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Joan Diggle | Guadium Press |
Redação (27/10/2020, 11:00, Gaudium Press) No próximo dia 7 de novembro será beatificado em Barcelona o jovem Joan Roig Diggle.
Joan Diggle tinha apenas 19 anos quando, por ódio à Fé, foi assassinado pelos comunistas durante a guerra Guerra Civil Espanhola de 1936.
Ele tinha a devoção de ir à missa diariamente, queria ser missionário e, de certa feita, diante de tentativa de dessacralização e profanação do Santíssimo Sacramento enfrentou o perigo de morte para defender a Eucaristia. Como catequista, dedicou grande parte de seu tempo na evangelização das crianças em uma época que isto era um perigo constante.
Seu exemplo de vida convertia mais do que suas palavras
O novo Beato nasceu em Barcelona em 12 de maio de 1917. Seu pai era Ramón Roig Fuente e sua mãe era Maud Diggle Puckering, uma mulher da Inglaterra com quem o jovem falava em inglês.
Ele estudou com os Irmãos de La Salle e com os padres escolápios. Teve como professores os sacerdotes Ignacio Casanovas e Francesc Carceller, que também foram mártires e beatos.
Participou da Federação de Jovens Cristãos da Catalunha (FJCC), criada em 1932 e que tinha 8 mil membros antes da Guerra Civil.
Joan Meseguer, presidente em 1936 do ramo infantil do FJCC, escreveu sobre Joan que, “quando veio para Masnou ninguém o conhecia, mas logo se fez notória sua piedade e amor ardente pela Eucaristia. Passava horas diante do Santíssimo Sacramento sem perceber. Seu exemplo convertia mais do que suas palavras”.
A Catalunha será vermelha, pelo comunismo e pelo sangue de mártires: preparemos com Fé e coragem, podemos ser um deles
Meseguer recorda que Joan Diggle “queria ser missionário. Em um círculo de estudos realizado poucos dias antes de 18 de julho, ele nos disse que veríamos a Catalunha vermelha, mas não só do comunismo, mas do sangue de seus mártires, e que todos deveríamos nos preparar, porque se Deus nos tivesse escolhido para ser um destes, deveríamos estar dispostos a receber o martírio com graça e coragem, como convém a todos os bons cristãos, e assim o fizeram os primeiros nas catacumbas”.
Para evitar que os comunistas profanassem uma Igreja disse: coloco meus braços na cruz da porta. Teriam que queimá-lo antes de tirá-lo de lá
Aos amigos, em momentos de perigo, dizia: “Não morrerei sem os sacramentos porque cumpri as nove primeiras sextas-feiras, e a promessa do Coração de Jesus não falha”, algo que se cumpriu no dia em que foi preso e executado.
José Gili Doria, Vigário de Masnou, escreveu em 1936: “Um dia Joan me disse: ‘Normalmente dedico pelo menos duas horas por dia à vida espiritual: Missa, comunhão, meditação e visita ao Santíssimo Sacramento; é pouco, mas o meu trabalho e o apostolado não me deixam fazer mais’”.
Gil Doria também disse que “quando depois das eleições de 16 de fevereiro começaram a queimar igrejas, Joan me disse que, se o caso chegasse a Masnou, ele não suportaria ver nossa igreja queimar; colocaria seus braços na cruz diante da porta, e teriam que queimá-lo também antes de tirá-lo de lá”.
Catequista e amigo de bem-aventurados
Joan foi nomeado responsável pelo ramo infanto-juvenil da FJCC, do qual faziam parte crianças de 10 a 14 anos, as quais ele evangelizava com zelo e carinho. Ia à Missa diariamente às 7h e depois pegava o trem para estudar em Barcelona.
Posteriormente assumiu mais responsabilidades na FJCC e tornou-se amigo de Pe. Pere Llumá, que também foi seu diretor espiritual. Também teve amizade com o Beato Pere Tarrés, que naquela época era um jovem médico leigo e vice-presidente da FJCC.
Por que razão mataram Joan Diggle?
Um de seus biógrafos explica que “a única razão pela qual o mataram foi porque ele era católico. Não tinha outros vínculos senão a paróquia e a Federação dos Jovens Cristãos. Morreu porque não teve medo de defender Cristo”. Isso teria despertado ódio contra ele.
Em 20 de julho de 1936, milicianos vermelhos queimaram a sede da FJCC. Assim começou uma feroz perseguição contra os jovens “fejocistas”, como eram chamados os membros desta associação que não tinha laços partidários.
Estima-se que cerca de 300 jovens da organização foram assassinados na Catalunha, incluindo cerca de 40 sacerdotes.
Maud, a mãe de Joan, diz que naquela época seu filho “foi aliviando penas, encorajando os tímidos, visitando os feridos, buscando diariamente nos hospitais entre os mortos, para saber quais dos seus tinham caído assassinados”.
“Todas as noites, aos pés da cama, com o crucifixo nas mãos, implorava para uns, clemência, para outros, perdão, e para todos, misericórdia e força”.
Igrejas fechadas, guardião da Eucaristia
Diante da perseguição, os templos de Barcelona foram fechados, queimados ou destruídos e não era possível participar da Missa em nenhuma igreja.
Pe. Llumá deu ao jovem uma âmbula com a Eucaristia para que pudesse dá-la aos mais necessitados em suas casas.
Em uma dessas visitas, Joan Roig disse à família Rosés que naquele dia que estava com eles iam matá-lo. “Nada temo, carrego comigo o Amo”. Deixou o Santíssimo Sacramento e, após voltar de seu trabalho, o pegou e o levou para sua casa.
Algumas horas depois, milicianos bateram na porta de sua casa e Joan rapidamente consumiu as hóstias que custodiava. Abraçou sua mãe e se despediu dela em inglês, dizendo: “God is with me” (Deus está comigo).
As últimas palavras ao ser executado pelos comunistas
A patrulha das juventudes libertárias de Badalona, formada por militantes comunistas, o levou junto ao cemitério de Santa Coloma de Gramanet. Suas últimas palavras foram: “Que Deus os perdoe como eu os perdoo”.
Joan Roig foi assassinado com 5 tiros no coração e um na cabeça, em 11 de setembro de 1936. Tinha 19 anos. Segundo as leis da época, não era considerado adulto. Após a guerra, seus restos mortais foram recuperados e reconhecidos pelas 5 feridas no peito e no crânio.
Jaume Marés, tio de Joan Roig, quando soube de sua prisão, pediu ajuda a um amigo policial. Ele revelou que um dos algozes havia lhe falado sobre o menino: “Ah! Aquele menino loiro era um homem corajoso, morreu pregando. Morreu dizendo que nos perdoava e que pedia a Deus que nos perdoasse. Quase nos comoveu”.
Em 7 de novembro o jovem mártir será o Beato Joan Roig Diggle
Seus restos mortais repousam em uma capela da paróquia de San Pere de Masnou. O Cardeal Ricard Maria Carles encerrou a fase diocesana do processo de beatificação em 2001 e o enviou ao Vaticano.
Em 2 de outubro, o Papa Francisco aprovou o decreto que reconhece o martírio de Joan Roig, que será beatificada no dia 7 de novembro, em Barcelona. (JSG)
(Da Redação Gaudium Press, com informações ACI)
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