Mensagens Com Amor |
Deus escuta somente o homem. Deus se manifesta somente ao
homem. Deus é amigo do ser humano: onde ele está, ali também Deus está.
Somente o ser humano é digno de
adorar Deus. Por causa do homem, Deus se transfigura
Antônio
o Grande,
Exortações 132
Deus é bom; nele não existe
paixão nem mudança. Considerando-se razoável e verdadeiro que Deus não muda,
então fica difícil que ele alegre os bons e abandone os maus e se encolerize
com quem peca e depois, se se lhe presta culto, mostre-se favorável. Diga-se
logo, que Deus nem se alegra nem se encoleriza, porque alegrar-se e
encolerizar-se são paixões, e também não se lhe presta culto com dons: isso
significaria que fosse vencido pelo prazer.
Não é lícito julgar o divino
como bem ou como mal com base em julgamentos humanos. Deus é bom e faz somente
o bom, não faz o mal a ninguém, porque assim foi feito; nós, pelo contrário,
nos tornamos bons se lhe tornamos semelhantes, a ele nos unimos; se nos
tornamos maus ficando dessemelhantes, nos separamos dele.
Vivendo segundo a virtude, nos conservamos unidos a Deus; tornando-nos maus,
nós o tornamos inimigo, não porém irado em vão. Os pecados não permitem que
Deus resplandeça em nós, mas, pelo contrário, nos unem, por castigo, aos
demônios.
Se com as orações e a boas obras
conseguimos libertar-nos dos pecados, não significa que prestando culto a Deus
o obriguemos a mudar, mas que, curando nossa malvadeza com as nossas ações e a
nossa conversão ao divino, novamente gozamos da bondade de Deus: por isso,
dizer que Deus se afasta do maus é como dizer que o sol se esconde a quem é
cego.
Antônio o Grande,
Exortações 150
Era necessário, verdadeiramente
necessário que o Senhor, sábio, justo e poderoso por natureza, não ignorasse o
modo de curar; enquanto justo, não realizasse a salvação do ser humano cuja
vontade era, de modo tirânico, prisioneira do pecado; enquanto
onipotente, não fosse fraco no realizar a cura.
A sabedoria de Deus se mostra no
seu devir homem por natureza segundo a verdade; a sua justiça no ter assumido
uma natureza submetida ao sofrimento semelhante à nossa; a sua potência no ter
criado pela natureza, através de sofrimentos e morte, uma vida eterna,
impassível sem mudança.
Máximo o Confessor,
Sobre
a Teologia 6, 40-41
O Senhor, infinito e incorpóreo,
se faz pequeno em sua infinita bondade, por assim dizer, ele que é grande e
superior a toda substância, para poder se misturar com suas criaturas
espirituais, as almas dos anjos e dos santos, para que também eles se tornem
capazes de participar da vida imortal de sua divindade. Pois, cada um, segundo
a sua natureza, é corpo: o anjo, a alma, o demônio. E mesmo que sejam corpos
sutis, contudo, na substância, na forma, na imagem são corpo, sutil segundo a
sutileza da própria natureza.
E como esse nosso corpo, que na
sua substância é espesso, assim também a alma, tendo um corpo sutil, envolve e
reveste os membros desse corpo. Envolve o olho, com o qual vê; o ouvido, com o
qual ouve; a mão, o nariz e, numa palavra, a alma envolve todo o corpo e seus
membros e com ele se mistura e com ele executa todas as funções vitais.
Da mesma forma, também a
indizível e inexprimível bondade de Cristo se faz pequena e assume um corpo, se
mistura com ele e envolve as almas fiéis que lhe são amigas e com elas se torna
um só espírito, segundo a palavra de Paulo (cf. 1Cor 6,17), alma por alma, por
assim dizer, hipóstase por hipóstase, de modo que a tal alma é possível viver
na sua divindade e atingir uma vida imortal, e fruir de uma alegria incorrupta
e de uma glória indizível.
Macário o Egípcio,
Paráfrases 67
Nenhum comentário:
Postar um comentário