O Papa parte na sexta-feira, 5 de março, para o Iraque, onde permanecerá até segunda-feira, dia 8 (AFP or licensors) |
Nas
palavras do Patriarca Sako a consciência de que o destino dos cristãos não deve
ser separado do de outros iraquianos, porque todos sofreram as consequências
das guerras e do terrorismo.
Andrea Tornielli - Vatican News
"Esta visita é como um sonho que se torna
real. E nós somos como crianças que se preparam para uma festa. Do maior até o
menor entre nós." As palavras do cardeal Luis Raphael I Sako, Patriarca de
Babilônia dos Caldeus, confiadas à agência Fides, descrevem simplesmente a
realidade de uma viagem há muito sonhada por João Paulo II e hoje realizada por
Francisco. Os rostos alegres e agradecidos dos que esperam o Bispo de Roma
documentam que esta viagem há muito tempo está no coração do Papa e no coração
dos iraquianos, não apenas dos cristãos.
Muitas vezes durante os anos de seu pontificado,
Francisco falou das comunidades cristãs que sofrem em várias partes do mundo, e
sua peregrinação na terra de Abraão, apesar da pandemia e das preocupações pela
segurança, testemunha a elas a proximidade do Sucessor de Pedro. Mas o destino
dos cristãos no Iraque, assim como seus sofrimentos, não deve ser separado dos
de membros de outros credos religiosos, num país onde todos sofreram as
consequências de guerras, terrorismo, violências, divisões e abuso do nome de
Deus para justificar o ódio.
"Nós
decoramos nossas igrejas - disse Sako -, mas todos os iraquianos decoraram
todas as suas cidades.... Há bandeiras vaticanas e cartazes de boas-vindas em
toda parte, inclusive em Najaf, também em Nasiriyah... E em Mosul, a cidade que
ainda mostra todas as suas feridas. Os muçulmanos compuseram cantos para
acolher o Papa." Há uma frase do Aiatolá Ali al Sistani que se destaca nos
cartazes em que a foto da mais alta autoridade xiita do país está ao lado da do
Papa: "Sois uma parte de nós, e nós somos uma parte de vós". Outra
forma para se dizer fratelli tutti. As palavras do cardeal que guia
a antiga Igreja caldeia ajudam a compreender que a esperança pelo futuro do
Iraque não virá do fortalecimento de uma comunidade religiosa em detrimento das
outras, nem da criação de "reservas" protegidas e separadas onde as
chamadas minorias podem ser colocadas com segurança, mas da redescoberta das
raízes profundas de uma coexistência que coincide com a identidade de um país.
Uma esperança que se reacende em Ur, nas pegadas de Abraão: vós sois uma parte
de nós, e nós somos uma parte de vós.
Vatican News
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