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Pontífice convida a renovar a nossa fé, “neste tempo de conversão”, a obter “a
«água viva» da esperança” e receber “com o coração aberto o amor de Deus que
nos transforma em irmãos e irmãs em Cristo”.
Mariangela Jaguraba - Vatican News
Foi divulgada, nesta sexta-feira (12/02), a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma deste ano sobre
o tema “Vamos subir a Jerusalém. Quaresma: tempo para renovar fé, esperança e
caridade”.
O Pontífice convida a renovar a nossa fé, “neste
tempo de conversão”, a obter “a «água viva» da esperança” e receber “com o
coração aberto o amor de Deus que nos transforma em irmãos e irmãs em Cristo”.
Francisco recorda que “na noite de Páscoa, renovaremos as promessas do nosso
Batismo, para renascer como mulheres e homens novos por obra e graça do
Espírito Santo. Entretanto o itinerário da Quaresma, como aliás todo o caminho
cristão, já está inteiramente sob a luz da Ressurreição que anima os
sentimentos, atitudes e opções de quem deseja seguir a Cristo”.
Quem jejua faz-se pobre com os
pobres
“O jejum, a oração e a esmola, tal como são
apresentados por Jesus na sua pregação, são as condições para a nossa conversão
e sua expressão”, ressalta o Papa na mensagem.
De acordo com Francisco, o “jejum, vivido como
experiência de privação, leva as pessoas que o praticam com simplicidade de
coração a redescobrir o dom de Deus e a compreender a nossa realidade de
criaturas que, feitas à sua imagem e semelhança, n'Ele encontram plena
realização. Ao fazer experiência duma pobreza assumida, quem jejua faz-se pobre
com os pobres e «acumula» a riqueza do amor recebido e partilhado. Jejuar significa
libertar a nossa existência de tudo o que a atravanca, inclusive da saturação
de informações, verdadeiras ou falsas, e produtos de consumo, a fim de abrirmos
as portas do nosso coração Àquele que vem a nós pobre de tudo, mas «cheio de
graça e de verdade»: o Filho de Deus Salvador”.
Dizer palavras de incentivo
"No contexto de preocupação em que vivemos
atualmente onde tudo parece frágil e incerto, falar de esperança poderia
parecer uma provocação. O tempo da Quaresma é feito para ter esperança, para
voltar a dirigir o nosso olhar para a paciência de Deus, que continua cuidando
de sua Criação, não obstante nós a maltratamos com frequência."
O Pontífice convida no tempo da Quaresma, a
estarmos “mais atentos em «dizer palavras de incentivo, que reconfortam,
consolam, fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam,
irritam, desprezam». Às vezes, para dar esperança, basta ser «uma pessoa
amável, que deixa de lado as suas preocupações e urgências para prestar
atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um
espaço de escuta no meio de tanta indiferença».”
“No recolhimento e oração silenciosa, a esperança
nos é dada como inspiração e luz interior, que ilumina desafios e opções da
nossa missão; por isso mesmo, é fundamental recolher-se para rezar e encontrar,
no segredo, o Pai da ternura”, ressalta o Papa.
Tempo para crer, esperar e amar
“A caridade se alegra ao ver o outro crescer; e de
igual modo sofre quando o encontra na angústia: sozinho, doente, sem abrigo, desprezado,
necessitado. A caridade é o impulso do coração que nos faz sair de nós mesmos
gerando o vínculo da partilha e da comunhão. «A partir do “amor social”, é
possível avançar para uma civilização do amor a que todos nos podemos sentir
chamados. Com o seu dinamismo universal, a caridade pode construir um mundo
novo, porque não é um sentimento estéril, mas o modo melhor de alcançar vias
eficazes de desenvolvimento para todos».”
Segundo Francisco, “viver uma Quaresma de caridade
significa cuidar de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou
angústia por causa da pandemia de Covid19. Neste contexto de grande incerteza
quanto ao futuro, ofereçamos, junto com a nossa obra de caridade, uma palavra
de confiança e façamos sentir ao outro que Deus o ama como um filho. «Só com um
olhar cujo horizonte esteja transformado pela caridade, levando-nos a perceber
a dignidade do outro, é que os pobres são reconhecidos e apreciados na sua
dignidade imensa, respeitados no seu estilo próprio e cultura e, por conseguinte,
verdadeiramente integrados na sociedade»”.
“Queridos
irmãos e irmãs, cada etapa da vida é um tempo para crer, esperar e amar. Que
este apelo a viver a Quaresma como percurso de conversão, oração e partilha dos
nossos bens, nos ajude a repassar, na nossa memória comunitária e pessoal, a fé
que vem de Cristo vivo, a esperança animada pelo sopro do Espírito e o amor
cuja fonte inexaurível é o coração misericordioso do Pai”, conclui o Papa.
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