DisobeyArt | Shutterstock |
Em período crítico de pandemia, protegermos uns aos outros é mais importante do que a ceia.
“Ah, mas é só uma saidinha”, ou “vão ser só cinco pessoas”, são frases que muitos têm dito a si, desde a flexibilização do distanciamento social, para justificar furar a quarentena. Com isso, infelizmente, os números de casos e de mortes voltaram a saltar. No dia 17 de dezembro, foram registrados quase 70.000 novos casos, número equivalente a um dia de junho, quando vivíamos o pico da pandemia.
O Brasil volta a registrar mais de 800 mortes em um dia às vésperas dos feriados de fim de ano, quando as pessoas tendem a se aglomerar, o que faz especialistas alertarem quanto à iminência de uma segunda onda do vírus, como vimos acontecer na Europa. Segundo especialistas, esse quadro é previsto para janeiro no Brasil caso a população não respeite o distanciamento social durante as festividades.
Consciência
Esse foi o cenário discutido no debate “E agora, Brasil?”, realizado na semana passada, que contou com autoridades como o médico Drauzio Varella, a economista Monica de Bolle, e Margareth Dalcomo, pneumologista e pesquisadora da Fiocruz.
“O que vai trazer a segunda onda para o Brasil são as festas de Natal e de fim de ano. Teremos o janeiro mais triste da nossa história porque nós falhamos em trazer uma consciência cívica da gravidade do que estamos vivendo”, disse Margareth. Drauzio Varella criticou o negacionismo da doença: “Eu acho que, infelizmente, muitas pessoas vão morrer por causa das festas de fim de ano, em meio a essa ilusão de que agora temos uma vacina e o problema ficou para trás”. Vale lembrar que ainda não há um plano de vacinação para toda a população do país. E, como diz Margareth, nossa dificuldade em combater o vírus é uma falha de consciência cívica, que reflete nossa fragilidade enquanto sociedade, uma vez que não conseguimos abrir mão de certos prazeres individuais de modo a preservar a vida de todos.
Cuidado
Por isso, nas comemorações deste ano, é preciso deixar a razão e a consciência falarem mais alto. Simplesmente não vale expor as vidas daqueles que amamos por algumas horas fazendo de conta que o vírus não existe, enquanto ele segue à solta, implacável, podendo se disseminar entre os seus familiares. Não vale a pena correr um risco tão alto. Além do mais, hoje existem diversas plataformas que permitem conversar, interagir e ver o outro em tempo real. Está longe de ser o ideal, mas é a melhor atitude que se pode de modo a preservar a vida dos nossos familiares, especialmente os mais velhos. “Lamento, não dá para fazer a festa de Natal. Pode reunir no máximo seis ou sete pessoas, sob pena de expôr nossos entes queridos a um risco que eles não merecem. E não vai ter festa de réveillon, para que nós estejamos vivos para os próximos que virão”, defendeu Margareth Dalcomo.
Atualmente, o Brasil registra mais de 180.000 mortes em decorrência do novo coronavírus. Para as famílias dessas pessoas, o Natal está arruinado. Preserve seus familiares neste Natal, para garantir que estejam todos vivos e bem no próximo.
Aleteia
Nenhum comentário:
Postar um comentário