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Redação (11/02/2021, 12:30, Gaudium Press) Na China, os direitos à confidencialidade, à proteção dos dados pessoais, são praticamente desconhecidos.
E agora, esses direitos serão ainda mais desrespeitados, sobretudo no que se refere à religião, à fé e às crenças.
Lançada pela Administração Estatal de Assuntos Religiosos (SARA), o governo comunista chinês criou um banco de dados que conterá todas as informações sobre as religiões e o pessoal religioso no território da China.
Será algo como se fosse um “Big Brother das religiões”: ele vai registrar, entre outros temas, as “recompensas”, as “punições” recebidas (certamente do poder público), incluindo “a revogação” de seu ministério, bem como “outras informações”.
Além disso, tudo deverá ser atualizado “em tempo hábil”.
“Medidas administrativas para os religiosos”: eufemismo que esconde um total controle da religiosidade dos chineses
Este banco de dados é um dos elementos do documento “Medidas administrativas para os religiosos”, divulgado na terça-feira, e que mostra como o Estado assume o controle total sobre as manifestações religiosas e sobre as crenças no gigante país asiático.
Primeiro a China e seu partido comunista, depois o resto…
Antes de tudo, acima de todos está a pátria chinesa. E a pátria tal como foi concebida pelos líderes e ideólogos ateus da China comunista:
O pessoal religioso deve comprometer-se a “amar a pátria, apoiar a liderança do Partido Comunista Chinês, apoiar o sistema socialista, respeitar a Constituição, as leis, regulamentos e normas, praticar os valores fundamentais do socialismo, aderir ao princípio da independência e de autogestão da religião e aderir à política religiosa da China, mantendo a unidade nacional, a unidade étnica, a harmonía religiosa e a estabilidad social” (art.3).
Entre as obrigações do pessoal religioso estão: “resistir [neutralizar] atividades religiosas ilegais e extremismo religioso e resistir à infiltração de forças estrangeiras que usam a religião”. Este último ponto corroeria a comunhão do clero chinês com o chefe da Igreja.
Os bispos católicos, embora “aprovados e ordenados” pelo Conselho dos Bispos Chineses, só podem exercer o seu ministério quando registados na SARA.
Religiões são tratadas como instituições do Estado e os religiosos como se fossem funcionários públicos
Em declarações à Asia News, um sacerdote observou:
“As religiões continuam a ser tratadas como instituições do Estado e os compromissos dos trabalhadores religiosos como funcionários públicos. Tanto que seu trabalho deve ser regulamentado, controlado e registrado como obra civil. O registro é feito por meio de organizações religiosas, mas nas repartições civis responsáveis. E isso é especialmente doloroso para os bispos ”.
(Com informações Asia News)
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