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sábado, 24 de outubro de 2020

Como desenvolver a autoconfiança do meu filho?

Yuganov Konstantin - Shutterstock

Os pais devem valorizar quando seus filhos são gentis, ao mesmo tempo que os ensinam a reconhecer os perigos que os cercam, para que possam ter autoconfiança e se proteger de forma positiva. Aqui estão algumas dicas para assumir essa missão educacional.

Do ponto de vista educativo, tarefa delicada é confrontar a criança com uma realidade nem sempre fácil, sem, no entanto, quebrar sua capacidade de deslumbramento. Psicólogo e consultor de negócios, Yves Boulvin dá aos pais as chaves para essa tarefa de desenvolver a autoconfiança e a gentileza dos filhos ao mesmo tempo.

A alegria de viver: uma questão intata de temperamento, ou a adquirir?

Deus colocou no fundo de cada um de nós, sem exceção, a alegria de viver. Mas os pesos daquilo que aprendemos da nossa família, os hábitos de ver tudo no negativo, a memória do sofrimento, da dor, das ansiedades, das rupturas, pode enterrar essa alegria. Mesmo assim, esse potencial de vida permanece intacto dentro de nós. Uma jornada interior pode nos ajudar a emergir de todas essas camadas que nos prendem.

Quando pequena, a criança se maravilha com tudo e com nada! Que papel devemos desempenhar para que esse espírito de infância não se obscureça?

Cada um tem uma vocação particular. Cabe aos pais revelar o tesouro específico que habita no coração de seus filhos. Daí a necessidade de uma pedagogia positiva. Por exemplo, quando eles mostram um defeito – o pai pode identificar pois é também parte do seu papel. Eu sugiro então que sejam seguidas três etapas: observar o acontecido, estabelecer uma meta de mudança e, em seguida, parabenizar o filho por qualquer progresso feito, mesmo que mínimo. Devem ter muito cuidado para não dizer frases como “Você é mau!”, “Você não vai conseguir!”. O melhor é conversar e explicar o acontecido: “Você chutou a sua irmã, mas isso não está certo. Eu entendo que você esteja chateado, porque ela quebrou o seu carrinho. Você tem o direito de mostrar que não está contente, mas de outra forma, sem gritar ou bater nela. O mais importante agora é reparar o carrinho.”

As crianças costumam copiar as atitudes dos pais?

Os comportamentos dos pais estruturam os dos filhos. Se o pai e a mãe se alimentam de más notícias frequentemente, sem agir sobre elas, eles mantêm uma atmosfera pesada e desanimadora em casa. A mãe que não tem recursos suficientes para lidar com essas situações, acaba à noite gritando com os filhos e resmungando contra o marido que chega tarde em casa. Então ela pode culpar a si mesma ou, ao contrário, justificar sua raiva. O marido cansado que se torna muito mandão ou frágil; os pais que falam mal de uma pessoa ausente… que modelos eles estão dando aos filhos? A criança terá no futuro que se libertar desse clima emocional negativo.

Que resoluções os pais podem tomar para manter a alegria de viver?

É importante adotar o olhar de luz que Deus lança sobre todos. Ele acredita em nós e nos ajuda a acreditar em nossos filhos, não importa o que façam. Essa fé que colocamos neles os ajuda a prosperar. Valorizar o progresso pressupõe que os pais façam isso a si mesmos e recuperem sua capacidade de se maravilhar. O amor próprio significa receber amor de Deus e agradecê-lo pelas qualidades que ele colocou dentro de nós. Transbordando de gratidão, queremos fazer crescer este tesouro. “Este é o meu Filho amado, em quem encontro a minha alegria” (Mt 3,17): um caminho de ressurreição para todos.

Como não os superproteger, permitindo que eles sejam confrontados com uma realidade que nem sempre é cor de rosa?

“Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas” (Mt 10,16), convida Cristo, que curou, mas também soube opor-se com firmeza. Esta é uma dupla missão educacional: deixar que a criança se maravilhe com o mundo, enquanto a ensina a discernir os perigos que a cercam, para que possa se proteger. Quando sua personalidade se fortalece, ele se torna capaz de selecionar o que lhe é dito, de recolocar cada coisa e pessoa no seu devido lugar quando necessário, de dizer não, de superar as dificuldades.

Os pais não podem (e não devem!) superproteger seus filhos das duras pancadas da vida, do sofrimento e das consequências do luto. O principal é ensiná-lo a se recuperar, tornando-os resilientes. Quanto mais cedo ele aprender as lições que cada realidade nos traz, mais ele estará preparado para o resto da vida. Isso pressupõe que os próprios pais aprenderam a passar por dificuldades, não como vítimas, ruminando, lamentando – “Eu deveria…”, “Não fiz isso ou aquilo…” – ou revoltados – “Foi tudo por causa deles!”, mas na certeza de que Deus tira o bem de todo mal. Deus está presente no presente. Assim como a pecadora, Cristo não nos convida a voltar ao passado a todo momento, ele nos pergunta: “E agora, o que vais fazer, qual a tua decisão?”.

Aleteia

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF