Dom Paulo Cezar Costa Arcebispo de Brasília |
A Sagrada Família, modelo para nossas famílias
Hoje, somos chamados a contemplar a família de Nazaré. O Evangelho nos apresenta a família de Jesus, que é religiosa, e, por isso, vive segundo os preceitos da Lei Mosaica, vai ao templo de Jerusalém para apresentar o menino Jesus. O texto não fala de resgate, mas afirma que “todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor” (Lc 2, 23). Jesus não é resgatado como os outros meninos hebreus, mas é Ele quem resgata, Ele é o Salvador.
No templo se dá o encontro profético com o velho Simeão e com Ana. Ambos simbolizam o Israel fiel a Deus que esperava a consolação de Deus, a realização da promessa: “…porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante dos povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel” (Lc 2, 32). Eles contemplam, veem a salvação de Deus. Aquela criança traz em Si o mistério de ser o Filho de Deus, a Salvação de Deus. Tantos a viram, mas só Simeão e Ana tiveram a graça de penetrar no mistério de Cristo, pois olharam com os olhos da fé. No templo, a glória de Israel se manifesta, pois é de Israel que vem Jesus, mas a salvação toma uma dimensão de universalidade, pois este menino é luz para iluminar as nações.
A atitude de José e de Maria é de admiração com o que diziam a respeito de Jesus (Lc 2, 33). Admiração significa a atitude do homem e da mulher que veem um significado mais profundo na vida, nos fatos históricos, nos acontecimentos. Significa abrir a vida e a história ao absoluto de Deus. A família de Nazaré é uma família de fé, por isso, penetra os fatos e acontecimentos com a luz da fé.
Mas já na apresentação no templo de Jerusalém se preanuncia a morte de Jesus: “Ele será sinal de contradição […] Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma” (Lc 2, 34-35). A redenção se realizará com a morte de cruz. Aos pés da cruz,se encontrará Maria, tendo o coração transpassado pela espada de dor. O Evangelista coliga o início do evangelho ao fim.
A família de Jesus voltou a Nazaré e o menino Jesus crescia em sabedoria e graça (Lc 2, 40). Sabedoria implica o crescimento diante da ciência da época e a graça indica o crescimento na amizade com Deus, seu Pai. Jesus teve uma educação integral e torna-se exemplo para a educação de nossas crianças hoje, que são chamas a ter uma vida de fé tem um papel importante A transmissão da fé deve se dar na vida familiar, onde os pais vivem a fé como uma grande riqueza e por isso transmitem para aos filhos.
Contemplar a família de Jesus quer nos ajudar na vivência da vida familiar. Nazaré quer ser, hoje, uma grande escola de vida familiar. São Paulo VI disse: “Que Nazaré nos ensine o que é a família, sua comunhão de amor, sua beleza simples e austera, seu caráter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré o quanto a formação que recebemos é doce e insubstituível: aprendamos qual é a sua função primária no plano social”. (Discurso em Nazaré a 5 de janeiro de 1964).
Que a família de Nazaré ajude nossas famílias a serem comunidades de amor, de fé e de vida.
Folheto: "O Povo de Deus"
Arquidiocese de Brasília
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