O Papa faz uma série de recomendações práticas de como cultivar o amor em família |
A
declaração é do Pe. Alexandre Awi Mello, secretário do Dicastério para os
Leigos, a Família e a Vida, em entrevista ao Vatican News sobre o aniversário
de 5 anos da exortação do Papa Francisco: uma carta de amor que traz ações
práticas para toda a família, encoraja os casais à santidade e os jovens à
vocação matrimonial.
Silvonei José e Andressa Collet - Vatican News
Um texto com “muita riqueza prática” aquele
da Exortação Apostólica do Papa Francisco, Amoris laetitia, como
descreve o Pe. Alexandre Awi Mello, secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida. Em entrevista
ao Vatican News, o brasileiro fala da importância de se abrir a esse documento
do Pontífice, que acaba de completar 5 anos de publicação, que ajuda a
preencher a lacuna de muitas pessoas que têm “necessidade de orientação em
relação à vida familiar”. O Padre Alexandre explica o porquê de o Papa
inclusive convocar um período especial chamado Ano “Família Amoris
laetitia”: “sem dúvida é revitalizar; resgatar; até diria assim, para
alguns, tirar da gaveta; outros que nem sabiam que existia a exortação; entrar
em contato com essa carta de amor do Papa às famílias”.
A carta de amor traz ações práticas
A exortação, como o próprio Ano especial, tem esse
objetivo de colocar a família no centro da atenção pastoral da Igreja, fazendo
dela protagonista. Por isso, Amoris laetitia procura ir direto ao ponto,
propondo ações práticas para serem vividas dentro do lar:
“O nosso Papa, como sabemos, é muito concreto: a
típica expressão dele, aquela de que as famílias têm que aprender a cultivar
sempre as três palavrinhas mágicas - Obrigado. Desculpa. Dá licença. Porque são
palavras muito práticas que se no dia a dia a gente usa, a gente consegue viver
melhor. E assim também ele faz uma série de outras recomendações muito práticas
de como cultivar o amor, se manter sempre enamorados, de como enfrentar o
sofrimento, as dificuldades.”
“O
Papa diz claramente no início da exortação: não é um texto para ser lido,
assim, corrido; é para ser lido pausadamente, com calma, meditando. Então, é
aquele livro de cabeceira que cada dia a gente pode se perguntar: mas hoje será
que eu vivi algo disso?”
Junto à reflexão da exortação, o próprio Dicastério
para os Leigos, a Família e a Vida têm oferecido subsídios de aprofundamento da
Amoris laetitia para ajudar diretamente as famílias a enfrentar as alegrias e
as dificuldades do dia a dia:
"Não ficar esperando que o pároco, que o
bispo, que o dicastério, façam as coisas. Mas é justamente que as famílias se
sintam protagonistas, sintam que está nas mãos delas. A gente está colocando à
disposição justamente tantas coisas para que vocês mesmos possam chegar e falar
assim: vamos reunir o pessoal aqui do bairro, vamos reunir as famílias que
recebem a imagem da Mãe peregrina ou que de alguma maneira participam do grupo
bíblico, daqui da comunidade... Vamos voltar a reunir e agora justamente
colocar o tema da família no centro da nossa reflexão, já que é um ano que o
Papa quis que fosse dedicado a isso. Acho que é tempo de arregaçar as mangas e
não ficar aí parado, meio perdido com essa pandemia, que ninguém sabe como é
que vai terminar e quando vai terminar tudo isso, mas, respeitando todas as regras
de distanciamento, se não se pode reunir ainda não se reúne, obviamente, mas se
pode reunir pelos meios de comunicação ou fazer algum vídeo e assim enviar no
WhatsApp para os outros, se pode ser criativo! Todos nós estamos nos
reinventando nesse tempo e que seja um tempo justamente de reinventar a beleza
e alegria do amor familiar."
Encontro Mundial das Famílias de 2022
em Roma
Todas as iniciativas do Ano Especial vão culminar
no Encontro Mundial das Famílias marcado para o próximo ano, em Roma. Segundo o
Pe. Alexandre, ocasião perfeita para celebrar essa “beleza da vocação e da
santidade da vida familiar”.
“Não
sei se você já parou para pensar que existem Santos, esposos: marido e mulher
que foram canonizados. Já existem muitos Beatos, muitos casais de esposos
Beatos. Esse também é um tema que a gente gostaria de propor, ver que é
possível ser Santo como casal.”
Além da santidade da vida familiar, os jovens
também são tema de reflexão para que busquem o diálogo intergeracional com os
idosos e se motivem para a vocação matrimonial:
“Talvez
falte esse momento para os jovens: ‘você já pensou que bonito que é casar-se?’.
Mas a gente brinca entre nós no Brasil: ‘Ah, não, Deus me livre’. O próprio
Papa brinca: ‘vocês são corajosos’. Eu que trabalhei sempre com a juventude
se brincava: ‘olha, vão te colocar a coleira’. Então, como se o casamento não
fosse algo lindo, mas é uma vocação, é um chamado. A gente não casa porque todo
mundo se casa, porque a maioria casa. A gente casa, no caso de vocês terem a
vocação matrimonial, porque Deus os chamou a essa vocação. É uma missão dada
por Deus e por isso Ele se faz presente através dos sacramentos de uma maneira
que cela esse amor. Então, é um Ano para resgatar tudo isso. Esperamos
realmente que no próximo ano, em junho, nós possamos celebrar esse X Encontro
Mundial das Famílias junto com o Papa, aqui em Roma, como uma combinação de
toda essa reflexão sobre a vocação e a santidade matrimonial.”
Vatican News
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