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| Catequista em Formação |
Entrar no Reino de Deus significa participar dos bens prometidos por Deus. Enquanto na Bíblia prevalece o sentido escatalógico, nos escritos rabínicos destaca-se pelo caráter ético-religioso.
O terreno da revelação do Reino de Deus já tinha sido preparado no Antigo Testamento, particularmente na segunda fase da história de Israel, narrada nos textos dos Profetas e dos Salmos, depois do exílio e das outras experiências dolorosas do povo eleito. Recordamos especialmente os Cânticos dos Salmistas a Deus, que o Rei de toda a terra, que reina sobre as nações (Sl 47, 8-9), e o recebimento exultante: "O Vosso reino estende-se por todos os séculos / e Vosso império subsiste por todas as gerações" (Sl 145, 13).
Por sua vez, o profeta Daniel diz do Reino de Deus "que jamais será destruído...esmagará e aniquilará todos os outros, enquanto ele subsistirá para sempre". Este Reino, que o "Deus dos céus fará aparecer (=o Reino dos céus), ficará sob a soberania de Deus mesmo e "nunca passará a outro povo" (cf. 2, 44).
As primeiras palavras anunciadoras de Jesus proclamam o Reino de Deus: "O tempo está realizado e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho (Mc 1, 15). Este Reino se explicita na sua pregação em Nazaré: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir aos oprimidos a liberdade e para proclamar um ano de graça do Senhor" (Lc 4, 18-19).
As dúvidas de João Batista ele responde: "Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciado o Evangelho; e feliz aquele que não ficar escandalizado por causa de mim!" (Lc 7, 22-23).
Jesus anuncia a vinda do Reino de Deus. Os sinais deste Reino são visíveis entre os homens: sinais estes que os profetas do Antigo Testamento proclamaram e que dão, agora, a legitimação à pessoa de Jesus. Ele é verdadeiramente o autorizado por Deus. Porém, os sinais não são ainda o Reino. Eles apenas indicam a premência da chegada do Reino: "Interrogado pelos fariseus sobre quando chegaria o Reino de Deus, respondeu-lhes: 'A vinda do Reino de Deus não é observável. Não se pode dizer: ei-lo aqui! Ei-lo aqui!, pois eis que o Reino de Deus está no meio de vós!'" (Lc 17, 20-21).
É óbvio, para os evangelistas, que o Reino de Deus chegou na pessoa de Jesus: "...e feliz aquele que não ficar escandalizado por causa de mim!" (Lc 7, 23; Mt 11, 6). Jesus significa a misericórdia de Deus, que se manifesta pela remissão dos pecados e pela realização radical do amor. Porém, a misericórdia de Deus não impõe de modo poderoso. Ela se torna cada vez mais presente neste mundo, sem que os a percebam: "O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra: ele dorme e acorda, de noite e de dia, mas a semente germina e cresce, sem que saiba como. A terra por si mesma produz o fruto: primeiro a erva, depois e espiga e, por fim, a espiga cheia de grãos" (Mc 4, 26-28).
Ela está oculta na pessoa de Jesus e manifestar-se-á somente pelo poder do Ressuscitado.
Fonte: Dicionário Enciclopédico das Religiões
(Pág. 2.186)
Ed. Vozes - Petrópolis (RJ) - 1995
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