Nabil BOUTROS I CIRIC |
Morre-se antes do tempo e vive-se tão precariamente que muitas vezes me pergunto: será que há vida antes da morte?
A vida na África vale pouco, denunciou a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) por meio de uma Via Sacra composta por dom Jesús Ruiz Molina, bispo auxiliar de Bangassou, na República Centro-Africana.
O bispo de origem espanhola escreveu:
“Em quase todos os países da África subsariana, a esperança média de vida da população não chega aos 60 anos. No país em que vivo, ela é de escassos 50 anos. Morre-se antes do tempo e vive-se tão precariamente que muitas vezes me pergunto: será que há vida antes da morte? Como vale pouco a vida na África!”
A vida na África vale pouco
Segundo matéria da agência Ecclesia, dom Molina convida os fiéis a meditarem sobre a Paixão de Cristo enquanto a veem refletida no calvário de um continente “escravizado pela ganância, violentado pelo terrorismo, mergulhado tantas vezes numa pobreza quase obscena”.
A “Via Sacra África” denuncia desumanidades como a fome, as violências contra as mulheres e o escândalo brutal das crianças-soldado.
A fundação AIS observa que as reflexões propostas pelo texto “perturbam as consciências” de quem “olha para a África como um lugar subalterno”.
O texto da Via Sacra foi editado em formato de livro. Em Portugal, a fundação AIS destinará o dinheiro angariado com a venda dos exemplares a projetos em prol dos cristãos da África vitimados pela perseguição e pela intolerância religiosa.
Aleteia
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