Quaresma | Vatican News |
Quando
vivenciamos nosso dilúvio, através da imersão nas águas batismais, morremos
para o pecado e recebemos a vida nova de filhos de Deus. O sinal eloquente de
que Deus nos deu foi a morte de seu filho na cruz e nossa adoção como filhos.
Padre Cesar Augusto dos Santos, SJ - Vatican News
É possível em um ambiente corrompido, caótico,
em ruína moral e física, haver restauração, desde que em seu meio exista alguém
que opte pela vida e, permanentemente, rechace a morte. Isso é o que nos diz a
primeira leitura deste domingo, ao nos contar a história de Noé e do dilúvio.
Deus, após o aparente triunfo do mal, com o
surgimento do dilúvio, faz uma aliança com toda a criação, através da promessa
dita a Noé, um homem de bem e temente a Deus. O Senhor se compromete a jamais
permitir a destruição de suas criaturas e, como memória, coloca no firmamento,
um sinal eloquente, o arco-íris.
No Evangelho, Jesus vive sua quaresma, isto é, seu
tempo de preparação mais próxima para vencer definitivamente o adversário. São
quarenta dias que nos lembram os quarenta dias do dilúvio, os 40 dias que
Moisés permaneceu no monte Nebo para receber os Dez Mandamentos, os 40 dias em
que Elias permaneceu escondido na montanha. São quarenta, mas não exatamente 39
mais 01 e sim um tempo bíblico de reflexão e preparação.
Jesus foi conduzido pelo Espírito para esse tempo
de luta. Ele havia recebido a força de Deus e estava preparado para o confronto
com o adversário. Ele anuncia que o tempo já se cumpriu e que o Reino de Deus
está próximo. E diz: “Convertam-se e creiam na Boa Nova”. Na verdade, essa
quaresma de Jesus, esse seu tempo de luta, vai durar toda sua vida.
Na segunda leitura, Paulo faz uma comparação entre
a arca construída por Noé e o batismo adquirido pelo sangue do Senhor. Arca
salvou as pessoas da destruição, o batismo, mais que nos salvar, nos torna
pessoas novas, nos confere nova identidade, a de filhos de Deus.
Queridos irmãos ouvintes, quando vivenciamos nosso
dilúvio, através da imersão nas águas batismais, morremos para o pecado e
recebemos a vida nova de filhos de Deus.
O sinal eloqüente que Deus nos deu foi a morte de
seu filho na cruz e nossa adoção como filhos.
A redenção da criação se deu quando, através desse
fato, tudo deixou de ser profano e passou a ser sagrado, porque o Senhor da
Vida, o Kyrios, assumiu nossa carne mortal e a eternizou. A matéria foi
divinizada.
Vatican News
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