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Redação (15/10/2020 11:00, Gaudium Press) Com a recente beatificação de Carlo Acutis, e a consequente exposição do seu corpo, muitas pessoas no mundo descobriram uma realidade bem conhecida por aqueles que amam a história da Igreja e dos seus Santos: de que à alguns, Deus concedeu que seus corpos não sejam pasto para os vermes, mas permaneçam em maior ou menor grau de conservação, para a felicidade dos fiéis e exaltação de sua memória.
Embora o corpo de Carlo, conforme declarado pelo Bispo de Assis, Dom Sorrentino, na realidade tenha sido tratado com técnicas de conservação para apresentá-lo à veneração dos fiéis, o alvoroço que ocorreu a este respeito permitiu à muitos recordar outros corpos, de outras figuras da Igreja, que transcendem os limites da natureza, das leis da física, da química.
Embora o racionalismo não goste…
Os espíritos racionalistas, ou simplesmente contrários à Fé de Cristo, sempre tiveram problemas com esses corpos, pois sua existência não deixa de ser uma afirmação, ainda que indireta, da Fé Cristã, além da santidade das vidas que ali habitaram.
E é claro que nestes territórios temos que andar com cuidado, pois inclusive causas meramente naturais podem contribuir para a não putrefação de um corpo. Mas há casos em que a mera razão falha, e devemos nos agarrar às asas da Fé.
É o que ocorre, por exemplo, com o corpo de Santa Bernadette de Soubirous, que está exposto desde 1925 na capela do mosteiro de Saint-Gillard, em Nevers, França. Após três exumações, em 1909, 1919 e 1925, até os médicos se renderam ao inexplicável. (1) O rosto e as mãos escureceram pela exposição ao ar, e por isso se cobriram com uma fina camada de cera, mas suas feições seguem refletindo a seriedade, a paz e a contemplação que ela desfruta na eternidade.
Eles não são “múmias enrugadas”
Porque os incorruptos da Igreja não são “múmias enrugadas, sempre rígidas e extremamente secas. A maioria dos incorruptos, por outro lado, não está nem seca, nem rígida, mas úmida e flexível, inclusive com o passar dos séculos. Além disso, suas preservações foram conquistadas em condições que naturalmente ajudariam a putrefação, e eles sobreviveram às circunstâncias que inquestionavelmente significaram a destruição de todos os outros corpos sujeitos às mesmas condições”. (2)
Inclusive já houve corpos incorruptos de santos, que foram submetidos a um radical processo que deixaria apenas os ossos, de forma rápida, borrifando-os com cal.
É o caso de “São Francisco Xavier, São João da Cruz e São Pascoal Bailão. Como se sabe, o cal deixa os ossos absolutamente limpos em poucos dias. Nos dois primeiros casos se procurou provocar rapidamente a decomposição para que suas translações pudessem ser realizadas de maneira mais conveniente e higiênica, transferindo seus ossos ao invés dos corpos semideteriorados. No caso de São Pascoal, a tentativa de provocar uma desintegração acelerada ocorreu para se evitar que os odores ofensivos de putrefação perturbassem os visitantes do santuário, fato que poderia afetar a devoção e a doce recordação de sua memória. Nos três casos, a preservação triunfou. De fato, no caso de São Francisco Xavier, apesar de seu tratamento inicial, de várias translações, de amputação de membros, e o rude tratamento de seu corpo quando foi forçado a entrar em um túmulo pequeno demais para seu tamanho, conservou sua beleza 142 anos depois. O corpo de São João da Cruz permanece perfeitamente flexível até hoje”. (3)
Existem corpos incorruptos que resistem até ao principal elemento que estraga as carnes, que é a umidade. Como ocorreu com “Santa Catarina de Gênova, que permaneceu dezoito meses no túmulo, mas foi encontrada perfeitamente limpa, contrariando a umidade e a mortalha putrefata. Santa Maria Madalena de Pazzi foi desenterrada um ano após sua morte e suas roupas foram encontradas molhadas, embora seu corpo permanecesse completamente intacto. Santa Madalena Sofia Barat permaneceu perfeitamente preservada por 28 anos, embora tenha sido encontrada com vestes úmidas e mofadas dentro de um caixão que estava em avançado estado de decomposição. Nove meses após sua morte, Santa Teresa de Ávila foi encontrada em um caixão com a tampa aberta, permitindo que terra úmida cobrisse seu corpo. Embora seus restos mortais estivessem vestidos com pedaços de pano sujo e podre, seu corpo não estava apenas fresco e perfeitamente intacto após a limpeza, mas também estava misteriosamente perfumado”.
E assim poderíamos falar de muitos outros, como de Santo Cura d’Ars, São João Bosco, Santa Catarina Labouré, São Charbel Maklouf, etc.
Por Carlos Castro
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