Mártires cristãos de Nagasaki, século XVII |
São Paulo Miki tem muitas primazias:
além de ser o primeiro mártir cristão japonês do Japão - e não um missionário
estrangeiro - também teve a primazia de ter sido o primeiro religioso nativo do
País do Sol Nascente, embora não tenha conseguido ser ordenado sacerdote,
devido à falta de um Bispo.
Paulo nasceu em Kyoto, capital cultural do arquipélago, em 1556, provavelmente
em uma família convertida por São Francisco Xavier, que, em 1550, transcorreu
dois anos no país, para aonde levou, pela primeira vez, a Companhia de Jesus.
Trinta anos depois, a comunidade cristã local já contava 200 mil fiéis.
Um dos primeiros cristãos do Japão
Aos cinco anos de idade, Paulo
recebeu o Batismo e foi enviado para estudar no Colégio dos Jesuítas, dos quais
nunca mais se separou. Por causa da sua língua e cultura, encontrou muitas
dificuldades em estudar latim; em compensação, tornou-se um especialista em
religiosidade local, que fez dele um excelente pregador, capaz de manter
contato com as autoridades budistas.
Naqueles anos, o clima era turbulento, por isso Paulo voltou para a sua casa,
após uma visita a Roma, onde foi recebido pelo Papa Gregório XIII, que também
era repleto de amor por Jesus. Percorreu todos os cantos do seu país, levando a
Palavra e suscitando muitas conversões.
A perseguição de Shogun
De repente, a situação no país mudou:
um pouco, por causa do comportamento dos cristãos marinheiros espanhóis, que
chegavam ao Japão; depois, pelas divergências entre as Ordens missionárias, que
chegaram ao país, em 1596. Então, Shogun Hideyoshi, militar samurai, começou
uma violenta perseguição contra os cristãos. Paulo foi preso e, no cárcere,
encontrou 6 Franciscanos, 3 Jesuítas e 17 leigos convertidos, inclusive 2
meninos muito jovens.
Martírio como Jesus na cruz
Foram 27 os mártires que morreram
crucificados no monte Tateyama de Nagasaki, em 5 de fevereiro 1597. Da sua
cruz, Paulo perdoou seus algozes e pronunciou um sermão final apaixonado,
exortando todos a seguir a Cristo para serem salvos. Como Cristo, pouco antes
de expirar, Paulo invocou a Deus Pai, em cujas mãos entregou seu espírito.
Paulo Miki foi canonizado, três séculos mais tarde, pelo Papa Pio IX.
Precisamente naqueles anos, seu martírio, narrado em um livro, inspirou a obra
missionária de um seminarista vêneto, Daniel Comboni, futuro apóstolo da
“África”.
Vatican News
Nenhum comentário:
Postar um comentário