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domingo, 20 de setembro de 2020

XXV Domingo do Tempo Comum: Ano "A"

Dom José Aparecido
Adm. Apost. Arquidiocese de Brasília

PARA MIM, O VIVER É CRISTO!

A Palavra é a verdade que surpreende e ensina que os nossos pensamentos não são os pensamentos de Deus. Faz ver que não é segundo os critérios humanos que o bom Deus recompensa os operários do Reino.

A primeira leitura salienta o convite de Isaías a buscar “o Senhor enquanto pode ser achado … enquanto está perto” (Is. 55,6). Na sequência, ele fala do nosso Deus generoso no perdão, ao contrário dos que nesses tempos carregamos uma espécie de sanha punitivista contra quem é ou consideramos ímpio, corrupto, injusto. Deus está sempre disposto a resgatar mediante o perdão a ser dado vezes sem conta, como se dizia no Evangelho da semana passada. Basta que o pecador o invoque, “pois Ele esta perto da pessoa que o invoca, de todo aquele que o invoca lealmente” (Sl. 144,18).

A comunidade de Filipos, à qual Paulo falou do paradoxo da “kenosis” ou da aniquilação de Cristo como caminho da salvação do gênero humano, recebe dele o testemunho de entrega e de amor ao Senhor Jesus: “Cristo vai ser glorificado no meu corpo, seja pela minha vida, seja pela minha morte” (Flp. 1,20). No versículo seguinte, ele completa dizendo que Jesus é o sentido de sua vida e de sua morte: “para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro”. Trata-se do encontro com o Senhor. “É um sentido novo da vida, da existência humana, que consiste na comunhão com Jesus Cristo vivo; não só com uma personagem histórica, um mestre de sabedoria, um líder religioso, mas com um homem no qual Deus habita pessoalmente. A sua morte e Ressurreição é a Boa Nova que, partindo de Jerusalém, se destina a alcançar todos os homens e povos, a partir de dentro das culturas, abrindo-se à verdade fundamental: Deus é Amor, fez-se homem em Jesus e com o seu Sacrifício resgatou a humanidade da escravidão do mal dando-lhe uma esperança certa” (Bento XVI, Ângelus 18/09/2011).

A parábola que Jesus conta (Mt. 20,1-16) sobre o vinhateiro que, em diversas horas do dia, chama trabalhadores para a sua vinha e, ao cair da tarde, dá a todos o mesmo salário, torna-se causa do protesto dos trabalhadores da primeira hora. Parecia-lhes injusto ter recebido a mesma moeda dada também como paga àqueles que só começaram a trabalhar ao entardecer: faltou – diríamos hoje – isonomia. Mas a moeda dada a cada um representa a vida eterna. Deus não pode dar menos do que a vida eterna aos “primeiros” ou aos “últimos”. Além disso, o Senhor não tolera “desemprego” na Sua vinha. Na verdade, a primeira recompensa do operário da Vinha do Senhor consiste precisamente na honra de ser chamado à missão do próprio Vinhateiro divino. Só quem trabalha por amor ao Senhor e ao Seu Reino entende isso. Quem trabalha por um prêmio de qualquer outra natureza, nunca compreenderá que a vocação é “Dom e Mistério” (São João Paulo II).

Maria, a Virgem que sabe ouvir a Palavra, nos ajude a responder “sim” ao chamamento do Senhor para trabalhar na Sua Vinha.

Folheto: "O Povo de Deus"|Arquidiocese de Brasília

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF