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SION
– (Bibl) Na Bíblia , fora
de 2Sm 5, 7; 1Rs (2Rs 19, 21.31); 2Cr 5, 2; 1Mc 4, 37.60; 5, 54; 6, 48.62; 7,
33; 10, 11; 14, 26, o nome de Sion, ou Sião, encontra-se apenas nos Salmos (38
vezes) e na literatura profética, a saber, 29 vezes em Is; 17 vezes em Is 2; 15
vezes em Jr; 9 vezes em Mq; 7 vezes em Jl; 8 vezes em Zc 1 – 9 vezes e 15 vezes
em Lm; ainda em Am 1, 2; 6, 1; Ab 17, 21; Sf 3, 14-16 e afinal em Ct 3, 11;
Eclo 24, 10; 36, 19; 48, 18.24; Br 4,9.14-24.
É
nome cananeu, pré-israelita que, como aconteceu em muitos casos, continuou a
ser usado na poesia, embora com sentido um tanto modificado. Em 2Sm, 1Cr 11, 5
fala-se no “sudat siyyon”, o que muitos traduzem por “fortaleza do Sion”, mas
que pode ser interpretada como “o lugar inacessível” (fortaleza) chamado Sion
de sorte que é nome da fortaleza e não de um conjunto maior, do qual a
fortaleza formaria uma parte.
Logo
depois da marcha de Davi contra Jerusalém alude-se à inacessibilidade da
cidade, mas a atenção concentra-se de tal maneira em torno da fortaleza de Sion
que causa a impressão de que essa inacessibilidade não era qualidade da cidade
toda, mas só de Sion que, por conseguinte, pode ser considerado como acrópole.
Como
muitos textos bíblicos já faziam suspeitar e as escavações de modo convincente,
a fortaleza achava-se na colina sudeste (ed-dahurah) e não, como pensava a
tradição, na colina sudoeste. Localizava-se na parte central de ed-dahurah, e
ocupava toda a colina sudeste, de acordo com a denominação “Cidade de Davi” que,
conforme 2Sm 5, 9; 2Cr 11, 7 se dava ao Sion, pois o tema “cidade” abrange mais
do que apenas uma fortaleza. Aliás, era fácil transformar todo o ed-dahurah em
“lugar inacessível”, por meio da muralha pesada do lado do norte.
Isaías
e os salmistas gostam da expressão har siyyon (o monte del Sion) que se encontra
também em Jl 3, 5; Ab 17, 21; Mq 4, 7; Lm 5, 18. Jeremias fala uma vez na
altura de Sion (31, 12). Esse último texto, bem como Is 10, 32; 16, 1 (o monte
da filha de Sion); 31, 14 (no monte Sion, e na sua colina); Lm 5, 18 (comparado
com v. 11 onde Sion e a cidade de Jerusalém) etc, provam pelo menos de
determinada colina; cf. Mq 4, 8 que chama aquela perta da colina oriental de
Jerusalém onde se achava a residência real, o “Ofel da filha de Sion”. Na
maioria dos casos, trata-se de um conjunto de colinas em que Jerusalém estava
construída (Sl 133, 3 usa o plural), de sorte
que “o monte Sion”, tem o mesmo sentido que a expressão “o monte (de)
Samaria” (Am 3, 9; 4, 1; 6, 1; Jr 31, 5).
A
identidade entre “o monte (de) Sion” e Jerusalém, suposta pelo paralelismo de
Is 37, 32; Jl 3, 5 (cf. também Is 10, 12; 24, 23), é muito evidente no Sl 48. A
tradição cristã, que remonta pelo menos no século IV d.C, dá o nome de Sion à
colina sudoeste de Jerusalém, o “mons Sion christianus”, onde o santuário de “Sancta Sion”, guardava a
lembrança do cenáculo (última Ceia e descida do Espírito Santo). Essa opinião
tem talvez sua origem no fato de que no século I d.C (cf. Antig 7, 3, Is; para
um tempo mais remoto ainda, cf. 1Mc 1, 33) a cidade de Davi era localizada
nesta colina, mais ainda no fato de que aí estivera o berço da Igreja. No monte
Sion foi erguida a basílica cristã “Sancta Sion Mater omnium Ecclesiarum”.
Dicionário
Enciclopédico das Religiões – Volume II – Pág. 2394.
Hugo
Schlesinger e Humberto Porto
Editora Vozes – Petrópolis 1995
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