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Cristo
vivo e ressuscitado confiou ao Apóstolo Pedro o encargo de, em Seu nome, reger
e orientar o Seu rebanho, dizendo: “Apascenta os meus cordeiros!” (Jo 21,15).
“Apascenta as minhas ovelhas!” (Jo 21, 17). Desde os primórdios da Igreja até o
fim dos tempos, o Sumo Pontífice é o chefe dos apóstolos, a Rocha sobre a qual
se edifica a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Desse modo, contemplando, com
o olhar da fé, os duzentos e sessenta e seis papas que governaram a Igreja,
podemos afirmar que Deus suscitou a autoridade do papa para que este possa nos
demonstrar, com o seu exemplo, a sua voz e os seus escritos, o caminho seguro
para a vida eterna, transmitindo-nos as verdades do Evangelho, clareando as
nossas dúvidas, fazendo brotar em nossas almas as fontes da sabedoria cristã e
o sol da esperança.
Impulsionados pelas virtudes teologais da fé e da esperança, professamos que Deus
concede, em profusão, os dons de Sua graça à Igreja. Estas graças, muitas vezes,
chegam até nós por meio da obediência aos ensinamentos pontifícios e à sua plena
sintonia. É também pela fé que acreditamos que, tão logo são chamados a assumir
a cátedra do príncipe dos apóstolos, os papas escutam, no fundo do coração, a
suave voz de Cristo que lhes diz: “Confirma os teus irmãos!” (Lc 22,34).
Na missão de confirmar os fiéis na fé e na obediência ao Evangelho de Cristo, o
papa nos fala por meio de audiências, pronunciamentos, cartas e exortações
apostólicas, encíclicas e homilias. Anunciando, não a si mesmos ou suas
vontades, mas o plano de salvação de Cristo, os papas anunciam e denunciam aos
povos, “aberta e claramente com profundas e luminosas palavras, os dogmas de
nossa santíssima religião, os preceitos da Igreja Católica e a doutrina dos
Padres, para que os fiéis bem instruídos e restaurados pela palavra de Deus
evitem todos os vícios, sigam as virtudes e, assim, possam escapar das penas
eternas e obter a glória celeste”. (Pio X, Encíclica Qui pluribus).
Se formos dóceis ao Espírito Santo, Ele suscitará em nós uma maior
compreensão do valor do pontificado em todos os tempos de nossa história. Ele
nos fará compreender a abrangência da afirmação de Cristo a Pedro: “Tudo o que
atares sobre a terra será atado também nos céus; e tudo o que desatares sobre a
terra será desatado nos céus”. (Mt 16,19). Sabendo da força da palavra do papa,
em 1915 o Papa Bento XV se referia à Primeira Guerra Mundial, chamando-a de
“horrenda carnificina”. Em sua exortação aos povos beligerantes e a seus
chefes, ele bradou: “O equilíbrio do mundo e a tranquilidade próspera e segura
das nações repousam sobre a benevolência mútua e sobre o respeito aos direitos
e à dignidade dos outros, muito mais do que num enorme aparato de armas e do
que num formidável circuito de fortificações”. (Papa Bento XV, Exortação
apostólica Allorché fummo chiamati,7).
Ao tratar do mesmo assunto, o Papa Bento XVI, nos dias de seu pontificado, afirmou:
“Os temas da paz e da tolerância são de vital importância em um mundo no qual
atitudes rígidas provocam, com demasiada frequência, mal-entendidos e sofrimentos
e podem inclusive levar à violência letal. Está claro que o diálogo é indispensável
para encontrar soluções aos conflitos e às tensões que tantos danos causam à
sociedade. O relativismo moral mina o funcionamento da democracia, que em si
mesma não é suficiente para garantir a tolerância e o respeito entre os povos”.
(Papa Bento XVI, “Mensagem à Conferência sobre Paz e Tolerância, em 08 de novembro
de 2005).
Conhecendo os pronunciamentos dos papas e lendo, meditando e refletindo os ensinamentos
que Deus nos concede por meio da maior autoridade da Igreja, somos chamados a
reconhecer que o papa é o testemunho mais eloquente da misericórdia de Cristo
e, por isso, com gratidão, podemos bradar: “O Papa é o doce Cristo na terra!”.
Podemos, também, em uma sublime oração dizermos ao Senhor: “Obrigado, meu Deus,
pelo amor ao Papa que pusestes em meu coração!”. (São Josemaría Escrivá, Caminho
573).
Em nossas almas, devemos cultivar um profundo respeito pela pessoa do papa e nutrir
em nossos corações um amor entusiasta pela cátedra petrina, pois, em sintonia com
Pedro, adquirimos uma grande solidez doutrinária, bem como uma absoluta e fiel obediência
aos ensinamentos de nosso Redentor. E não poderia ser diferente, pois, “na verdade,
o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” (Lc 24,34).
Pedro, o Sumo Pontífice, é a coluna universal do Deus vivo e, por isso, “Pedro tem
que ser o custódio da comunhão com Cristo; tem que guiar até à comunhão com Cristo,
de forma que a rede não se rompa, mas que sustente a grande comunhão universal.
A responsabilidade de Pedro consiste em garantir assim a comunhão com Cristo,
com a caridade de Cristo, guiando até a realização dessa caridade na vida de todos
os dias”. (Papa Bento XVI, Audiência geral, em 07 de junho de 2006). Rezemos todos
os dias, e em todas as celebrações da Santa Missa, por Pedro, para que “o Senhor
o conserve, lhe dê vida e o torne feliz na terra, e não o entregue em poder dos
seus inimigos”.
Aloísio
Parreiras
(Escritor e membro do Movimento de Emaús)
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