"A conversão de cada fiel, itinerário de formação cristã." (AFP or licensors) |
"Nesse
rito de iniciação cristã para os adultos a formação é gradual, progressiva,
através de passos que o catequizando vai tomando a cada etapa. A formação dos
catecúmenos não deve ser apenas intelectual, mas vital, existencial e
eclesial."
Jackson Erpen – Vatican News
No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do
Concílio Vaticano II, vamos falar hoje sobre “as diretrizes da formação cristã”.
Damos continuidade neste nosso espaço às reflexões
do padre Gerson Schmidt* sobre os documentos do Concílio
Vaticano II, em particular, sobre a Constituição Sacrosanctum Concilium,
da qual tem destacado nos últimos programas a participação dos leigos da
liturgia e o catecumenato de adultos.
Como refere o Catecismo da Igreja Católica em seu
número 1232, o Concílio Vaticano II “restaurou, para a Igreja latina, «o
catecumenato dos adultos, distribuído em várias fases». O respectivo ritual
encontra-se no Ordo initiationis christianae adultorum (1972).
Aliás, o Concílio permitiu que, «para além dos elementos de iniciação próprios
da tradição cristã», se admitam, em terras de missão, «os elementos de
iniciação usados por cada um desses povos, na medida em que puderem integrar-se
no rito cristão».
As diretrizes para a formação cristã, é o tema de
nosso programa de hoje. Padre Gerson:
A Constituição Sacrosanctum Concilium falou
sobre a restauração da iniciação cristã para adultos, ou seja, o catecumenato
de adultos. Afirma assim o documento no número 64: “Restaure-se o catecumenato
dos adultos, com vários graus, introduzindo-se seu uso segundo o parecer do
Ordinário do lugar, de modo que o tempo do catecumenato, dedicado à conveniente
instrução, possa ser santificado por meio de ritos sagrados que se hão de
celebrar em ocasiões sucessivas” (SC, 64). Depois de diversos estudos e
encaminhamentos se chegou ao texto final chamado Ordo initiationis
christianae adultorum, conhecido como Rica – Rito de Iniciação Cristã de Adultos,
aprovado pelo Papa Paulo VI, em 30 de novembro de 1971. O volume foi publicado
com decreto da congregação para o Culto divino, de 06 de janeiro de 1972.
Nesse rito de iniciação cristã para os adultos a
formação é gradual, progressiva, através de passos que o catequizando vai
tomando a cada etapa. A formação dos catecúmenos não deve ser apenas
intelectual, mas vital, existencial e eclesial. Ao mais profundo conhecimento
de Deus e de Cristo deve corresponder um esforço contínuo de renovação da
própria vida, esforço que a Igreja apoia santificando por meio de bênçãos,
exorcismos, escrutínios, eleição... A grande finalidade do catecumenato é a
conversão de cada fiel que percorre esse itinerário de formação cristã.
Entende-se que a cada etapa de formação, o catecúmeno vá progredindo na busca
de conversão contínua, gradual, progressiva, sempre mais profunda.
Há vários anos, todas as diretrizes da ação
Pastoral da Igreja do Brasil falam da formação cristã de novos discípulos
missionários. Em outra oportunidade já falamos sobre isso. Depois de vários
anos, sempre propondo uma decisiva formação aos fiéis, os bispos do Brasil,
reunidos em Assembleia Geral, trouxeram para todas as dioceses, uma proposta de
um catecumenato diocesano, embasado no RICA – uma proposta catequética
integrada, sistemática, litúrgica e progressiva para crianças, jovens e
adultos. Em 2006, já havia sido aprovado o Diretório Nacional de Catequese que
optou por motivar e afirmar a importância da Catequese inspirada no processo
catecumenal[1].
Através do documento número 107, a CNBB lançou
proposta a ser implantada sobre iniciação à vida cristã, aprovada na 55ª
Assembleia Geral. O documento oferece novas disposições pastorais para a
iniciação à vida cristã, presente nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora
desde 2011. Para os bispos, a dedicação em torno da temática revela o propósito
de “buscar novos caminhos pastorais e reconhecer que a inspiração catecumenal é
uma exigência atual”.
A inspiração catecumenal permitirá formar
discípulos conscientes, atuantes e missionários. Sabemos que para acontecer
esse precioso projeto em nossas paróquias, é necessário um requisito
fundamental: a conversão de cada evangelizador e catequista. A pedido dos
bispos e Igrejas particulares, em 2014, foi elaborado o Itinerário Catequético:
Iniciação à vida cristã.
Na Assembleia Geral de 2017 foi aprovado o texto
proposto. Segundo a introdução desse documento 107 da CNBB, “esse caminho
proposto permitirá formar discípulos conscientes, atuantes e missionários” (introdução,
n. 07).
*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de
janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é
graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.
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