Canção Nova | Formação |
Os sacerdotes são seres humanos, homens escolhidos por Cristo, homens de oração que choram, sorriem, se comovem, aconselham, orientam, acolhem e intercedem, continuamente, por nós e pelo mundo na presença do Senhor. No cotidiano de suas vidas, os sacerdotes renunciam ao luxo, à acomodação ou ao conforto e realizam inúmeros sacrifícios e renúncias que são apresentadas ao Cristo em prol da conversão dos pecadores e pela paz no mundo.
Nas cidades e no campo, nas periferias ou nos condomínios, debaixo de sol ou de chuva, em meio às enchentes ou em áreas de terremoto, os sacerdotes estão dispostos a enfrentar furacões, tempestades, ventos fortes, avalanches e o que preciso for para visitar os doentes, atender às confissões dos penitentes e celebrar a Eucaristia, testemunhando que Deus está sempre conosco no cotidiano da História.
O sacerdote é o administrador dos mistérios divinos. Ele é o homem do Sacramento, o Pai que comanda a comunidade eclesial com a solicitude do Bom Pastor. Ele é também o homem que nos ensina as palavras de vida eterna que Cristo nos legou. Do batismo até o sepulcro, nas diversas etapas da vida, do nascimento até a morte, nós contamos com o carinho e a atenção dos sacerdotes, pois, “o sacerdote, como administrador dos mistérios de Deus, está ao serviço do sacerdócio comum dos fiéis”. (João Paulo II, Dom e Mistério).
O hoje humano de cada sacerdote está repleto da ação de Cristo, o Sacerdote por excelência, e, por isso, São João Maria Vianney, o patrono dos sacerdotes, nos ensina: “Depois de Deus, o sacerdote é tudo. Oh! Quão grande é o sacerdote! Somente no céu compreender-se-á a sua elevada dignidade. O sacerdote é o amor personificado do Amor divino”.
Devemos reconhecer, com admiração e gratidão, que os sacerdotes são os pais que Deus nos mandou para nos orientar no itinerário da fé, da esperança e da santidade. Devemos aos sacerdotes o nosso amor, honra, zelo, respeito, obediência, fidelidade, ajuda e intimidade com o divino, porque eles são os santos homens de Deus, os amigos da humanidade, os filhos amados da Virgem Santa Maria.
De alguma maneira, os sacerdotes tocam o céu, em Nome d’Aquele que tudo pode, pois eles participam do sacerdócio de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eles são escolhidos, preparados e enviados para a adoração do eterno Deus. Deste modo, seu papel não é um trabalho, é uma vida. Sua atividade não é uma tarefa, é uma missão de salvação. Por tudo isso, o Cura D’Ars nos ensina, “o que é a água para a vida corporal, assim são os sacerdotes para a vida sobrenatural”.
A principal missão dos sacerdotes é celebrar a Santa Missa, e, por isso, “não existe Eucaristia sem sacerdócio, como não existe sacerdócio sem Eucaristia”. (João Paulo II, Dom e Mistério). Na Santa Missa, o sacerdote empresta a sua voz, suas mãos e seus gestos ao próprio Cristo que permanece conosco na Sagrada Comunhão. Os sacerdotes católicos, graças ao poder que concede o caráter da Ordem Sacerdotal, podem oferecer Jesus Cristo na Santa Missa ao Pai eterno e derramar a graça de nosso Redentor sobre nós, os seres humanos.
Nós não podemos viver sem a Eucaristia e, por isso, somos gratos aos sacerdotes pelo seu sim, entrega e oblação. Nestes nossos dias, enquanto durar o quadro da pandemia do Covid 19, todos os fiéis ficam dispensados do preceito dominical, o grato dever de participar da Missa aos domingos. Neste momento de dificuldade, nós queremos dizer aos nossos amigos sacerdotes: celebrem por nós, os que forçosamente estaremos fisicamente ausentes, mas estaremos juntos espiritualmente na oração e na santidade. Gostaríamos tanto de estar aí, em nossas Paróquias e comunidades, mas sabemos que vocês, os dispensadores das graças divinas, estarão nos conduzindo ao Altar do Senhor por meio do único e eterno Sacrifício. Amigos sacerdotes, celebrem a Santa Missa por nós e pelo mundo e façam sempre mais rogações confiantes na Encarnação do Filho de Deus, a Misericórdia que Se fez Carne e habitou entre nós. Amigos sacerdotes, nós confiamos no poder da sua oração. Saibam que estamos com vocês no aprendizado da fé, da esperança e da caridade.
Amigos sacerdotes, nosso muito obrigado por estarem buscando meios e oportunidades para nos manter unidos a Deus diante dessa grande crise sanitária global dos nossos tempos. Amigos sacerdotes, nós precisamos de vocês. Obrigado por oportunos meios que vocês estão nos oferecendo, nesses dias, para permanecermos firmes na Comunhão dos santos. Nosso muito obrigado, por disponibilizarem a confissão de dentro dos carros, mantendo a sua e a nossa segurança. Obrigado pela transmissão da Santa Missa pela internet e pela televisão. Obrigado por nos ensinar a não ter medo e a aproveitar este período de isolamento para redescobrirmos a presença do Senhor de uma forma muito mais poderosa e fiel. Obrigado pelos inúmeros textos e reflexões que são disponibilizados diariamente para fortalecer a nossa esperança. Lembrem-se sempre que “o sacerdote pode ser guia e mestre na medida em que se tornar uma autêntica testemunha”. (João Paulo II, Dom e Mistério). E não se esqueçam do conselho de São Pedro, o chefe dos Apóstolos, o nosso primeiro Papa: “Irmãos, procurai, com mais diligência, consolidar a vossa vocação e eleição, pois, agindo desse modo, não tropeçareis jamais”. (2 Pd 1,10). Amigos sacerdotes, Deus lhes pague por tudo!
Amigo sacerdote, que Deus lhe dê hoje e sempre intimidade com a Palavra, zelo pelo Sagrado, perseverança eucarística e uma inabalável confiança na misericórdia de Cristo. Padre, conte sempre com nossas orações e continue nos ensinando a sermos misericordiosos como o Pai é misericordioso! Tenham sempre mais a certeza de que “qualquer ação deve ser precedida por uma intensa vida de oração, de contemplação, de busca e de escuta da Palavra de Deus”. (Cardeal Robert Sarah). Amigo sacerdote, do profundo do nosso coração, do íntimo de nossa alma, nosso muito obrigado, que Deus seja sempre a sua recompensa!
Aloísio Parreiras
Arquidiocese de Brasília
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