S. Cirilo, bispo de Jerusalém, Século XIV |
Catequese sobre a Iniciação Cristã
Cirilo nasceu, provavelmente, em
Jerusalém no ano 315, no início do período de Constantino, quando o
cristianismo saiu da clandestinidade e se tornou religião oficial. Desde
criança, recebeu a prática da fé dos pais; na sua juventude, praticou a ascese
e viveu a pobreza e o celibato. Aos trinta anos, foi ordenado sacerdote e,
imediatamente, se dedicou à preparação dos catecúmenos ao Sacramento do
Batismo. Naqueles anos, nasceram suas famosas 24 Catequeses, nas quais
demonstra uma excelente formação literária centralizada no estudo da Bíblia.
Seu rigor doutrinal unido à sua capacidade inata de transmitir conceitos
metafísicos, mediante uma linguagem simples e evocativa, não passam
despercebidos, tanto que, por volta do ano 348, foi consagrado Bispo de
Jerusalém, sucessor a Máximo.
Luta contra as heresias
Como Bispo, Cirilo destacou-se logo
por sua atitude pacífica e capacidade de mediação, virtudes que, no entanto,
não atenuaram a firme ação contra a divisão da comunidade, a heresia e os maus
costumes.
Defendeu a pureza da fé e incentivou a renovação espiritual. A Igreja, na
época, atravessava um período difícil por causa das correntes heréticas e dos
fortes contrastes teológicos com os arianos perversos.
Embora Cirilo seja recordado, por alguns, como simpatizante das teses arianas,
sobretudo na sua juventude, nas disputas cristológicas adotou, com decisão, o
símbolo niceno, proclamado pelo primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia.
Contraste com os arianos e os três
exilados
Esta sua tomada de posição causou
inimizade com os arianos, que, ao negar a Jesus a igual divindade do Pai, não
puderam aceitar a firme defesa da consubstancialidade por parte de Cirilo. Por
isso, foi destituído do seu cargo, em 357, pelo próprio Bispo que o havia
consagrado nove anos antes, Acácio de Cesareia da Palestina: este último, ao
acusar Cirilo de erros doutrinais, pretendia que a sede de Jerusalém fosse
submetida à de Cesareia. Depois de um Concílio episcopal, em 359, Cirilo foi
reabilitado, mas expulso, pela segunda vez, por causa das pressões de Acácio
sobre o imperador filo-ariano, Constâncio.
Com a morte do soberano, o prelado de Jerusalém retomou seu cargo, mas por
pouco tempo, pois até o imperador Valente lhe era hostil e o condenou ao exílio
de 367 a 378.
"Portadores de Cristo"
Ao término deste longo período,
graças ao benefício de Teodósio, o Bispo Cirilo pôde, finalmente, voltar a
tomar posse da cátedra de Jerusalém e, em 381, participou do II Concílio
Ecumênico de Constantinopla, onde firmou o símbolo Niceno-Constantinopolitano.
Segundo Cirilo, o cristão é "portador de Cristo" e o catequista deve
fazer ecoar, com a sua voz, a Palavra de Deus. Eis a missão que o Bispo de
Jerusalém desempenha e ainda continua a desempenhar, hoje, revelando à
comunidade eclesial a beleza dos Sacramentos e dos fundamentos da fé católica.
Vatican News
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