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Redação (10/12/2020 09:22, Gaudium Press) São Francisco de Sales ensina que as dificuldades da vida são vencidas olhando para o céu. À semelhança dos antigos navegadores que se guiavam mais pelas estrelas do que por mapas ou aparelhos, também o homem deve orientar-se pelas luzes celestes, mais do que pela inconstância ou violência das ondas.
A Igreja condena a astrologia e por isso não vamos cair aqui no erro de querer interpretar o movimento dos corpos celestes para dar-lhe algum significado. Porém, a alma contemplativa sabe ver na natureza reflexos do Criador e de sua Providência. Observando as maravilhas do mundo ao redor, somos convidados a pensar em Deus e em sua ação no curso da História.
Neste mês de dezembro, o último do conturbado ano de 2020, o céu está cheio de manifestações extraordinárias.
Primeiramente, um espetáculo aberto a todo o mundo: a chuva de meteoros Geminídeos. Chamado pelos especialistas de “rei das chuvas de meteoros”, o fenômeno será avistado entre os dias 13 e 14. Aqueles que estiverem em lugares mais escuros, poderão contemplar um chuvisco amarelo, verde e azul nos céus.
Já o segundo acontecimento celeste será privilégio de poucos, pois um eclipse solar total só acontece a cada 18 meses, e é visível em pequenas partes do globo. Desta vez, os galardoados serão os argentinos e os chilenos. O eclipse ocorrerá também no dia 14.
Por fim, perto deste triste Natal, no dia 21, contemplaremos um evento que nem sequer nossos bisavós ou tataravós puderam ver: Saturno e Júpiter parecerão estar quase próximos um do outro, fundindo-se numa única bola luminosa. É claro que a aproximação se dá apenas do nosso ponto de observação, ou seja, da Terra. Mas para os entusiastas das maravilhas do Universo, é um fenômeno raríssimo: a última vez que os dois planetas estiveram tão próximos foi em 1623!
O que estes acontecimentos celestes têm a ver conosco? Em que nos interessam estes fatos de cunho científico?
É conhecida a passagem do evangelho de São Mateus em que Jesus fala dos fatos que precederão os dias de aflição: sinais aparecerão no céu (Mt 24,29).
Nada de previsões apocalípticas ou milenaristas! Não. Mas sempre será verdade que Deus Se comunica ao homem através destes meios extraordinários. Ele faz brilhar no céu uma estrela, anunciando seu nascimento. Ele escurece de repente a terra em plena tarde, no dia do Calvário.
Também hoje Deus nos fala. Discreto, quase num sussurro, Ele nos convida a elevar as vistas para o céu no fim do trágico ano de 2020. O que Nosso Senhor quer nos dizer?
Carentes de verdadeiros líderes, homens fortes e crentes em Deus, fomos sacudidos neste ano por toda sorte de tempestades. Não há quem nos indique os rumos, e aqueles que tentam fazê-lo, parecem mais querer nos levar para o fundo dos mares do que nos conduzir ao porto da salvação. Enquanto uns nos impedem de se reunir para adorar a Deus, outros cruzam os braços e nada dizem. Ficamos, então, ao sabor das ondas, carentes de chefes.
Entretanto, como aos antigos navegantes, Deus nos convida a olhar para o céu, porque os astros nos guiarão. Ele não abandona seu povo. Cedo ou tarde, uma estrela brilhará nos céus do mundo para nos conduzir aos pés de Jesus, sob o olhar de Maria, como outrora aconteceu aos Reis magos.
Por Paulo da Cruz
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