Santo Inocentes- Mártires |
Que
cada criança possa crescer em sabedoria, estatura e graça, como o menino Jesus
e que nossas famílias possam ser exemplos da Sagrada Família de Nazaré.
Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist. - Arcebispo
Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
A Igreja celebra no dia 28 de dezembro a memória
dos Santos Inocentes, que são os primeiros mártires da Igreja. Herodes ao ficar
sabendo que os reis magos retornaram por outro caminho, avisados pelo anjo, não
voltando até ele, o Rei da Judeia mandou matar todos os primogênitos
masculinos, de 0 a 2 anos, pois certamente algum deles poderia ser Jesus.
Herodes não havia entendido o intuito de Deus
revelar o seu Filho a humanidade, pensava que ele o destronaria e tomaria o seu
reino, já que era assim que o povo aguardava a vinda do messias. Mas o reinado
de Jesus seria diferente de todos os reinados que já existiram na terra. Não
seria por meio de espadas, guerras ou outras armas. Jesus não moraria em
palácio e nem viveria refinado no ouro.
O reinado de Jesus era voltado para os pobres, Ele
veio humilde, nasceu numa manjedoura e o intuito do reinado de Jesus era
construir o Reino de Deus aqui na terra. Um reino de amor, paz, perdão e
misericórdia.
"Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado
pelos magos, ficou muito irritado e mandou massacrar em Belém e nos seus
arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que
havia indagado dos magos. Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta
Jeremias: Em Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar
seus filhos; não quer consolação, porque já não existem (Jr 31,15)! Com a morte
de Herodes, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, e disse:
“Levanta-te, toma o menino e sua mãe e retorna à terra de Israel, porque
morreram os que atentavam contra a vida do menino”. José levantou-se, tomou o
menino e sua mãe e foi para a terra de Israel. Ao ouvir, porém, que Arquelau
reinava na Judeia, em lugar de seu pai Herodes, não ousou ir para lá. Avisado
divinamente em sonhos, retirou-se para a província da Galileia e veio habitar
na cidade de Nazaré, para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Será
chamado Nazareno” (Mt 2,16-23).
Essa festa foi instituída pelo Papa São Pio V e
ajuda-nos a viver com profundidade esse tempo da oitava de Natal. E como vimos
no trecho do Evangelho acima essa festa litúrgica tem como fundamento a Palavra
de Deus. A festa de hoje nos ajuda a refletir sobre quantos inocentes morrem
nos dias de hoje.
Quantas crianças são abandonadas por seus pais que
não querem os filhos, quantas crianças morrem inocentemente vítimas do aborto e
do desprezo de seus pais. Nestes dias mesmo estamos assistindo com muita
preocupação esse tipo de mentalidade avançar em nosso continente sul-americano.
Muitos inocentes não têm uma habitação digna, alimentação, educação e saúde
para viverem dignamente. Os direitos básicos lhes são negados ou não podem ser
alcançados, que possamos rezar e fazer algo para que essa situação melhore.
Que os responsáveis olhem com carinho para essa
situação e não deixem que nenhuma criança seja ferida em sua dignidade e que
ninguém tire a sua inocência. O olhar puro e inocente de uma criança se parece
ao de Jesus, por isso também celebramos com carinho essa data e devemos cuidar
das nossas crianças que são o futuro da nossa pátria.
Por esses inocentes e por nós como cristãos, que
possamos construir um mundo mais justo e solidário e possamos criar aqui na
terra um lugar bom para se viver, sejam crianças, idosos, adultos e que todos
vivam bem e em harmonia.
Que as famílias tenham responsabilidade de educar
os filhos com carinho e amor e transmitir a essas crianças os princípios da fé
católica. Acompanhar a vida de fé e o crescimento de cada criança.
Que cada criança possa crescer em sabedoria,
estatura e graça, como o menino Jesus e que nossas famílias possam ser exemplos
da Sagrada Família de Nazaré. E assim, rezemos por tantos inocentes que muitas
vezes “morrem” nos hospitais sem mesmo sabermos. Seja por aborto ou porque por
motivos precários de saúde não conseguem sobreviver.
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