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quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Catástrofes Climáticas, a Torre de Babel e o Novo Normal

Guadium Press

Quais são as causas da multiplicação dos desastres climáticos que estão assolando o nosso mundo?

Redação (02/09/2020 10:47, Gaudium PressNarra o Gêneses que os homens, após o dilúvio, falavam todos uma mesma linguagem. Aproveitando-se disso, construíram uma torre para tocar os Céus e desafiar o próprio Deus. Mas a empreitada não durou muito, pois a soberba de seus construtores foi logo castigada. Tendo suas línguas confundidas, não se entendiam mais uns aos outros e tiveram de se dispersar pela Terra. Da torre de Babel não resta mais nada a não ser sua infeliz memória e suas sequelas: um mundo onde ninguém se entende…

     ***

“Novo normal”: nestes últimos meses tem-se ouvido muito essa fórmula, que – é preciso admitir – exprime bem a situação em que nos encontramos.

Sem dúvida, tudo agora é “novo”, até mesmo o próprio conceito de normalidade. Tornou-se normal receber notícias a respeito de contínuos atos de vandalismo já sem nenhum objetivo senão causar desordem. Ninguém mais vê como estranho que só se possa sair à rua com uma máscara no rosto, que haja limite de contingente para todo tipo de atividade, inclusive – e sobretudo – a frequência a atos de culto. Enfim, tudo o que antes seria tido como a mais evidente loucura, agora é visto com o cômodo rótulo de “novo normal”. E o “normal” é algo assaz simpático: não exige reação, não implica em nenhum esforço. Basta viver e – no nosso caso concreto – esperar que o caos não venha a alterar a nossa normalidade.

O problema é que esse novo estado de coisas tem se alastrado para outros campos, como o clima, por exemplo.

Cada vez mais especialistas têm deixado cair os queixos diante da recente instabilidade da natureza. De um lado, vários países encontram-se simplesmente debaixo d’água; de outro, furacões e ciclones vêm se propagado em tal quantidade, que o número de tempestades já ultrapassou, em fins de agosto, a média de uma temporada inteira, que só se encerra no término de novembro; e para coroar, os Estados Unidos começaram a pegar fogo…

Esse é, do ponto de vista climático, o “novo anormal” em que estamos entrando, e talvez o mais preocupante seja que especialistas como o Dr. Kevin Trenberth, cientista sênior do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica, estimem que a tendência é piorar.

Qual é a causa dessa desordem climática? Alguns acharam por bem jogar a culpa em um “excesso de energia”, causado pelo aquecimento global, que é gasto na forma de calor, incêndios, ventos e chuvas mais extremos.

A explicação parece-me demasiado simplista. Se a causa fosse unicamente essa, já tão estudada e catalogada, os fenômenos seriam mais facilmente previstos pelos especialistas. Contudo, vemos o contrário: “Em muitos aspectos, os impactos estão acontecendo de modo mais rápido e com uma maior gravidade do que prevíamos”, dizia um professor da Universidade Estadual da Pensilvânia. Há, portanto, alguma causa que escapa à linguagem dos cientistas, das máquinas e dos cálculos; que é, entretanto, simples e que, por isso mesmo, torna-se incompreensível para o homem moderno, tão afeito a complicar as coisas.

Encontramo-nos, portanto, em uma confusão parecida com a da torre de Babel.

Nosso mundo enorme, desafiante e esmagador quer entender por que está ruindo, mas não consegue. Pensa ele que sua situação é fruto dos desequilíbrios que causou na natureza, e talvez em algo tenha razão. Mas isso é apenas um reflexo do verdadeiro problema: a Babel moderna está desafiando a Deus.

Desista Babel de suas ridículas utopias e verá desabrochar no mundo o verdadeiro “novo normal”.

Por Oto Pereira

https://gaudiumpress.org/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF