A coleta acontece em todas as igrejas do mundo e é destinada aos cristãos do Oriente Médio (AFP or licensors) |
O
convite à solidariedade a todos as Igrejas do mundo por ocasião da iminente
Coleta Pró Terra Santa foi feito pelo cardeal Leonardo Sandri, prefeito da
Congregação para as Igrejas Orientais, através da divulgação de uma carta nesta
quinta-feira (11). Com as graves dificuldades econômicas vividas pelas
comunidades cristãs locais por causa da pandemia, “se diminuir este pequeno
gesto de solidariedade e de partilha será ainda mais difícil para tantos
cristãos daquelas terras de resistir à tentação de deixar o próprio país”.
Andressa Collet – Vatican News
“Cada Semana Santa, tornamo-nos idealmente
peregrinos de Jerusalém e contemplamos o mistério de Nosso Senhor Jesus Cristo
Morto e Ressuscitado”, disse o cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação
para as Igrejas Orientais, por ocasião da iminente Coleta Pró Terra Santa que
em 2021, ao contrário do ano passado, permanece a ser realizada na Sexta-feira
Santa. De fato, devido à propagação da pandemia, a iniciativa precedente foi
transferida para o mês de setembro de 2020.
A carta do cardeal Sandri
A carta, também assinada por dom Giorgio Demetrio
Gallaro, arcebispo secretário, foi divulgada nesta quinta-feira (11) como
instrumento para encorajar aos fiéis a um gesto de solidariedade para preservar
os Lugares Santos e manter as necessidades dos frades franciscanos na Terra
Santa. Esse modelo de fraternidade, com ofertas recolhidas em todo o mundo para
ajudar os cristãos do Oriente Médio, “que deriva da obra de reconciliação e de
pacificação” de Jesus, foi recordado pelo Papa através da Encíclica “Fratelli
tutti” e “a partir do testemunho profético proposto por São Francisco de
Assis”, disse o cardeal Sandri.
À luz do princípio de fraternidade, acrescentou o
prefeito, é possível viver o “fundamento” de sermos todos irmãos que “é
precisamente no Calvário, o lugar no qual, através da máxima doação de amor, o
Senhor Jesus interrompeu a espiral de inimizade, destruiu o círculo vicioso do
ódio” e abriu “o caminho da reconciliação com o Pai”. Uma leitura feita
inclusive através das provações da pandemia da Covid-19, através tanto “das
estradas desertas em torno do Santo Sepulcro e da Jerusalém Velha”, como da
“Praça de São Pedro deserta e banhada pela chuva, atravessada pelo Santo Padre
Francisco em 27 de março de 2020, a caminho do Crucifixo”.
A pandemia na Terra Santa
O cardeal Sandri, então, compartilhou na carta o
quanto os cristãos da Terra Santa também sofreram com a pandemia. Com o
isolamento desde fevereiro de 2020, as comunidades cristãs locais vivem graves
dificuldades econômicas, com registros de desempregos pela ausência de
peregrinos “e a consequente dificuldade de viver dignamente”, além de se
sentirem “ainda mais distantes, separados do contato vital com os irmãos
provenientes de vários países do mundo”.
Para superar a indiferença, como sugeriu o próprio
Papa Francisco através da figura “do Bom Samaritano como modelo de caridade
ativa, de amor empreendedor e solidário”, os cristãos são encorajados a ajudar
a Coleta Pró Terra Santa deste ano. Segundo o prefeito, é uma “ocasião para não
voltar o olhar” aos irmãos que vivem nos Lugares Santos. E o cardeal Sandri fez
um alerta:
“Se
diminuir este pequeno gesto de solidariedade e de partilha será ainda mais
difícil para tantos cristãos daquelas terras de resistir à tentação de deixar o
próprio país. Será difícil manter as paróquias na sua missão pastoral, e
continuar a obra educativa através das escolas cristãs e o empenho social a
favor dos pobres e dos que sofrem. Os sofrimentos de tantos deslocados e
refugiados que tiveram que deixar as suas casas por causa da guerra necessitam
de uma mão estendida e amiga para deitar sobre as suas feridas o bálsamo da
consolação.”
O destino da coleta
Durante
séculos, a Custódia da Terra Santa tem se empenhado na preservação e
revitalização dos lugares santos do cristianismo na Terra de Jesus e em todo o
Médio Oriente. Entre os vários objetivos da missão franciscana estão o apoio e
desenvolvimento da minoria cristã, a conservação e valorização de áreas
arqueológicas e santuários, a intervenção em casos de emergência, a liturgia em
locais de culto, as obras apostólicas e a assistência aos peregrinos. As obras
são sempre realizadas graças a vários tipos de contribuições econômicas.
Vatican News
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