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Postado por A Catequista
“Eu sei que já ganhamos várias almas através
do prazer. Ainda assim, o prazer é invenção d'Ele, não nossa”, confessa o
demônio-chefe ao diabinho aprendiz, na célebre ficção de C.S. Lewis (“Cartas de
um diabo a seu aprendiz”). O prazer sexual é um dom de Deus,
mas o Inimigo tem sido eficaz em convencer as pessoas de que só pecando poderão
encontrar alegria no sexo.
Como os jovens católicos namoram? Mesmo sendo
participantes assíduos em atividades da Igreja, grande parte deles namoram
exatamente como os pagãos: transando. E por quê? Porque sua mentalidade a
respeito do amor e do sexo é formada pelas imagens dos filmes, das novelas e
das séries TV, muito mais do que pela catequese.
E assim, dizem: “Eu amo meu namorado (ou
namorada), então não há mal em fazer sexo com ele(a)”. Coitados, confundem o
sentimento romântico com amor! E por isso estão sempre quebrando a cara.
Ao praticamente suplicar que os jovens sejam
castos, em um de seus discursos, o Papa Francisco bem sabia que estava a dizer
"uma palavra que não agrada, uma palavra impopular". Ele tinha a
consciência de que seu ensinamento entraria por uma orelha e sairia pela outra,
para muitos ali (reparem no vídeo o seu semblante pouco otimista).
Poucos jovens estão realmente empenhados em
ser livres do condicionamento cultural da sociedade em que vivem. Querem ser da
Igreja, mas sem abrir mão de agir como todo o mundo. Querem passar para seus
amigos a imagem de espiritualizados, mas tirando onda de moderninhos.
Mas a culpa não é só dos jovens. Muitas catequeses são um
verdadeiro fiasco! Certas lideranças de
grupos de jovens nem sequer tocam na questão da sexualidade (e assim pecam por
omissão) e outras insistem nesse ponto de forma patética e legalista.
Encurralados entre o mundo hedonista e os
líderes igrejeiros incapazes de comunicar o sentido da castidade, os jovens
perdem a oportunidade de experimentar as delícias dessa virtude. Sim, amigo:
talvez ninguém tenha lhe contado, mas quem vive a castidade no namoro – vive de
coração, não como um fardo – é premiado com um sentimento de gratificação
inexplicável!
O maligno nos ilude com a ideia de que, se formos castos,
estaremos perdendo algo. Ele coloca
desconfiança no nosso coração, nos faz ver Deus como alguém que nos impede de
viver o melhor da vida. Burros, caímos nessa lorota, e não percebemos que
estamos nos distraindo com um prazer que é uma ninharia, perto dos verdadeiros
e grandes prazeres que a castidade pode nos dar.
Mas essa é uma alegria que só quem tem fé
pode tocar. É o “pote no fim do arco-íris”, que o Senhor reserva somente para
aqueles que têm fé em Sua Palavra e a põe em prática. Nem falo aqui dos
preciosos frutos que se colhe depois, no casamento (o post ficaria enorme).
A seguir, leiam com atenção um trecho que
destacamos de um discurso do Papa Francisco aos jovens de Turim, em 2015.
*****
PAPA FRANCISCO
Visita Pastoral a Turim – Encontro com os Jovens
21 de junho de 2015
Mas o que é o amor? «É a telenovela, padre?
Aquilo que vemos nos romances televisivos?». Há quem pense que é esse o amor.
Falar do amor é tão bom, podem-se dizer coisas agradáveis, muito bonitas. Mas o
amor tem dois eixos sobre os quais se move, e se uma pessoa, um jovem não tem
estes dois eixos, estas duas dimensões do amor, não é amor. Antes de tudo, o
amor está mais nas obras do que nas palavras: o amor é concreto. (...)
Não é amor dizer apenas: «Eu amo-te, eu amo
todas as pessoas». Não. O que fazes por amor? O amor dá-se. (...)
E a segunda dimensão, o segundo eixo sobre o
qual o amor se move é que o amor se comunica sempre, isto é, o amor ouve e
responde, o amor faz-se no diálogo, na comunhão: comunica-se. (...) Estas duas
dimensões são muito úteis para compreender o que é o amor, que não é um
sentimento romântico do momento nem uma história (...).
E agora, eu sei que vós sois bons e
permitireis que eu fale com sinceridade. Não pretendo ser moralista, mas dizer
uma palavra que não agrada, uma palavra impopular. Também o Papa algumas vezes
deve arriscar sobre as coisas para dizer a verdade. O
amor consiste nas obras, em comunicar, mas o amor é muito respeitador das
pessoas, não as usa, isto é, o amor é casto. E a vós
jovens deste mundo, deste mundo hedonista, neste mundo onde só o prazer é
publicitado, passar bem, levar uma vida descontraída, eu digo-vos: sede
castos, sede castos.
Todos nós na vida passamos por momentos nos
quais esta virtude é muito difícil, mas é precisamente a vida de um amor
genuíno, de um amor que sabe dar a vida, que não procura usar o outro para o
próprio prazer. É um amor que considera a vida da outra pessoa
sagrada: eu respeito-te, eu não quero usar-te, não quero usar-te. Não
é fácil. Todos sabemos as dificuldades para superar este conceito «facilitador»
e hedonista do amor. Perdoai-me se digo uma coisa que não esperáveis, mas
peço-vos: fazei o esforço de viver o amor castamente.
23 Abril 2017
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