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Apesar de tudo, 2020 foi um ano de graças em abundância. Você consegue enxergá-las?
Como muitas outras pessoas, estou feliz por ter encerrado 2020 e começado 2021. Também estou ansioso pelo fim da pandemia do coronavirus. Tenho também muitas outras esperanças, que nem me atrevo a confessar aqui, sentindo que fazê-lo pode “dar azar”.
Mas em 2020 nem tudo foi perda. Olho para minha vida no ano passado e vejo muitos lugares onde enxerguei Deus e seu amor salvador em ação.
Quer alguns exemplos? Pois lá vão eles.
Queridos amigos deram à luz e eu me juntei a eles para o batismo de seus filhos. Testemunhei vários casamentos pandêmicos. O dia a dia do meu ministério sacerdotal continuou. Além disso, mesmo durante o o lockdown, a paróquia onde servi continuou seus ministérios confessionais e educacionais de forma alternativa.
2020 e a generosidade de Deus
De fato, quando realmente começo a pensar sobre o que foi o ano de 2020, posso ver uma abundância extraordinária de generosidades do Senhor.
Mas o que impede muita gente de ver essas graças, esses dons de Deus? Acho que as tentações mais tenebrosas vêm quando tentamos encontrar outras coisas além de Deus para nos salvar. Os triunfos da ciência, as possibilidades de uma política pacífica e humana. Isso tudo agradará a Deus e aliviará nosso sofrimento presente. Entretanto, essas coisas não vão satisfazer os anseios mais profundos de nossos corações.
Aliás, alguns anos atrás, o Papa João Paulo II escreveu: “Ninguém pode escapar das questões fundamentais: O que devo fazer? Como faço para distinguir o bem do mal?”
O objetivo dessa catequese do Papa foi nos mostrar que não há como parar de enfrentar essas questões mais profundas. Parte da razão pela qual a pandemia tem sido tão difícil para tantos é que as distrações que usamos para aliviar e suportar os sofrimentos da vida nos foram retiradas. Trancafiados em casa e confiados à nossa própria sorte, tivemos que enfrentar as questões mais difíceis e urgentes.
Um ano de perguntas
De uma forma ou de outra, em 2020 tivemos que nos redefinir. E continuaremos em 2021.
Perguntamos: Serei uma pessoa de caridade? Quanto eu acho que posso dar de mim? Quem precisa? Quais são meus objetivos no trabalho? Como posso realizar e avançar na minha carreira? Posso descobrir como fazer meu trabalho com todas essas restrições e preocupações com a saúde?
Também nos questionamos: Como posso orar? Se não posso ir à missa, onde procuro ao Senhor? Onde está Deus em tudo isso? Eu posso tolerar se alguém tomar uma decisão diferente para sua saúde e bem-estar da que eu tomo? Como suporto a dor? Como posso chorar?
Um ano de respostas
E o tempo todo, o Senhor nos enviou muitas respostas!
Ele nos enviou sacerdotes que, corajosamente, descobriram maneiras de nutrir a fé de seu povo. Deus nos enviou médicos, enfermeiras e incontáveis outros profissionais que trabalharam para servir suas comunidades. Nosso Salvador também enviou o Santo Padre, que ficou sozinho na Praça de São Pedro, estendendo ao mundo sua bênção apostólica, dizendo-nos para procurar Cristo na tempestade.
Ele nos enviou o reconhecimento de novos santos e beatos. Enviou-nos, através do Papa Francisco, as graças de um ano dedicado a São José.
Por suas próprias razões, ele não acabou com nosso sofrimento em 2020. E ainda assim a escuridão não cobriu a terra. Sua luz brilhou. Ele ofereceu tantas graças e bênçãos!
Minha oração não é que 2021 seja diferente. Para ser honesto, de certa forma, espero que seja ainda mais difícil. Mas rezo para que o Senhor continue a derramar sua misericórdia e seu amor. E rezo para não perder uma única gota disso.
Aleteia
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