,63), não ponderáveis por humanas inteligências.
Não devem ser puxadas para a vã complacência, mas escutadas em silêncio, acolhidas com total humildade e afeição íntima.
Eu disse: Feliz a quem instruis, Senhor, e lhe ensinas tua lei para que o alivies nos dias maus (Sl 93,12-13) e para que não se sinta abandonado na terra.
Eu, diz o Senhor, ensinei no início aos profetas e até hoje não cesso de falar a todos. Porém muitos, à minha voz, são surdos e endurecidos.
Muitos se comprazem em atender ao mundo mais que a Deus; com maior facilidade seguem os apetites de sua carne do que a vontade de Deus.
O mundo promete coisas temporárias e pequeninas e é servido com imensas cobiças. Eu prometo bens sublimes e eternos e se entorpecem os corações dos mortais.
Quem me serve e obedece com tanto empenho em todas as coisas, quanto se serve ao mundo e aos seus senhores?
Cora de vergonha, servo preguiçoso e descontente, porque aqueles estão mais prontos para se perderem do que tu para viveres.
Mais se alegram aqueles com a vaidade do que tu com a verdade.
E, no entanto, por vezes se frustra sua esperança,ao passo que jamais falha a alguém minha promessa, nem sai de mãos vazias quem em mim confia.
O que prometi, darei; o que falei, cumprirei.
Sou eu o remunerador dos bons e inabalável acolhedor de todos os fiéis.
Escreve minhas palavras em teu coração e rumina-as com cuidado; serão muito necessárias no tempo da tentação.
O que não entendes ao ler, entenderás quando te visitar.
Costumo visitar de dois modos meus eleitos: pela tentação e pela consolação.
E lhes leio diariamente duas lições: uma, arguindo seus vícios; outra, exortando a progredir na virtude.
Quem tem minhas palavras e delas faz pouco caso, terá quem o julgue no último dia (cf. Jo 12,48).
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