Jeffrey Bruno |
O Papa Bento XVI disse que o rosário é “a oração mais querida pela Mãe de Deus, e que conduz diretamente a Cristo”.
“Felizes as pessoas que rezam bem o Santo Rosário, porque Maria Santíssima lhes obterá graças na vida, graças na hora da morte e glória no Céu”.
Santo Antônio Maria Claret, ao pronunciar esses dizeres, impele-nos ao exercício do mais sublime meio de servir e honrar Nossa Senhora.
De fato, Padre Pio referia-se ao santo rosário como “arma” e, em verdade, ele o é. Trata-se de uma astuta arma espiritual, oriunda do coração de Deus, que obtém senão vitórias! Eis o seu maior propósito: vencer grandes combates, não apenas nos campos de batalha – como, deveras, ocorreu muitíssimas vezes, a exemplo do conflito em Lepanto em que, por intermédio da Santíssima Virgem, nós, cristãos, obtivemos vitória sobre o Império Otomano – mas, também, naquelas batalhas que se travam no âmbito espiritual. Neste, sem o saltério de Maria, tornamo-nos débeis, como muito bem nos recorda São Miguel Febres: “Um cristão sem Rosário é um soldado sem armas”.
Instrumento de conversão
Outrossim, é importante considerarmos a dimensão de vinculância indefectivelmente sobrenatural atribuída ao santo rosário, instrumento de conversão entregue aos homens pelas mãos puríssimas de Nossa Senhora.
Em 1208, São Domingos de Gusmão, sacerdote fundador da ordem dos dominicanos, atormentado pelo crescimento da heresia albigense, refugiou-se num bosque e pôs-se a, em incessante oração e árdua penitência, invocar o auxílio da Virgem Maria.
Após três dias e três noites, Nossa Senhora apareceu-lhe, revelando a arma da qual a Santíssima Trindade dispunha para transfigurar o mundo: o saltério angélico. Pedindo-lhe, ademais, que o rezasse e difundisse sua devoção.
São Domingos, nesse sentido, empenhou-se sobremaneira na divulgação do saltério angélico, precioso meio de combate contra os inimigos da fé. Em pouco tempo, com seu ensino e reza frequentes pelos habitantes daquela região, a heresia albigense, que blasfemava contra a maternidade divina e a perpétua virgindade de Maria, foi dizimada de toda a Europa.
Santo Rosário é atualíssimo
Ademais, a Santíssima Virgem não restringiu essa devoção àquele episódio da história. Pelo contrário, o santo rosário é atualíssimo! Em suas aparições, Ela exorta-nos veementemente à reza diária do saltério angélico, pois nos quer partícipes de sua intercessão em favor da humanidade.
Todavia, sendo o rosário caríssimo e eficaz instrumento de conversão, muitos há que se ergam contra ele – os inimigos do reino de Maria – conforme nos recorda Lúcia, uma das videntes de Fátima: “Por isso, o demônio fará todo o possível para nos distrair desta devoção; nos colocará muitos pretextos: cansaço, ocupações etc., para que não rezemos o Santo Rosário”
Nossa Senhora não nos pediu para rezar terços diversos, mas reavivou seu apreço pelo rosário tal qual como Ela o entregou: 150 ave-Marias – das quais se retira fruto espiritual igual ou maior que aquele inerente à tradicional recitação dos 150 salmos, antiquíssimo costume monástico – distribuídas em 15 mistérios nos quais contemplamos o gozo, a paixão e a glória de Nosso Senhor e Nossa Senhora. (Pode- se acrescentar, ainda, os mistérios propostos por São João Paulo II).
“A oração mais querida pela Mãe de Deus”
Portanto, sendo a alma do saltério angélico a meditação de tão sublimes verdades da fé, pomo-nos a repetir os dizeres do Papa Emérito Bento XVI de que o rosário é “a oração mais querida pela Mãe de Deus, e que conduz, diretamente, a Cristo”.
De fato, eis que o mais ímpio dos homens, o mais obstinado dos pecadores, a mais chagada das almas, o mais convicto dos hereges; todos, por meio do santo rosário, podem emendar-se com a intercessão poderosíssima daquela a quem o próprio Deus quis obedecer.
Infere-se, destarte, tratar-se o santo rosário senão da mais digna forma de louvar Maria e participar do Seu agir corredentor na conversão dos pecadores, na perseverança dos justos, no alívio das almas do purgatório, no combate aos erros do presente e na salvação do mundo. Ela, como Mãe e Rainha nossa, por cujas mãos passam todas as graças que Deus quer-nos conceder, renova-nos seu convite: “rezai o meu saltério!” Imaginemo-nos no céu – se lá chegarmos, por graça de Deus e pelo auxílio da Imaculada – a nós ser revelado quanto bem na Terra distribuímos através de tão simples, porém da mais excelsa de todas as devoções.
Se, no entanto, formos tentados à estagnação, à acídia e ao indiferentismo para com o serviço de Maria, lembremo-nos, da advertência de São Maximiliano Kolbe: “A Imaculada transformou muitos em santos (todos aqueles que a Ela recorreram). A falta de devoção a Ela é um mau sinal.” Assim como a fé sem obras é morta, a devoção mariana, isenta do santo rosário, é senão a mais tísica e anêmica das devoções.
Aleteia
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