Papa Francisco durante o Ângelus de 1 de janeiro de 2020 |
"Começamos
o Ano Novo colocando-nos sob o olhar materno e amoroso de Maria Santíssima, que
a liturgia hoje celebra como a Mãe de Deus", disse Francisco no Angelus,
recordando que "os dolorosos acontecimentos que marcaram o caminho da
humanidade no ano transcorrido, especialmente a pandemia, nos ensinam como é
necessário interessar-se pelos problemas dos outros e compartilhar suas
preocupações".
Mariangela Jaguraba/Raimundo Lima - Vatican News
O Papa Francisco conduziu a oração mariana do
Angelus, nesta sexta-feira (1º/01), Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, e
Dia Mundial da Paz, da Biblioteca do Palácio Apostólico.
Começamos o Ano Novo colocando-nos sob o olhar
materno e amoroso de Maria Santíssima, que a liturgia hoje celebra como a Mãe
de Deus. Desta forma retomamos nosso caminho pelas veredas do tempo, confiando
nossas angústias e nossos tormentos Àquela que pode fazer todas as coisas.
Maria nos olha com ternura materna, assim como olhava para seu Filho Jesus. Se
olharmos para o Presépio, vemos que Jesus não está no berço. Me disseram que
Nossa Senhora disse: "Mas, me deixem segurar um pouco no colo este meu
filho?" Assim faz Nossa Senhora conosco: quer nos segurar em seus braços
para nos proteger como ela protegeu e amou o seu Filho.
Segundo o Pontífice, “o olhar assegurador e
consolador da Virgem Santa é um encorajamento para fazer de modo que este
tempo, que nos é dado pelo Senhor, seja gasto para o nosso crescimento humano e
espiritual, que seja um tempo para remover os ódios e as divisões, e existem
muitas, que seja um tempo para sentir que somos todos mais irmãos e irmãs, que
seja um tempo para construir e não para destruir, cuidando uns dos outros e da
criação. Um tempo para fazer crescer, um tempo de paz”. A seguir, acrescentou:
É propriamente ao cuidado do próximo e da criação
que é dedicado o tema do Dia Mundial da Paz, que hoje celebramos: A cultura do
cuidado como percurso de paz. Os dolorosos acontecimentos que marcaram o
caminho da humanidade no ano transcorrido, especialmente a pandemia, nos
ensinam como é necessário interessar-se pelos problemas dos outros e
compartilhar suas preocupações. Esta atitude representa o caminho que leva à
paz, pois favorece a construção de uma sociedade fundada em relações
fraternais. Cada um de nós, homens e mulheres de nosso tempo, é chamado a
realizar a paz: cada um de nós. Não sejamos indiferentes a isso. Somos todos
chamados a realizar a paz e a realizá-la todos os dias e em todos os ambientes
da vida, estendendo a mão ao irmão que precisa de uma palavra de conforto, de
um gesto de ternura, de uma ajuda solidária. Para nós, esta é uma tarefa dada
por Deus. O Senhor nos dá a tarefa de sermos operadores de paz.
O Papa ressaltou que “a paz pode ser construída se
começarmos a estar em paz conosco mesmos, em paz por dentro, no coração, e
conosco, e com aqueles ao nosso redor, removendo os obstáculos que nos impedem
de cuidar dos que se encontram necessitados e na indigência”.
Trata-se de desenvolver uma mentalidade e uma
cultura do "cuidar", a fim de derrotar a indiferença, vencer o
descarte e a rivalidade, indiferença, descarte e rivalidade que infelizmente
prevalecem. Eliminar esses comportamentos. A paz não é apenas a ausência de
guerra, paz nunca é asséptica: não, a paz do quirófano não existe. A paz está
na vida: não é apenas a ausência de guerra, mas uma vida rica em sentido,
impostada e vivida na realização pessoal e na partilha fraterna com os outros.
Então essa paz tão almejada e sempre ameaçada pela violência, pelo egoísmo e
pela maldade, aquela paz colocada em perigo, torna-se possível e realizável se
eu a pegar como uma tarefa que me foi doada por Deus.
“Que a Virgem Maria, que deu à luz o "Príncipe
da Paz", e que o mima com ternura em seus braços, obtenha para nós do céu
o precioso bem da paz, que não podemos perseguir plenamente apenas com a força
humana”, disse ainda Francisco. Segundo o Papa, “somente as forças humanas não
são suficientes, porque a paz é sobretudo um dom, um dom de Deus; deve ser
implorada com oração incessante, sustentada por um diálogo paciente e
respeitoso, construída através de uma cooperação aberta à verdade e à justiça e
sempre atenta às legítimas aspirações dos indivíduos e dos povos. Meu auspício
é que a paz reine no coração dos homens e nas famílias; nos lugares de trabalho
e de lazer; nas comunidades e nas nações. Nas famílias, no trabalho, nas
nações: paz. E agora que pensamos que a vida hoje é resolvida com guerras,
inimizades e muitas coisas que destroem... queremos a paz. E isso é um dom”.
No
limiar deste início, a todos estendo meus cordiais votos de um feliz e sereno
2021. Cada um de nós procure fazer com que seja um ano de solidariedade
fraterna e de paz para todos; um ano repleto de confiança e de esperanças, que
confiamos à proteção celestial de Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe.
Vatican News
Nenhum comentário:
Postar um comentário