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Quais são as causas
da multiplicação dos desastres climáticos que estão assolando o nosso mundo?
Redação (02/09/2020 10:47, Gaudium Press) Narra o Gêneses que os homens, após o dilúvio,
falavam todos uma mesma linguagem. Aproveitando-se disso, construíram uma torre
para tocar os Céus e desafiar o próprio Deus. Mas a empreitada não durou muito,
pois a soberba de seus construtores foi logo castigada. Tendo suas línguas
confundidas, não se entendiam mais uns aos outros e tiveram de se dispersar
pela Terra. Da torre de Babel não resta mais nada a não ser sua infeliz memória
e suas sequelas: um mundo onde ninguém se entende…
***
“Novo
normal”: nestes últimos meses tem-se ouvido muito essa fórmula, que – é preciso
admitir – exprime bem a situação em que nos encontramos.
Sem
dúvida, tudo agora é “novo”, até mesmo o próprio conceito de normalidade.
Tornou-se normal receber notícias a respeito de contínuos atos de vandalismo já
sem nenhum objetivo senão causar desordem. Ninguém mais vê como estranho que só
se possa sair à rua com uma máscara no rosto, que haja limite de contingente
para todo tipo de atividade, inclusive – e sobretudo – a frequência a atos de
culto. Enfim, tudo o que antes seria tido como a mais evidente loucura, agora é
visto com o cômodo rótulo de “novo normal”. E o “normal” é algo assaz
simpático: não exige reação, não implica em nenhum esforço. Basta viver e – no
nosso caso concreto – esperar que o caos não venha a alterar a nossa normalidade.
O
problema é que esse novo estado de coisas tem se alastrado para outros campos,
como o clima, por exemplo.
Cada
vez mais especialistas têm deixado cair os queixos diante da recente
instabilidade da natureza. De um lado, vários países encontram-se simplesmente
debaixo d’água; de outro, furacões e ciclones vêm se propagado em tal
quantidade, que o número de tempestades já ultrapassou, em fins de agosto, a
média de uma temporada inteira, que só se encerra no término de novembro; e
para coroar, os Estados Unidos começaram a pegar fogo…
Esse
é, do ponto de vista climático, o “novo anormal” em que estamos
entrando, e talvez o mais preocupante seja que especialistas como o Dr. Kevin
Trenberth, cientista sênior do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica, estimem
que a tendência é piorar.
Qual
é a causa dessa desordem climática? Alguns acharam por bem jogar a culpa em um
“excesso de energia”, causado pelo aquecimento global, que é gasto na forma de
calor, incêndios, ventos e chuvas mais extremos.
A
explicação parece-me demasiado simplista. Se a causa fosse unicamente essa, já
tão estudada e catalogada, os fenômenos seriam mais facilmente previstos pelos
especialistas. Contudo, vemos o contrário: “Em muitos aspectos, os impactos
estão acontecendo de modo mais rápido e com uma maior gravidade do que
prevíamos”, dizia um professor da Universidade Estadual da Pensilvânia. Há,
portanto, alguma causa que escapa à linguagem dos cientistas, das máquinas e
dos cálculos; que é, entretanto, simples e que, por isso mesmo, torna-se
incompreensível para o homem moderno, tão afeito a complicar as coisas.
Encontramo-nos,
portanto, em uma confusão parecida com a da torre de Babel.
Nosso
mundo enorme, desafiante e esmagador quer entender por que está ruindo, mas não
consegue. Pensa ele que sua situação é fruto dos desequilíbrios que causou na
natureza, e talvez em algo tenha razão. Mas isso é apenas um reflexo do
verdadeiro problema: a Babel moderna está desafiando a Deus.
Desista
Babel de suas ridículas utopias e verá desabrochar no mundo o verdadeiro “novo
normal”.
Por Oto Pereira
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