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domingo, 24 de janeiro de 2021

III Domingo do Tempo Comum - B

Dom Paulo Cesar Costa
Arcebispo de Brasília

O Reino de Deus está Próximo

A primeira leitura colocou diante de nós a pregação de Jonas. Jonas deve dirigir-se à grande cidade de Nínive. Ela é uma cidade pagã.  O centro da pregação do profeta é “ainda quarenta dias e Nínive será destruída” (Jonas 3,4).  Os ninivitas acreditam em Deus, fazem penitência e Deus salva a cidade. O livro de Jonas nos mostra que o amor de Deus não é exclusivo de Israel, mas aberto a todo homem e mulher que se voltam para Ele com o coração sincero, arrependendo-se de sua maldade, de seu pecado. Deus é paciente e espera do homem a conversão, a mudança de vida, de atitudes. Os “Quarenta dias” significam o tempo da paciência de Deus. Nínive, hoje, representa a grande cidade moderna na sua grande complexidade e que deve ser objeto da nossa evangelização, da nossa missão, onde o anúncio do amor de Deus deve encontrar cada ser humano.

O Evangelho nos apresenta Jesus, que, depois da prisão de João Batista, vai para a Galiléia pregando o Evangelho de Deus: “Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc1, 15). No Evangelho de São Marcos, grande parte do seu ministério, Jesus o desenvolve na Galiléia; ela é a pátria de Jesus.  É na Galiléia que Jesus coloca em movimento o anúncio do Reino de Deus. A expressão “Reino de Deus” quer dizer que chegou o tempo – e  este se dá com Jesus de Nazaré – em que Deus está reinando na história. Jesus, através dos seus gestos, milagres e da sua pregação, coloca em movimento o Reinado de Deus. O Reino de Deus é inseparável de Jesus Cristo.  Não é simplesmente a prática do bem, da justiça etc. O cristianismo não se resume simplesmente em uma ética, é seguimento de uma pessoa, Jesus Cristo. Na origem do caminho de fé, não está uma decisão ética, mas o encontro com a pessoa de Jesus Cristo que muda a vida, a existência, faz tomar rumos novos, caminhos novos.  Papa Francisco afirma que “Jesus Cristo é a descoberta fundamental, que pode fazer uma mudança decisiva na nossa vida, enchendo-a de significado”.

O Evangelho termina com o chamamento de alguns discípulos. Jesus os encontra onde eles estão. Estão no seu ambiente de trabalho, conduzindo a sua vida ordinária. Simão e André que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores; Tiago e João, filhos de Zebedeu, consertavam as redes. São chamados a se tornarem pescadores de homens. Eles seguiram Jesus. Jesus nos encontra onde estamos, nas situações concretas da vida, no dia-a-dia. Jesus não lhes oferece nenhuma segurança, nenhum projeto de vida. O chamado é para segui-lo. É num caminho de discipulado, é seguindo Jesus que vamos tomando as suas feições e nos tornando discípulos- missionários.

Seguir Jesus é a grande riqueza da nossa vida. Os ninivitas e os quatro primeiros discípulos de Jesus são exemplo de escuta obediente do anúncio da salvação. Ontem foram eles, hoje, somos nós. Que a escuta do Senhor, que continua nos falando hoje, molde o nosso coração de discípulos missionários.

Folheto: O Povo de Deus

Arquidiocese de Brasília

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF