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Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
Celebramos neste final de semana o XXI Domingo do Tempo Comum e, na medida em que a liturgia caminha, Nosso Senhor Jesus Cristo vai revelando a sua identidade e o propósito com qual Deus quis revelá-lo. Neste domingo no Evangelho segundo Mateus 16,13-20, Ele pergunta aos discípulos quem os homens dizem ser Ele. Ele queria ouvir dos discípulos o testemunho de sua fé.
Jesus com certeza esperava ouvir dos discípulos aquilo que Pedro disse: “Tu es o Filho de Deus” (cf. Mt 16,16) e não aquilo que a sociedade dizia a respeito Dele. E, a partir disso, uma pergunta surge em nosso coração: Quem é Jesus para nós? Assim como Ele perguntou aos discípulos que diariamente estava com eles quem era Ele para eles, Ele pergunta a cada um de nós hoje: quem é Ele para nós?
Como nós daremos essa resposta a Jesus? Por intermédio da oração, dos joelhos que se dobram diante do seu mistério de amor para conosco, teremos a intimidade com Jesus e poderemos, na verdade, dar nossa resposta a Ele. Isso Ele esperava dos discípulos que diariamente conviviam com Ele, tinham intimidade com Ele, rezavam com Ele e não precisavam repetir aquilo que a sociedade dizia, mas dizer com clareza aquilo que Pedro proclamou.
Isso é o que Ele espera de nós que, por meio da nossa experiencia de fé e de nossa intimidade com Ele possamos dar nossa resposta concreta e objetiva a Ele, respondendo em nosso coração que Ele é o Filho de Deus que devia vir ao mundo, Ele é o nosso Salvador e em toda Santa Missa se dá em alimento a nós.
A partir dessa revelação de Jesus como o Filho de Deus Ele diz a Pedro que não foi um ser humano que lhe revelou aquilo, mas o próprio Deus. De fato, essa revelação não poderia partir de um homem, mas sim de Deus.
Depois disso Jesus proclama Pedro como o primeiro servidor da Igreja. Jesus diz a Pedro que, a partir daquele momento, teria a chave do Reino dos céus e que o poder do inferno não prevaleceria sobre a Igreja. Pois a partir daquele momento o até então Simão se tornaria Cefas, ou seja, Pedra e sobre esta pedra ele edificaria a sua Igreja.
Pedro se tornaria a partir desse momento o primeiro Papa da Igreja, se tornaria o líder do Cristianismo. Após a morte e a ressurreição de Jesus ele, juntamente com Tiago e João, lidera o grupo dos apóstolos como podemos ler nos Atos dos Apóstolos.
Portanto todo Papa que assume o posto de primeiro servidor da Igreja Católica é sucessor de Pedro que foi o primeiro Papa da Igreja. E a tradição do Papa escolher um nome para o exercício do seu Pontificado sem ser o nome de Batismo, vem da origem de Pedro que se chamava Simão e Jesus diz que a partir daquele momento ele se chamaria Pedro.
Neste Evangelho é narrado a origem da Igreja e nos é dada a certeza de que ela iniciou há mais de dois mil anos, instituída pelo próprio Jesus, que deu a missão de governar a Igreja a Pedro. Nós somos continuadores dessa Igreja iniciada com Jesus e os Apóstolos e, como nos diz o próprio Jesus, não podemos deixar que o poder do inferno prevaleça sobre ela.
Na primeira leitura de hoje (cf. Is 22,19-23) observamos como Deus destitui os ricos e eleva os humildes e que ele escolhe aqueles que levarão a sua mensagem ao mundo. Assim como no Evangelho Jesus escolhe Pedro para levar adiante a sua mensagem e governar a sua Igreja, na primeira leitura Deus escolhe Eliaquim, filho de Helcias, para levar a sua mensagem adiante e concretizar a construção do Reino de Deus.
Nesse contexto observamos que Deus pode escolher a cada um de nós para levar a sua mensagem adiante, que não precisamos ser ricos, mas sermos humildes e estarmos de coração aberto para a missão. Deus escolheu os mais pobres de seu reino para levar adiante a sua Palavra de Salvação.
Por fim na segunda leitura deste Domingo (cf. Rm 11,33-36) vemos que toda a glória é para o Senhor. Tudo é Dele hoje e para sempre. E aqueles que governam a Igreja devem fazer tudo para Ele e não por motivo de um benefício próprio.
Portanto, meus irmãos tenhamos essa certeza em nosso coração que Jesus é o Filho de Deus que devia vir ao mundo. E que a Igreja Católica nasceu há mais de dois mil anos atrás e que as portas do inferno nunca prevalecerão sobre Ela. E se temos ainda alguma dúvida dobremos os joelhos diante do Santíssimo Sacramento, criemos uma identidade com Ele para que essa seja uma resposta de fé e seja mais fácil de professarmos.
Fonte: https://www.cnbb.org.br/
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