Anatoly Tiplyashin | Shutterstock |
Ela conta que teve um instinto inconsciente e, quando percebeu, estava com os bebê nos braços. Parte do hospital em que ela e as crianças estavam desabou e 18 pessoas morreram.
Aexplosão que aconteceu no porto de Beirute no dia 4 de agosto de 2020 deixou pelo menos 137 mortos. O número de feridos pode chegar a 50 mil e ainda existem muitos desaparecidos. Autoridades civis dizem que há cerca de 300 mil desabrigados na cidade.
O fotógrafo Biliam Jawich, que mora nas redondezas de Beirute, foi para as ruas depois da explosão para documentar a devastação provocada pela tragédia.
Ele não esperava, entretanto, se deparar com uma imagem tão poderosa de drama e esperança. O fotógrafo encontrou, no meio dos escombros, uma figura feminina e descreveu a cena para a CNN:
“Fiquei impressionado ao ver a enfermeira que tinha, em seus braços, três recém-nascidos. Observei a calma da mulher, que contrastava com a atmosfera circundante. A apenas um metro dali, havia vários mortos e feridos. Apesar disso, a enfermeira parecia ter uma força escondida, que lhe dava um forte autocontrole e uma capacidade de manter salvos os bebês. Ela se diferenciava das muitas pessoas em meio à circunstância violenta, sombria e malvada. A enfermeira estava à altura de seu trabalho”.
Jawich/Facebook |
A enfermeira contou a Jawich que estava trabalhando na maternidade quando a explosão atingiu o hospital. Ela afirma que foi movida por um instinto inconsciente e, quando percebeu, se viu caminhando com os bebês nos braços.
Parte do edifício do hospital onde a enfermeira trabalhava veio a baixo com as explosões. No local, 12 pacientes morreram, além de dois visitantes e quatro enfermeiras. No entanto, na hora da tragédia, um bebê chamado George nasceu e passa bem.
Vida em meio ao caos
Biliam Jawich escreveu em seu post no Facebook, em que compartilhou a foto da enfermeira com os bebês:
“16 anos como fotógrafo de imprensa e muitas guerras. Posso dizer que nunca vi o que vi hoje na região de Ashrafia, especialmente em frente ao hospital Al Roum”.
Há no mundo e dentro de nós uma força que tenta não deixar a morte vencer, semelhante ao instinto inconsciente de uma corajosa enfermeira que se dá conta que tem três recém-nascidos em seus braços. Ela deu o melhor de si sem pensar.
Tinha também uma mãe que estava dando à luz entre os chacoalhões das paredes. Junto a ela, outros homens e mulheres sem saber o que acontecia lá fora, mas prontos a ajudar um bebê a chorar pela primeira vez.
É bom lembrar que temos essa força dentro de nós, uma força que, apesar dos acontecimentos, faz com que sejamos colaboradores da vida e antagonistas da destruição.
Aleteia
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