Crédito Diocese de São Carlos |Divulgação |
Em entrevista ao Correio, Dom Paulo Cezar compartilha as expectativas para a nova missão confiada pelo Papa Francisco
Por meio de uma nunciatura apostólica, a vida de Dom Paulo Cezar Costa
seguiu novos rumos. Carioca natural de Valença, o religioso
carrega em si 53 anos de muita fé e grandes aprendizados, e poderá desfrutar de
mais uma missão a partir de dezembro, mês previsto para sua posse como novo arcebispo
de Brasília. “O papa me pede pra partir e eu, com liberdade no
coração, disse ‘sim’. Sempre ouvi, na voz dos superiores, a voz de Deus, e,
através do pedido do papa, vejo um novo projeto de Deus para mim, agora nessa
grande, jovem e desafiadora cidade que é Brasília”, diz, em entrevista ao Correio.
Nomeado bispo pelo papa Bento XVI em 24 de novembro de 2010 e ordenado em
5 de fevereiro de 2011, em sua cidade natal, Dom Paulo escolheu como lema de
sua ordenação episcopal a frase “Tudo suporto pelos eleitos”. Ele diz que pretende
doar o melhor de si para alcançar esse objetivo também em Brasília. “Vou com a
disposição de dialogar com os poderes executivo, legislativo e judiciário, e
com a disposição de construir aquilo que papa Francisco chama de a cultura do
encontro”, ressalta.
Graças aos ensinamentos do sumo sacerdote, o novo arcebispo diz que
enxerga no diálogo a chave para a solução dos grandes problemas enfrentados
hoje pela a sociedade. “Ele sempre diz que através do diálogo é possível
construir pequenos e grande projetos de uma vida em sociedade. Todos ganham
quando uma sociedade dialoga, quando os diversos atores de uma sociedade são
capazes de sentar juntos. Vou com a disposição de construir a cultura do
diálogo, do encontro com a sociedade, e de ser presença do bom pastor do nosso
amado povo, dos católicos da diocese de Brasília", garante.
Expectativas
A empolgação pela nova etapa da jornada eclesiástica é consequência das
grandes experiências adquiridas ao longo dos anos. “Levo comigo uma bagagem”,
avisa. Dom Paulo Cezar foi pároco em diferentes igrejas de sua cidade natal e
estudou em Roma. Tornou-se vice-presidente do comitê organizador da Jornada
Mundial da Juventude (JMJ) no Brasil, em 2013, quando teve a oportunidade de
conviver com o sumo pontífice. Em 2016, tornou-se bispo de São Carlos (SP),
quando administrou cerca de 120 paróquias, com 149 padres e aproximadamente um
milhão de fiéis.
Agora, faz as malas para ser recebido pela capital federal. O intuito,
segundo o religioso, é conduzir a arquidiocese com reverência. “Eu pretendo
entrar na diocese de Brasilia com muito respeito. É uma igreja jovem, mas que
já possui sua tradição, que tem uma caminhada. Então, pretendo conhecer,
encontrar as pessoas, pastorais, movimentos e instituições”, diz. Para isso, o
religioso diz que contará com a ajuda de sua “bagagem”, como ele mesmo diz. “É
claro que levo também toda uma bagagem comigo. Uma experiência que eu tive na
universidade, no meio acadêmico, na minha diocese de origem e que tive agora em
São Carlos. Vou com a disposição de também dar algo”, ressalta.
Ao ser questionado quanto à maneira que pretende conduzir a igreja de
Brasília, Dom Paulo diz que pretende seguir o exemplo de papa Francisco. “Vou
com o intuito de fazer aquilo que ele [papa Francisco] tem pedido para a
igreja. De fazer com que a igreja Brasília - que já é viva - seja cada vez mais
uma igreja missionária, evangelizadora. Que vá ao encontro das periferias
urbanas e das periferias existenciais. Uma igreja que vá ao encontro de todos”,
explica.
Momento de espera
Aos fiéis brasilienses, o sacerdote deixa uma mensagem de esperança: “Peço
que me esperem em uma atitude de oração, de abertura. Vou com o coração aberto,
disposto a entrar na vida desta igreja com muito respeito. Vou na disposição de
ser bom pastor pra vida desse povo, com a disposição de encontrar os diversos
setores da vida dessa cidade, das cidades satélites. E de também ouvir e dar a
minha contribuição. De caminharmos juntos para que assim possamos construir
pequenos e grandes projetos”, diz.
Com humildade, Dom Paulo pede: “Vou com o coração aberto e peço que também
me acolham com o coração aberto. Eu acredito muito na força da oração, então me
esperem pedindo a Deus que eu possa ser presença do bom pastor na vida dessa
diocese, desse povo. Pedindo que eu possa realizar a vontade de Deus”,
solicita.
Despedida
Já com saudades da então cidade que o acolheu ao longo dos últimos quatro
anos anos, Dom Paulo garante que, independentemente da distância física, o
coração sempre irá lembrar de São Carlos. “Eu amei São Carlos e fui amado pelo
clero, pelo povo. Construí um relacionamento bonito com as autoridades, com os
poderes constituídos, um relacionamento de respeito. Todos continuarão no meu
coração depois que partir para Brasília. Rezarei sempre por eles”, afirma.
Apesar da saudade, o religioso garante entrega e doação a sua nova missão.
“Quando eu vou, vou por inteiro. Mas as saudades, as amizades, a vasta
experiência que eu adquiri aqui [em São Carlos] continuarão comigo. Espero que
o que construímos ao longo destes anos engrandeça a igreja de São Carlos. Vou
com totalidade para me doar com totalidade na vida dessa grande e jovem igreja
de Brasília”, despede-se.
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