Jesus Cristo | Vatican News |
Deus
é Pai, Deus é bom. Mesmo diante de um povo enraizado em fazer o mal, Ele tem
misericórdia, e como Senhor da História, se serve de homens de valor para
resgatar aqueles recalcitrantes e dar-lhes a dignidade desejada.
Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News
A Liturgia deste domingo transborda da misericórdia
de Deus. Começamos nossa reflexão com a Carta de Paulo aos Efésios 2,
4-10, segunda leitura, onde o Apóstolo fala que “fomos criados em Jesus
Cristo para as obras boas, que Deus preparou de antemão para que nós as
praticássemos.” Mesmo com o coração empedernido em praticar o mal, como nos
fala a 1ª leitura, extraída de 2 Crônicas 36, 14-16.19-23,
vemos no Evangelho de João 3, 14-21 que Deus não se deixa
vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem. No deserto, após a desobediência do
povo e da invasão de cobras venenosas, o Senhor se apiedou dele e
misericordiosamente mandou colocar no centro do acampamento uma grande haste de
madeira onde pendia uma cobra de bronze. Aquele que para ela olhava, ficava curado.
Esse tronco com a cobra pendurada era prenúncio do Cristo, suspenso em uma cruz
e salvação de todos os que a ele se dirigem com fé.
Na conversa com Nicodemos, Jesus deixa claríssimo o
objetivo de sua vinda, de sua missão: salvar os homens! Se no Antigo
Testamento era necessário olhar para a serpente, no novo, basta aproximar-se da
luz, praticar o bem e crer no Filho do Homem!
Por isso, na segunda leitura, Paulo fala que Deus
nos ressuscitou com Cristo, em virtude de nossa união com Jesus Cristo. É de
graça! Não por causa de méritos nossos, mas por pura graça de Deus. Não existe
meritocracia. Nenhum de nós tem mérito algum, mesmo que só pratique o bem. Como
vimos no final da segunda leitura, o bem que fazemos “foi preparado de antemão
para que nós o praticássemos”. O único que tem mérito é Jesus Cristo, que em
seu coração bondoso e generoso, aceitou morrer na cruz para nos dar a
felicidade eterna.
Do mesmo modo, a primeira leitura fala das
infidelidades do povo; apesar disso tudo, o Senhor lhes enviava mensageiros
para admoestá-los ao arrependimento e a praticarem o que era justo, mas a
reação deles era zombar dos mensageiros divinos. A desgraça chegou através dos
inimigos que atearam fogo a todas a construções fortificadas e ao Templo e
derrubaram os muros da cidade, destruindo tudo o que havia de precioso. O rei
inimigo levou os sobreviventes como escravos para sua pátria. Tudo ficou assim
até que outro rei estrangeiro, de outro país, decidiu reconstruir o Templo em
Jerusalém e resgatar Judá em sua própria terra.
Deus é Pai, Deus é bom. Mesmo diante de um povo
enraizado em fazer o mal, Ele tem misericórdia, e como Senhor da História, se
serve de homens de valor para resgatar aqueles recalcitrantes e dar-lhes a
dignidade desejada.
Também
a nós, Seu povo, resgatados pelo sangue de Seu Unigênito, o Senhor não vê
nossos erros, mas deixa-se levar pelo seu coração paterno e nos apresenta Jesus
Crucificado como nossa salvação, como nosso Redentor. Por isso, a liturgia
deixa de lado a sisudez da quaresma e inicia a missa com o “Alegra-te, exultai
de alegria”, retirado de Isaías 66, 10s e sugere ao celebrante trocar o roxo
dos paramentos, usando os de cor rosa.
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