S. José, Mariotto di Nardo (© Musei Vaticani) |
Homem
justo
A primeira definição de José, que
encontramos no Evangelho de Mateus, é “homem justo”. O noivo de Maria, diante
da inexplicável gravidez da sua noiva, não pensa no próprio orgulho ou na sua
dignidade ferida: pelo contrário, pensa salvar Maria da malvadez das pessoas,
da lapidação à qual podia ser condenada. Ele não quis repudiá-la, publicamente,
mas deixá-la em segredo. Porém, naquela sua angústia compreensível e naquele
sofrimento, o amor de Deus vem ao seu encontro através de um Anjo que veio
aliviá-lo e a sugerir-lhe a escolha mais justa de não ter medo: “Não temas
receber a Maria, tua esposa, porque o que nela está gerado é obra do Espírito
Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus”.
Homem obediente
Um Anjo acompanha José nos momentos
mais difíceis da sua vida; a sua atitude, diante das palavras do Mensageiro
celeste, foi de confiante obediência: recebe Maria como sua esposa! E, depois
do nascimento de Jesus, o Anjo volta a advertir-lhe sobre o perigo da
perseguição de Herodes; então, de noite, ele fugiu com a sua família para o
Egito, um país estrangeiro, onde deveria começar tudo de novo e procurar um
trabalho. Mateus, no capítulo 13, fala da sua profissão de carpinteiro, quando
os habitantes céticos de Nazaré se perguntam: “Não será este o filho do
carpinteiro”? Assim, ele ganha a confiança dos vizinhos. E, quando o Anjo
volta, mais uma vez, para avisar-lhe da morte de Herodes, convidando-o a
regressar para Israel, ele tomou consigo sua mulher e seu filho e se refugiou
em Nazaré, na Galileia, sob a orientação do Anjo.
Pai putativo
Sem dúvida alguma, José amou Jesus
com toda a ternura que um pai tem por seu filho: tudo o que José fez foi
proteger e educar o misterioso Menino, obediente e sábio, que lhe fora
confiado. Educar Jesus: a imensa desconformidade de uma tarefa de dizer ao
Filho de Deus o que é justo e o que é injusto. Deve ter sido difícil para ele,
humanamente falando, ter que procurá-lo, com aflição, por três dias, no Templo,
onde ele tinha ficado, sem avisar seus pais, para discutir com os doutores, e
ter que ouvir daquele menino de doze anos: “Não sabias que devo ocupar-me das
coisas do meu Pai?”. Este é um tipo de perplexidade que todo pai sente quando
percebe que seus filhos não lhes pertencem e que o destino deles está nas mãos
de Deus.
Protetor dos moribundos
José não aparece, em nenhum dos
quatro Evangelhos, durante a vida pública de Jesus, nem no Calvário ou no
momento da Ressurreição. Por isso, deduz-se que tenha morrido antes que Jesus
iniciasse a sua pregação. Segundo a tradição, José teria morrido circundado por
Jesus e Maria. Por este motivo é invocado também como protetor dos moribundos,
uma vez que todos nós gostaríamos de deixar esta terra tendo ao nosso lado
Jesus e sua Mãe.
Vatican News
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