João Gabriel Perboyre nasceu no ano de 1802, em
Mongesty, diocese de Cahors, França, de uma numerosa família de agricultores
profundamente cristã. Primeiro dos oito filhos
do casal, foi educado para seguir a profissão do pai. Porém, desde cedo demonstrava vocação religiosa, e na
adolescência, juntamente a dois dos seus irmãos, ingressou no seminário da
Congregação de São Vicente de Paulo (lazaristas). Três de suas
irmãs também se fizeram religiosas, e um seu tio já era sacerdote.
Foi ordenado padre em 1826, ficando alguns anos em
Paris, onde foi professor e diretor de seminários vicentinos. Mas aspirava ser missionário na China, numa casa
vicentina; neste país, por esta época havia sido martirizado um outro padre.
Em 1832 um dos seus irmãos, também sacerdote, foi
enviado ao povo sino, mas faleceu durante a viagem marítima. João pediu para
ser seu substituto, seguindo em 1835 primeiro para Macau (possessão portuguesa
até 1999). Ali aprendeu os costumes e o idioma chinês, bem como a apresentar-se
como um nativo, pois a entrada de estrangeiros era proibida. Seguiu então para
as regiões de Ho-Nan, e depois Hou-Pé. Encontrou um quadro de muitas
apostasias, pois a perseguição aos católicos era grande e vários fraquejavam.
Mas consolou-os e os incentivou à Fé, e realizou batismos, evangelizando em
diversas aldeias.
Antes da celebração de uma Missa dominical em 1839,
soldados chineses o quiseram prender, mas ele fugiu e se escondeu num bambuzal.
Um rapaz recém-batizado o traiu, indicando o lugar aos perseguidores, que o
capturaram. Foi imediatamente
espancado. Durante este procedimento, era pressionado a revelar onde estavam
outros padres; depois, foi levado a “julgamento”. Na prisão, ficou um ano sendo
cruelmente torturado, em três cadeias diferentes. Sofreu mais de 20 interrogatórios,
sob deboches, pancadas e torturas, com a intenção de que revelasse a
localização de outros sacerdotes que deveriam ser mortos. Numa dessas ocasiões, foi-lhe oferecida a liberdade, se pisasse
num crucifixo: recusando veementemente, foi punido com 110 chicotadas. Os
tormentos incluíram sobrecarregá-lo com correntes, esmagar seus pés num torno,
açoitá-lo com bambus, chicoteamento até a desfiguração, obrigá-lo a beber
sangue de cachorro, insultar seu pudor. João Gabriel apenas dizia, “melhor
morrer do que pecar.”
Foi por fim condenado à morte. Em 11 de setembro de
1839, amarrado a uma cruz em forma de “X”, foi espancado, escarrado, e teve os
cabelos arrancados; enquanto o estrangulavam, ainda lhe davam pontapés na
barriga. São
João Gabriel Perboyre foi o primeiro missionário da China canonizado pela
Igreja.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
Ao longo da História, é possível
verificar que no Oriente, de forma geral, o Catolicismo sempre foi muito
perseguido, e particularmente após o surgimento do Comunismo. E atualmente a
intolerância religiosa, particularmente contra a Igreja Católica, é cada vez
mais evidente, mesmo nos países, orientais e ocidentais, que se apresentam com
denominação de “democráticos” e “tolerantes”. A falsidade e incoerência destes
governos fica escandalosa na pressão social, diminuição ou restrição completa
de direitos civis, desrespeito aos valores, tradições e ensinamentos católicos,
proibições absurdas até de liberdade de expressão, e em muitos casos prisões,
deportações e assassinatos dos filhos da Santa Igreja – em geral, com a
argumentação de que os católicos é que são intolerantes com os demais! De fato,
Deus, a Igreja e os fiéis não podem ser tolerantes com o pecado, que é o que os
“tolerantes” desejam, já que adotam facilmente este modo de vida, e não estão
dispostos a terem suas iniquidades confrontadas pela Verdade sobrenatural, e
pelas verdades naturais, que o Catolicismo comprova; mas se há tolerância com
os pecadores, é nos países de matriz católica (os não corrompidos pelo
modernismo). Os “tolerantes democráticos” aceitam tudo, inclusive o satanismo,
mas não a Igreja; rejeitam, ignoram, distorcem verdades e fatos históricos,
usando de poderosa mídia, na tentativa de desacreditar e desmoralizar a Igreja
e a Fé, alegando que este tipo de atitude é em prol da “liberdade”… de quem? Só
dos que não são católicos. Mentiras tão absurdas e gigantescas não podem trazer
futuro bom para nenhuma sociedade, pois estão apoiados na mentira, e os que
hoje são indulgentes com essa mentalidade serão os primeiros a serem
escravizados por ela. Os “tolerantes democráticos” odeiam a Igreja porque ela
prega a caridade, o perdão, a honestidade, a castidade, o amor na família e na
sociedade, o estudo para conhecer a verdade (e não para desenvolver uma
retórica a serviço da mediocridade e da mentira), o respeito mútuo, que
necessariamente não impede a correção quando devido, a justiça, as verdades
naturais da Criação de Deus (como a realidade incontestável que um ser humano é
um ser humano desde a sua concepção; alguém por acaso contesta que uma baleia é
uma baleia desde a sua concepção? Aos animais se dá mais valor intrínseco do
que ao Homem, o único ser feito à imagem e semelhança de Deus! Pode haver
“tolerância” ou “consenso democrático” por exemplo a respeito da mudança do
valor intrínseco de 1 +1 =2?? Verdades biológicas, ou matemáticas, são
verdades, não dependem, absolutamente, de acordos ou convenções); e muitas
coisas mais, da mesma índole: assim, por ser honesto, casto, moralmente
virtuoso, etc. é que o católico é perseguido. Uma bestialidade que não pode
mais ser admitida. Não pode haver liberdade em rejeitar e desonrar a Cruz,
justamente a prova maior de Cristo para a nossa libertação do pecado. É
portanto necessário aos católicos beber o cálice do Sangue de Cristo, e não se
regalar no sangue dos cães, se for o caso imitando diretamente a Jesus e a São
João Gabriel Perboyre: sofrendo traição, tortura e morte, talvez numa cruz. É
também necessário, de forma, premente, rezar e se mortificar pelas conversões
dos que perseguem a Cristo e Sua Igreja. “É melhor morrer do que pecar”. Mas se
houver fidelidade e obediência aos Mandamentos de Deus, na vida com os Seus
Sacramentos, não será necessário chegar a este ponto: os santos e as conversões
inúmeras vezes evitaram desgraças no mundo católico. Que comecem, enquanto é
tempo, as conversões, primeiro a nossa, dos católicos, para que a nossa
santidade, que é obra do Espírito Santo com a nossa cooperação, possa obter a
misericórdia de Deus.
Oração:
Ó Senhor, Todo-Poderoso, infinitamente bom, e infinitamente justo: concedei-nos pela intercessão e exemplo de São João Gabriel Perboyre a graça de não nos sobrecarregarmos com as cadeias do pecado, da apostasia, de não trairmos Cristo e os irmãos, mas protegei os Vossos filhos, livrando-os dos males da alma e do mundo, sustentando-nos nas boas obras e na coragem de rezar e agir pelo Vosso Reino. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
Fonte: https://www.a12.com/
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