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Segunda onda é ameaça enquanto a população flexibiliza o distanciamento social.
Você sai na rua e, especialmente em um fim de semana ensolarado, vê parques abertos, pessoas caminhando, algumas praticando esportes, como ciclismo e corrida, além de bares e restaurantes abarrotados. Uma imagem tão semelhante à realidade pré-pandemia que chega a despertar nostalgia. Mas esse cenário é incondizente com a realidade que São Paulo vive atualmente.
Entre a agosto e novembro, as suspeitas de novos casos do novo coronavírus na cidade praticamente aumentaram 50%, passando de 339.934 casos para 504.949 – em algumas regiões da cidade, esse número chega a 75%. A escalada se dá principalmente entre jovens das classes A, B e C, que estavam confinadas no início da pandemia, e agora passam a ter seu primeiro contato com o vírus. E se reflete nos números de internações dos hospitais de elite, que voltaram a disparar, e UTIs adicionais que já haviam sido desativadas voltam a funcinar. Só o Hospital Sírio-Libanê viu os casos saltarem de 80, no início de outubro, para 120 em novembro, o mesmo patamar que se via em outubro, fase mais aguda da pandemia.
ESCALADA DE CASOS
Um aumento no número de casos em São Paulo acende o sinal de alerta para o restante do país, uma vez que a capital paulista foi o foco inicial e epicentro da doença no Brasil. E naquela época os casos saltaram inicialmente nos hospitais da rede privada.
Após uma curva em constante movimento de queda, vemos as suspeitas de novos casos voltarem a subir, o que preocupa especialistas. “A pandemia começou assim em março, com hospitalizados nos particulares, e depois migrou para o sistema público de saúde. Parece que a gente começa a vivenciar a mesma fotografia do começo da pandemia na Grande São Paulo”, disseWallace Casaca, cientista de dados da Info Tracker, ferramenta de dados do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria, desenvolvida por professores da USP e Unesp.
SEGUNDA ONDA
Esses dados levantam o temor de uma segunda onda, como temos visto acontecer em países da Europa. Atualmente o índice de ocupação nas UTIs brasileiras é de 40,8% e, nas enfermarias, de 29,9%. O município de São Paulo registra 330.266 casos e 13.949 mortes do total de 5.810 milhões de casos e quase 165 mil mortes.
Esses dados alarmantes mostram os efeitos devastadores do vírus por aqui. Ainda é muito cedo para ignorar a ameaça e retomar a vida normal, uma vez que o descaso de alguns está provocando a morte de tantos.
O vírus pode ser encarado como o mar: com respeito e temor. Quanto antes nos unirmos em um esforço para conter o vírus e reduzir cada vez mais os índices de mortes, mais chances temos de retomar nossas vidas como era antes da pandemia.
Aleteia
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